Em um vídeo publicado após o resultado do primeiro turno das Eleições 2022, a vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados (OAB) de Uberlândia, Flávia Aparecida Moraes, fez declarações classificadas como xenofóbicas contra moradores do nordeste do Brasil. Durante a fala, a advogada disse que “não vai mais alimentar quem vive de migalhas”. O vídeo, que circula nas redes sociais, gerou reações de internautas e da OAB.
No vídeo, Flávia aparece acompanhada de outras duas mulheres, que não foram identificadas. Elas estão vestidas com as cores verde e amarelo, e fazem um brinde. Neste momento, a advogada começa o discurso, declarando que não irá mais à região nordestina.
"[Dizer] A todos aqueles brasileiros que a partir de hoje têm que ser muito inteligente. Nós geramos empregos, nós pagamos impostos e sabe o que que a gente faz? A gente gasta o nosso dinheiro lá no Nordeste. Não vamos fazer isso mais. Vamos gastar dinheiro com quem realmente precisa, com quem realmente merece. A gente não vai mais alimentar quem vive de migalhas. Vamos gastar o nosso dinheiro aqui no Sudeste, ou no Sul ou fora do país, inclusive porque fica muito mais barato. Um brinde a gente que deixa de ser palhaço a partir de hoje", disse.
CONFIRA O VÍDEO:
REPRODUÇÃO/ REDES SOCIAIS
Flávia ainda escreveu na descrição do vídeo: “Lamentavelmente mais necessário, precisamos ser racionais. Democracia é democracia”.
Após a repercussão das falas, Flávia Aparecida Moraes pediu licença do cargo. Em nota, a OAB Uberlândia informou que não se manifesta sobre declarações de cunho pessoal de seus inscritos e disse que as declarações da advogada não refletem o posicionamento da instituição.
"A manifestação feita pela colega é de cunho pessoal e não reflete a manifestação da entidade. A OAB repudia de forma veemente as expressões utilizadas que materializam preconceito e discriminação contra o povo nordestino. Caracteriza um tipo de xenofobia regional intolerável, inadmissível. A OAB de Minas Gerais recomenda à OAB de Uberlândia que independente da licença requerida pela colega a destitua do cargo porque ela não tem condições de participar desta gestão da OAB de Minas Gerais", informou.
O Diário de Uberlândia tentou contato com a advogada para comentar as declarações. Flávia chegou a atender, mas desligou logo em seguida dizendo que não poderia falar no momento.