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19/01/2023 às 17h06min - Atualizada em 19/01/2023 às 17h06min

Construção da represa do Camaru, em Uberlândia, começará nos próximos dias

Ordem de serviço foi assinada nesta quinta (19); obra vai minimizar os impactos das chuvas, que afetam diretamente a Av. Rondon Pacheco

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
O novo reservatório será instalado no bairro Pampulha, na extensão do Córrego Lagoinha | Foto: Sílvio Azevedo

Foi assinada, na tarde desta quinta-feira (19), a ordem de serviço para construção da represa do Camaru, em Uberlândia. Com investimento de R$ 14 milhões, a obra vai auxiliar na melhoria da drenagem pluvial para minimizar os impactos das chuvas, que afetam diretamente a avenida Rondon Pacheco. 

 

O novo reservatório será instalado no bairro Pampulha, na extensão do Córrego Lagoinha, e contará com uma área total de 18 mil m². A represa terá capacidade de até 53 mil m³ e, aproximadamente, cinco metros de altura. Também será construída uma galeria que ligará a barragem à sequência do Córrego, onde serão utilizados 3,2 mil m³ de concreto. O canal, de 400 metros de extensão servirá para escoar o excesso de água represada.
 

“Será necessário fazer o rebaixamento do solo, pois a área atual está assoreada há muito tempo. O grande trabalho será retirar o material que está lá e que não existia no passado. Existia um lago, realmente. É um serviço grande”, explicou o secretário Municipal de Obras, Norberto Nunes.

Com início previsto para os próximos dias, as melhorias atenderão aos termos estabelecidos no contrato firmado entre o Município e Consórcio CP - Córrego Lagoinha, composto pelas empresas licitadas Construtora Corte LTDA. e Poros Construtora. A previsão é que a represa seja entregue em 18 meses.

 

O recurso destinado à obra é oriundo de repasse da mineradora Vale, conforme Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) alinhado junto ao Governo de Estado, devido ao rompimento da barragem de Brumadinho. 

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OUTRAS INTERVENÇÕES
A represa do Camaru é a primeira intervenção municipal no Córrego Lagoinha, anunciada em fevereiro de 2022. As obras estão atrasadas, segundo o prefeito Odelmo Leão, por questões burocráticas e ambientais. 

“Por questões que, por ser um parque tombado ambientalmente, tivemos que buscar outra solução, que é a elevação de quatro ruas para fazer o papel de represas e não ferir o meio ambiente. São soluções que buscamos. Essa que é a maior obra, mas que agora será iniciada”, disse.

As vias que serão elevadas para represamento da água são a avenida Jaime de Barros e as ruas Vasco Mascia, Saldanha Marinho e a Ana Cardoso da Silva, todas no bairro Santa Luzia. “Levantaremos os níveis dessas vias para captar a água dessa região, que serve de deságue dos bairros Santa Mônica, Granada, São Jorge. É uma bacia de grande contribuição”, explicou Norberto Nunes.

Odelmo também antecipou que, em parceria com uma empresa privada, outros córregos que cortam a cidade deverão ser recuperados.

COBRANÇA
Entre os presentes no evento de assinatura da ordem de serviço estava o promotor de justiça Fernando Martins que, em janeiro de 2022, fez uma medida cautelar, acatada pela justiça, obrigando a Prefeitura de Uberlândia e o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) a apresentarem estudos de drenagem na Av. Rondon Pacheco. Na época, uma forte chuva deixou a via destruída, além de causar danos à população e aos comércios.

Na ocasião, Fernando Martins elogiou a obra e os trabalhos após o incidente de 2022, mas criticou a demora do poder público em tomar alguma atitude em relação à prevenção aos fatos históricos que acontecem quase todos os anos na Av. Rondon Pacheco.

“Temos casos emblemáticos em Minas Gerais, como Brumadinho, Mariana, e temos que refletir sobre isso e começar a trabalhar numa situação de antecipação de danos. O nome disso é prevenção e precaução. Nesse episódio do ano passado, nos esforçamos para ajuizar uma ação civil pública contra o Município. Não por uma questão pessoal, uma rusga. O problema que se trata da natureza da legalidade constitucional”.

Fernando Martins reforçou ainda que é necessário fazer um desenvolvimento sustentável, que é a urbanização sem lesão à comunidade. “Do que adianta termos o melhor asfalto, se ele vai embora na primeira chuva. O nome disse é danos ao erário público. Poderíamos ter um caminho diferenciado, mas preferimos ajuizar uma cautelar para que o Município pensasse a posição de prevenção e precaução para a comunidade. A ideia era essa”.

O promotor lembrou que a cautelar ainda está tramitando na 1ª Vara de Fazenda Pública do Município de Uberlândia e que conseguiram uma liminar favorável. “Que tivesse alertas na Rondon Pacheco e que se fizesse os piscinões, importantes porque irão drenar a água que não temos controle. É um problema climático, de crescimento populacional, um desenvolvimento populacional, prestação de serviços boa do municípios em determinadas áreas, mas temos que pensar no futuro das próximas gerações”.

 

*Matéria atualizada às 19h08 para acréscimo de informações.

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