Neste ano, até o momento, apenas um incêndio foi registrado no Pau Furado | Foto: Arquivo DiárioOs incêndios florestais na unidade de conservação do Parque Estadual do Pau Furado, em Uberlândia, tiveram uma queda significativa no ano passado. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, em 2022, foram registrados 30 casos de queimadas no local, enquanto em 2023, foram sete ocorrências, sendo uma redução de 76% no número de incêndios.
O tenente do 5º Batalhão de Bombeiros, Henrique Figueiredo, afirmou que a prevenção de incêndios na área de conservação ocorre durante o ano todo, não só em momentos de estiagem. Segundo ele, os gerentes e brigadistas do parque, juntos aos bombeiros, trabalham ininterruptamente junto dos bombeiros para prevenir as queimadas florestais. Neste ano, até o momento, apenas um incêndio foi registrado na unidade de preservação do Pau Furado.
“O parque é um local de relevante interesse biológico e de preservação do meio ambiente. Quando um incêndio acomete uma área rural adversa, ele traz transtornos, mas representa uma perda menor do que em uma área que foi destinada obrigatoriamente à preservação natural, como o Parque do Pau Furado. Por isso a importância da gente prevenir o incêndio que invariavelmente acaba acontecendo nessas áreas”, esclareceu.
Em relação às ações preventivas, o oficial explicou que é realizado um plano de manejo que inclui a concepção de aceiros, que são faixas ao longo das cercas onde a vegetação é eliminada da superfície do solo para conseguir melhor prevenção, impedindo a propagação de incêndios.
Além disso, o profissional reforçou que brigadistas temporários serão contratados para atuarem de julho até setembro. “Os brigadistas são contratados para diversos parques selecionados, em planejamento estratégico em todo o estado de Minas Gerais. Aqui em Uberlândia serão seis profissionais atuando no Parque do Pau Furado”.
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De acordo com o tenente, a prevenção é importante porque as queimadas em áreas de conservação representam um perigo para a vida silvestre e de moradores da região. “São diversos animais e vegetação importante que passam por estudos científicos e não podem ser perdidos. Os prejuízos vão desde o ambiental até o risco para as pessoas, pois tem fazendas próximas que podem ser impactadas”, concluiu.
CLIMA
Os incêndios espontâneos estão diretamente ligados aos fatores climáticos. Segundo o climatologista Eduardo Petrucci, quando o tempo está mais seco, as plantas não têm o teor de umidade mínimo e com a presença da alta temperatura durante os eventos de queimada, isso faz com que a vegetação fique mais fraca para reter o avanço do fogo.
“O tempo quente e seco é propício para a ocorrência das queimadas. Já tivemos um mês de abril bem seco, a tendência agora é ficar cada vez mais seco com a chegada do inverno. A situação pode se agravar com a atuação da La Niña que, de acordo com a previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) é um aumento da temperatura da superfície do ar”, completou.
O especialista esclareceu que as regiões tropicais não possuem um clima tão regular, onde há distribuição da temperatura e precipitação ao longo do ano todo. “O clima tropical, em sua maioria, possui uma tendência de concentração da chuva no verão e primavera, e uma redução drástica no outono e inverno. Isso é um ritmo natural do clima nas regiões tropicais. Então, é normal que fique seco nesse período do ano"
Por fim, Petrucci reforçou que a região do Triângulo Mineiro passa por uma onda de calor que tem total relação com os incêndios em áreas naturais registrados nos últimos anos. “A onda de calor e outros sistemas atmosféricos formam um bloqueio atmosférico que age impedindo as massas de ar frias e úmidas de chegar. Há um tempo de resposta até o solo ganhar essa umidade de novo”.
PARQUE DO PAU FURADO
O Parque Estadual do Pau Furado foi criado em 2007, possui 2,2 mil hectares de área e está localizado nos municípios de Uberlândia e Araguari. O local abriga importantes remanescentes do cerrado e é a primeira unidade de conservação da categoria localizada no Triângulo Mineiro.
Os recursos para implantação do Parque foram provenientes de medidas de compensação ambiental decorrentes do licenciamento de duas usinas hidrelétricas do consórcio Capim Branco Energia.
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