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17/05/2022 às 14h59min - Atualizada em 17/05/2022 às 14h59min

Pâmela Volp é denunciada por comandar esquema de extorsão na penitenciária de Uberlândia

Detentos relataram à Polícia Militar que chegaram a ser agredidos e ameaçados pela ex-vereadora que está presa na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Ex-vereadora foi presa após ser acusada de exploração sexual de travestis em Uberlândia | Foto: Aline Rezende/CMU

Detentos da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, denunciaram Pâmela Volp por práticas de extorsão, lesão corporal e ameaça dentro da unidade prisional. A ex-vereadora está detida desde novembro de 2021, após ser presa durante a Operação Libertas

 

Segundo informações da Polícia Militar (PM), a denúncia foi feita nesta segunda-feira (16) por quatro detentos. Os relatos deram conta de que a ex-vereadora teria estabelecido no interior da ala destinada a pessoas LGBTQIA+ um sistema de extorsão, cuja prática se iniciou em fevereiro deste ano. 

 

As denúncias apontam um esquema elaborado para a comercialização interna de cigarros, materiais de limpeza, alimentos e outros produtos. De acordo com testemunhas, o sistema funciona através de trocas, ou seja, para adquirir um dos produtos, os detentos teriam que pagar com outro material. Caso não fosse pago dentro do prazo e condições estipuladas, os presos sofriam agressões físicas e privações dos direitos básicos, como ficar sem alimentação. 

 

Na unidade, a PM encontrou diversas caixas contendo grande quantidade dos produtos utilizados no esquema de extorsão. Os policiais penais foram questionados sobre os materiais e afirmaram que os itens foram encontrados na cela de Volp. 


AMEAÇAS E AGRESSÃO

Ainda durante a ocorrência, os militares registraram os relatos das vítimas que foram ameaçadas e intimidadas pela acusada. Um detento, de 24 anos, informou que Pâmela criou dentro da ala LGBTQIA+ um teste para saber se as pessoas homossexuais são ativas ou passivas. A vítima se negou a participar e foi agredida por outros dois presos a mando de Volp. 

 

Outro detento, de 28 anos, disse ter sido vítima de falas ameaçadoras por parte da autora. Segundo ele, desde que Pâmela ingressou na penitenciária, houve uma mudança na rotina do local. Conforme dito à PM, Volp fez diversas alianças e criou uma rede de proteção que inclui outros detentos e policiais penais da unidade.

 

O terceiro detento ouvido informou aos militares que está recebendo ameaças de Pâmela em razão de uma dívida no valor de R$ 2.500 que foi adquirida durante o esquema de extorsão. A vítima contou ainda que ficou por vários dias sem alimento para conseguir pagar a suposta pendência financeira.

 

Outro preso também disse que recebe ameaças e agressões físicas de Pâmela. Ele chegou a pedir transferência da ala porque todo seu alimento era tomado a mando da ex-vereadora. 

 

INVESTIGAÇÃO

A direção da penitenciária informou que Pâmela Volp será encaminhada para o Conselho Disciplinar da unidade e investigada pela Polícia Civil sobre os atos ocorridos na unidade prisional. 

 

O Diário de Uberlândia tentou contato com o advogado de Pâmela para solicitar um posicionamento sobre a situação, mas as ligações não foram atendidas.

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