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07/10/2022 às 11h25min - Atualizada em 07/10/2022 às 12h40min

OAB exonera advogada de Uberlândia que fez declarações xenofóbicas contra nordestinos

Flávia Aparecida Moraes, que respondia pela Comissão da Mulher Advogada, gravou vídeo dizendo que "não vai mais alimentar quem vive de migalhas"

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

A vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados de Uberlândia (OAB), Flávia Aparecida Moraes, foi exonerada do cargo nesta quinta-feira (6). Nesta semana, a advogada apareceu em um vídeo fazendo declarações xenofóbicas contra moradores do nordeste após o 1º turno das eleições. Durante sua fala, ela afirmou que "não vai mais alimentar quem vive de migalhas", fazendo referência ao povo nordestino. 

Em nota, a OAB disse que devido às representações recebidas pela entidade, foi determinado a abertura de processos éticos disciplinares que serão apreciados pelo Conselho de Ética e Disciplina da Subseção local, e Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-MG para apuração das eventuais infrações disciplinares e aplicações de sanções cabíveis.

Nesta quinta-feira (6), a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais ajuizou uma ação civil pública contra Flávia Aparecida Moraes. O órgão pede que a advogada seja condenada a pagar uma indenização de R$ 100 mil por dano moral coletivo. O documento foi assinado por nove defensores públicos e, na ação, os autores defendem que a jurista propagou falas preconceituosas e discriminatórias, causando constrangimento ao povo nordestino de magnitude imensurável.


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Por meio de nota, Flávia Moraes fez um posicionamento sobre a situação. Confira abaixo na íntegra:

"Em razão de manifestação pessoal publicada em minhas redes sociais, venho a público me desculpar por compreender a infelicidade do que foi falado, uma vez que é totalmente incompatível com meus valores. Minha conduta, embora reprovável, não se encontra tipificada como crime em qualquer dispositivo legal vigente. 

A exposição da minha fala foi feita por terceiros, sem o meu consentimento, e fez com que eu siga atacada com as mais diversas formas de violência contra a mulher, tendo que blindar a mim e minha família. A infelicidade da minha fala não pode autorizar ou justificar a prática de crimes graves contra a minha pessoa, que vão desde injúria e difamação, até mesmo a apologia ao estupro. Em um Estado Democrático de Direito os fins não justificam os meios.

Lamento pela repercussão desta infeliz colocação e me arrependo profundamente pelo ocorrido, desculpando-me com todas as pessoas de origem nordestina que tenham se sentido ofendidas, retratando-me completamente", disse.



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