O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Uberlândia e conselheiro federal da OAB de Minas Gerais, Eliseu Marques, sugeriu em um grupo de WhatsApp que o ex-presidente Lula (PT) seja fuzilado. Na mensagem, que circula pelas redes sociais, o jurista afirmou: "este bandido tinha que ser fuzilado a exemplo de outros que deveriam ter o mesmo fim".
Marques atualmente é conselheiro seccional da OAB-MG, mas já foi presidente da OAB de Uberlândia por dois períodos. O primeiro entre 1993 e 1995, e o segundo entre 2004 e 2009. Veja o print da imagem:
A OAB Minas emitiu uma nota sobre o caso, afirmando que irá tomar providências sobre a fala de Eliseu Marques. Confira na íntegra:
"A seccional mineira da OAB informou que mais uma vez nesta semana, foi surpreendida com um pronunciamento que requer firme posicionamento institucional. Há pouco, lamentavelmente, houve o vazamento de uma mensagem do grupo privado de conselheiros estaduais.
A OAB-MG destaca que o conteúdo desta mensagem não é compatível com os princípios e os valores que a instituição defende. Por isso, providências serão tomadas para apuração da conduta do conselheiro no âmbito ético disciplinar.A OAB mineira ressalta que não admite qualquer atitude que contenha discriminação, preconceito, incitação a violência ou discurso de ódio.A gestão 2022/2024 da OAB-MG trabalha para inovar, incluir e avançar e seguirá dedicada para que não haja retrocessos civilizatórios na sociedade brasileira."
A produção do Diário tentou contato com Eliseu Marques, mas até a publicação desta matéria ele não havia sido encontrado para comentar a declaração.
SEGUNDO CASO NA SEMANA
Este é o segundo caso de discurso de ódio envolvendo membros da OAB em menos de uma semana. Na quarta-feira (5), a vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados (OAB) de Uberlândia, Flávia Aparecida Moraes, fez declarações xenofóbicas contra moradores do nordeste do Brasil. Em vídeo, a advogada disse que "não vai mais alimentar quem vive de migalhas", fazendo referência ao povo nordestino.
Em resposta à declaração xenofóbica da advogada, a OAB de Uberlândia afirmou que exonerou Flávia Aparecida Moraes do cargo nesta quinta (6). Além disso, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais ajuizou uma ação civil pública contra a advogada. O órgão pede que ela seja condenada a pagar uma indenização de R$ 100 mil por dano moral coletivo. O documento foi assinado por nove defensores públicos e, na ação, os autores defendem que a jurista propagou falas preconceituosas e discriminatórias, causando constrangimento ao povo nordestino de magnitude imensurável.
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