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17/03/2022 às 19h44min - Atualizada em 17/03/2022 às 19h44min

Em dois anos, covid-19 deixa mais de 3,3 mil mortos em Uberlândia

Após confirmação do primeiro caso, cidade enfrentou altos e baixos, com UTIs lotadas, fechamento do comércio, número recorde de mortes, início da vacinação e liberação da obrigatoriedade da máscara em locais abertos

SÍLVIO AZEVEDO
Junho de 2020 foi marcado pelo caos no sistema público de saúde, com 100% dos leitos de UTIs ocupados | Foto: PMU/Divulgação
Há dois anos, Uberlândia registrava o primeiro caso confirmado de covid-19. De lá pra cá, o cenário da pandemia na cidade e no país alternou entre altos e baixos. Em meio a perdas e diversos problemas, esperanças foram surgindo com o passar do tempo e, atualmente, com o avanço da vacinação, o retorno da economia e as flexibilizações, a população enxerga uma luz no fim do túnel para voltar ao “normal”.

Durante o período, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (17), a cidade já registrou 199.272 casos confirmados e 3.337 óbitos causados pelo coronavírus. 

O Diário de Uberlândia traz uma linha do tempo com os principais registros da pandemia na cidade. Confira abaixo.

INÍCIO
O primeiro caso de covid-19 foi confirmado no dia 17 de março de 2020. O advogado Jonathan Edward Rodovalho Campos, foi detectado com o novo coronavírus após retornar de uma viagem para Uruguai e Argentina.

Antes mesmo do primeiro caso confirmado, a Prefeitura de Uberlândia publicou o Decreto nº 18.523, em 27 de fevereiro de 2020, criando o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19, com 17 membros do poder público, justiça e sociedade civil, responsáveis pela implementação de políticas públicas para impedir o avanço da doença.

Com a chegada de mais casos na cidade, o Município anunciou as primeiras medidas de restrição, como a suspensão das aulas, fechamento do comércio, visitas aos hospitais, adiamento das cirurgias eletivas, suspensão de eventos culturais, entre outras.

O primeiro óbito por covid-19 não demorou para ser registrado. No dia 2 de abril, uma idosa de 61 anos, que estava internada no Hospital Municipal, faleceu em decorrência da doença. Na época, existiam poucas informações sobre a nova enfermidade e o caso abalou o município.

Na mesma data, a cidade tinha 64 pacientes internados nas unidades de saúde com sintomas da doença, sendo 25 em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e 40 na enfermaria. Também foi no mês de abril que a cidade ultrapassou a marca de mais de 100 casos confirmados.

No dia 29 de maio, Uberlândia registrou o milésimo caso confirmado de covid, levando somente 73 dias para atingir a marca. Nove dias depois, com um avanço rápido da doença, a cidade chegou aos 2 mil casos.

Junho foi marcado pelo caos no sistema público de saúde, com 100% dos leitos de UTIs ocupados pela primeira vez desde o início da pandemia. Nesse momento, a Justiça entrou em ação, com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinando que todos os municípios mineiros deveriam aderir ao plano Minas Consciente que classificava as regiões do Estado como “ondas”. 

Dia 10 de julho, um dia depois da decisão do TJMG, a Prefeitura de Uberlândia informou que acataria a decisão, mas pouco tempo depois, entrou com um embargo declaratório contra a decisão, porém, foi negado.

Com isso, o Município teve que cumprir a determinação e publicou o decreto informando a adesão ao plano estadual no dia 31 de julho, valendo a partir de 10 de agosto. Porém, em setembro, o Superior Tribunal Federal (STF) derrubou a decisão do TJMG por ela ser inconstitucional.

Aproveitando da decisão do STF, a Prefeitura publicou no Diário Oficial de 7 de outubro, a saída do programa Minas Consciente e divulgou o plano próprio para funcionamento das atividades. O plano é dividido em três fases: rígida (vermelha), intermediária (amarela) e flexível (verde). As definições são comandadas pelo Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 e leva em conta os seguintes critérios: número de novos casos, taxa de ocupação, número de leitos.

Nos últimos meses do ano, a esperança de dias melhores parecia certa para muitos moradores. Os casos e mortes haviam se estabilizado, mas as festas comemorativas de fim e começo de ano, e o surgimento da variante Delta fizeram a situação piorar novamente. Uberlândia fechou 2020 com 741 óbitos e 42.829 casos confirmados. 

2021
Os dois primeiros meses de 2021 fecharam com quase 23 mil novos casos e 244 óbitos de covid-19. Diante da situação, a Prefeitura anunciou novas medidas de enfrentamento ao vírus. No dia 23 de fevereiro, quando a cidade chegou a mil mortes, o Município instituiu o toque de recolher, a proibição da venda de bebidas alcoólicas e a suspensão da circulação do transporte público após às 20h.

No dia 21 de fevereiro, morreu a vereadora do Patriota, Drika Protetora, com 52 anos, depois de nove dias internada lutando contra a Covid-19. Foi a primeira parlamentar a perder a vida para o coronavírus. Outros parlamentares também já tinham testado positivo, mas de maneira assintomática.

Março foi o mês com pior índice de mortalidade. Foram 691 óbitos, 23,7 mil hospitalizados e novamente a taxa de ocupação das UTIs chegou a 100% por vários dias. Ainda foram registrados 13.013 novos casos.

O mês ainda marcou a confirmação das variantes Britânica (alfa) e a de Manaus, o que causou o boom de casos de covid-19 na cidade e no resto do país. No dia 17 de março, o município completava um ano de pandemia e no período já haviam 76 mil notificações confirmadas e 1.461 óbitos registrados. 

Em meio a tudo isso, a vacinação contra a covid-19, que iniciou em janeiro de 2021, continuava avançando. Em Uberlândia, a enfermeira Marceli Fernandes de Oliveira foi a primeira a receber a dose do imunizante

Devido às medidas de restrição e o avanço da imunização, principalmente em idosos, os números de abril e maio foram menores que março. Foram 391 mortes em abril e 215 em maio.

Depois de seis meses, em 19 de agosto, a Prefeitura suspendeu o toque de recolher e começou a rever a ampliação de funcionamento do comércio na cidade, em razão dos índices que mostraram uma redução no número de casos e óbitos.

Setembro começou com Uberlândia ultrapassando a casa dos 3 mil óbitos. No dia 1º, foram 10 mortes registradas, totalizando 3.007 vidas perdidas para a covid. No dia 17, o vereador Thiarles Santos (PSL) foi o segundo parlamentar vítima da covid-19. Ele faleceu aos 34 anos, depois de lutar por quase um mês contra a doença.

Ainda em setembro, no dia 23, adolescentes com idade entre 12 e 17 anos começaram a receber a vacina contra o coronavírus.
Os meses seguintes tiveram números baixos, além da redução da taxa de ocupação dos leitos de UTI. Com isso, houve a flexibilização para a abertura do comércio, incluindo bares,  restaurantes e eventos com público limitado. 2021 terminou com 3.191 vítimas fatais e 129.452 casos confirmados em Uberlândia.

2022
As comemorações de fim e começo de ano, e o surgimento de mais uma cepa, a variante Ômicron, voltaram a causar surtos de casos. O início de 2022 foi contemplado com mais um aumento no número de pessoas infectadas. Contudo, diferente dos outros anos, em razão da eficácia da vacinação e considerando que boa parte da população já estava vacinada com duas doses, o número de mortes foi significativamente menor se comparado a 2020 e 2021. 

Depois das festas de Natal e Réveillon, janeiro fechou com 47,7 mil novos casos, sendo que, somente no dia 26, o boletim informativo da Prefeitura revelou que 3.080 pessoas tiveram diagnóstico positivo em 24 horas. 

Fora do cronograma de vacinação, crianças de 5 a 11 anos começaram a ser vacinadas em fevereiro, com imunizantes da Pfizer pediátrica. 

Com os baixos números de casos e óbitos, e dando continuidade no cronograma de vacinação, a Prefeitura de Uberlândia adotou, no dia 7 de março, o esquema de livre demanda para pessoas que já estão aptas a receber as doses de reforço. Os imunizantes são distribuídos nas unidades de saúde do município.

Depois de quase dois anos, o Município anunciou, no dia 11 de março, o uso facultativo da máscara em locais abertos


 

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