11/11/2022 às 17h45min - Atualizada em 11/11/2022 às 17h45min
UFU prevê déficit de R$ 47 milhões no orçamento para 2023
Despesas para o próximo ano estão estimadas em R$ 134 milhões, mas verba pré-aprovada pelo MEC é 35% menor
IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Universidade teme que serviços de manutenção e bolsas de formação sejam impactados I FOTO: MILTON SANTOS A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) apresentou nesta semana uma proposta para reduzir em pelo menos 15% as despesas com contratos firmados com prestadores de serviços. A medida ocorre para tentar frear a insuficiência de recursos no orçamento, prejudicado pelos sucessivos cortes de verbas do Governo Federal, que ocorrem desde 2016. A estimativa, somente para o próximo ano, é de uma previsão orçamentária 35% menor do que os gastos previstos pela instituição, uma diferença que gira em torno de 47 milhões. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
A reunião, realizada na quinta-feira (10), busca alternativas para lidar com os cortes, que, segundo a UFU, criaram um cenário de desequilíbrio entre os recursos disponíveis e o valor necessário para o funcionamento e a manutenção dos serviços prestados pelos campi. Segundo o pró-reitor de Planejamento e Administração, Darizon Alves de Andrade, o histórico de contenções realizadas pelo Ministério da Educação (MEC) equivalem a uma perda anual de R$ 20 milhões por ano desde 2016.
O orçamento discricionário é vinculado às despesas de manutenção e funcionamento das universidades. As contas de energia, água, telefone, prestação de serviços de limpeza, jardinagem e segurança estão incluídas na modalidade. Em entrevista ao Diário, o pró-reitor afirmou que a proposta da Universidade é realizar pagamentos parciais das despesas dos meses de novembro e dezembro.
As alterações devem ser implementadas imediatamente para terem reflexo no início do próximo ano, na área de “recursos destinados a serviços de manutenção como os de limpeza e jardinagem”. Outra área que também pode ser impactada pelos cortes orçamentários é a de bolsas de estudo de formação. “Existem dois tipos de bolsa. É importante deixar claro que o Programa Bolsa Permanência está intacto. O que pode ser afetado são as bolsas de estágio remunerado, de iniciação científica e de formação”, explicou.
ORÇAMENTO 2023
O orçamento para o próximo ano ainda não foi aprovado, mas caso os valores previstos pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) sejam efetivados, o quadro para as universidades será de ampliação na contenção de despesas.
O PLOA prevê um recurso total para a UFU de R$ 86,9 milhões. No entanto, a previsão de gastos é de R$ 134 milhões, o que representa um déficit de R$ 47,1 milhões. “Hoje a UFU tem uma despesa média de R$ 10,5 milhões por mês apenas com custeios, sem contar o pessoal. Se aprovado conforme proposto no PLOA, o orçamento garante o funcionamento da universidade somente até agosto”, projetou Darizon.
Apesar do orçamento insuficiente, o pró-reitor espera que o quadro seja modificado conforme informações veiculadas pela imprensa. Segundo Darizon, o governo de transição demonstra maiores preocupações com a recomposição orçamentária para a merenda escolar e para as universidades e institutos federais.
“É um ano novo, uma nova perspectiva com um grupo político novo, que parece ter um olhar melhor para a educação. Pode ser que haja algum remanejamento no Congresso e que os números se tornem mais favoráveis. Vamos continuar nadando contra a correnteza. A UFU tem uma importância econômica muito grande para a região. Nós não temos condições de fazer reduções de despesas para equilibrar o orçamento, infelizmente”, argumentou.
A produção do Diário fez contato com o Ministério da Educação (MEC) para obter um posicionamento sobre os cortes orçamentários feitos à Universidade Federal de Uberlândia, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
VEJA TAMBÉM: