A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) comunicou, nesta terça-feira (29), que restaram apenas R$ 71 de limite de empenho para quitar as despesas da instituição. O anúncio foi publicado após o Governo Federal realizar um novo corte de R$ 2,7 milhões do orçamento discricionário da universidade.
O orçamento discricionário é vinculado às despesas de manutenção e funcionamento das universidades. As contas de energia, água, telefone, prestação de serviços de limpeza, jardinagem e segurança estão incluídas na modalidade. “Ficaram R$ 71 reais para quitar contas de mais de R$ 10 milhões. Vamos fechar o exercício de 2022 devendo”, informou o pró-reitor de Administração e Planejamento, Darizon Alves de Andrade.
Ainda de acordo com Darizon, a instituição já informou à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) que não conseguirá pagar a próxima conta de luz. Além disso, os outros pagamentos também serão atrasados em razão da falta de verba.
O pró-reitor esclareceu que, em um primeiro momento, as atividades da UFU não serão paralisadas, pois, um novo aporte financeiro está previsto para o início de janeiro de 2023. A expectativa é continuar o exercício deste ano, mesmo com atrasos nos pagamentos, e tentar voltar à normalidade no próximo ano.
Em nota publicada, a reitoria da universidade lamentou a situação. “Já era muito difícil e chegou ao limite do insustentável. E isso em um momento quando normalmente são realizados aportes financeiros às Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) por parte do Governo Federal para o acerto das contas no final do exercício. Assim, a UFU perde totalmente sua capacidade de saldar os compromissos financeiros assumidos de acordo com o orçamento aprovado na Lei Orçamentária Anual 2022 (LOA-2022)”.
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CONTENÇÃO
Em junho deste ano, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) já havia sofrido um corte de orçamento de R$ 9,5 milhões. Em razão da situação, no mês de novembro, a instituição apresentou uma proposta para reduzir em pelo menos 15% as despesas com contratos firmados com prestadores de serviços.
A medida ocorreu para tentar frear a insuficiência de recursos no orçamento, prejudicado pelos sucessivos cortes de verbas do Governo Federal, que ocorrem desde 2016. A estimativa, somente para o próximo ano, é de uma previsão orçamentária 35% menor do que os gastos previstos pela instituição, uma diferença que gira em torno de 47 milhões.
Na época, o pró-reitor de Planejamento e Administração, Darizon Alves de Andrade explicou que a universidade busca alternativas para lidar com os cortes que criaram um cenário de desequilíbrio entre os recursos disponíveis e o valor necessário para o funcionamento e a manutenção dos serviços prestados pelos campi. “O histórico de contenções realizadas pelo Ministério da Educação (MEC) equivalem a uma perda anual de R$ 20 milhões por ano desde 2016”, disse.
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