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09/02/2022 às 12h45min - Atualizada em 09/02/2022 às 12h45min

Roubos e furtos de aparelhos celulares reduzem 50% em Uberlândia

Atuação da Central de Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais (Cbloc) e o aumento de solicitações são os principais motivos para a diminuição dos crimes no município

MARIELLE MOURA
Registros no Cbloc em Uberlândia passaram de mil em 2021 I Foto: SEJUSP/DIVULGAÇÃO
O número de furtos e roubos de celulares em Uberlândia caiu cerca de 50% em 2021, se comparado aos últimos dois anos. De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito, a atuação da Central de Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais (Cbloc) na cidade e o aumento de solicitações são os principais motivos para a diminuição dos crimes no município.
 
Segundo dados Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em 2021 foram 1.651 registros de furto de celulares em Uberlândia, enquanto em 2020 foram 1.923 registros e em 2019 foram 3.062 registros, praticamente o dobro de ocorrências. Já em relação aos casos de roubo, em 2021 foram 621 registros em Uberlândia, em 2020 foram 937 registros e em 2019 foram 1.816 celulares roubados na cidade.
 
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito, o aumento das solicitações na Cbloc é um dos motivos para a diminuição dos furtos e roubos de celulares na cidade “Uma coisa está interligada a outra. Porque quando eu faço a ocorrência policial daquele furto que ocorreu, isso me dá subsídios para investigar e para bloquear o aparelho. Do que adianta eu ter um celular na mão se ele está bloqueado”,disse.
 
As seis cidades mineiras com mais solicitações de bloqueio são Belo Horizonte, Uberlândia, Nova Serrana, Patos de Minas, Uberaba e Ipatinga. De acordo com a Sejusp, em 2021, a 9ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), que Uberlândia faz parte, foi a segunda região com maior número de pedidos de bloqueio de aparelhos celulares furtados ou roubados, sendo 1.056 solicitações.
 
Ainda de acordo com o delegado-chefe, a denúncia dos crimes é de extrema importância para coibir esse tipo de ação. “A denúncia do crime é uma parte fundamental da vítima. Quando ela procura a polícia, registra a ocorrência, toma as medidas cabíveis, visando o bloqueio e a inatividade daquele aparelho celular, as ações criminosas são cada vez mais coibidas, incluindo o não uso do aparelho ilícito”, informou.
 
Por fim, Marcos Tadeu falou sobre as investigações na cidade e como desarticular o comércio de celulares furtados e roubados ajudou no combate desse tipo de crime. “Desarticulamos diversas pessoas e associações ligadas diretamente ao comércio clandestino e ilegal desse tipo de aparelho. Então do que adianta eu ter um celular produto de crime se não vou poder utilizá-lo amanhã. A relação custo-benefício não compensa. A pessoa quando se dispõe a praticar um crime ela vai analisar essa relação econômica ‘a viabilidade econômica’ daquela empreitada criminosa”, finalizou.
 
CBLOC
A Central de Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais (Cbloc) foi criada em julho de 2018. Após a vítima sofrer o furto ou roubo de celular, é possível bloquear o telefone por meio da plataforma. A vítima tem até 48 horas para realizar o bloqueio do celular depois do registro da ocorrência.
 
Ao bloquear o aparelho, a vítima preserva informações pessoais. Com aparelhos inutilizados e sem possibilidade de ativação em nenhuma operadora, o dispositivo perde valor de mercado no mundo do crime.
 
A Cbloc também busca acabar com o roubo de celulares que ainda não foram vendidos para os consumidores, à medida que lojistas e transportadores podem bloquear aparelhos que foram subtraídos em crimes de roubo de carga, por exemplo.
 
Stéfano Schwenck Borges Vale Vita é professor e coordenador dos cursos de tecnologia de uma universidade particular de Uberlândia e explicou que o bloqueio acontece no aparelho e não na conta da vítima
 
“Quando é feita a solicitação de bloqueio pelo sistema, o bloqueio acontece no aparelho, não é na conta, não é no número. Depois que a pessoa é furtada ou acontece o roubo, o autor vai tentar vender e como o aparelho vai estar bloqueado, ele não consegue, porque o aparelho fica bloqueado. A pessoa que compra o celular não consegue registrar outro número, por exemplo”, informou Stéfano.
 
O coordenador ainda explicou que existem duas formas de bloquear o aparelho no sistema em casos de crimes. “Existem duas maneiras que a pessoa consegue bloquear, pelo número do aparelho e pelo número do IMEI do aparelho, que é o código internacional. Então depois de bloqueado, a pessoa que ficar com ele não vai conseguir registrar e com isso as ações de furto ou roubo tendem a cair”, afirmou.
 
Por fim, Stéfano comentou que com o bloqueio outros crimes podem ser inibidos. “É importante a divulgação dessa central por conta do trabalho que é realizado e a eficácia dele. O crime vai perdendo a utilidade até para o bandido”, finalizou.
 
Apenas o aparelho celular será bloqueado pela Central. Para bloqueio da linha, faça contato direto com a operadora de celular. Para utilizar o serviço é necessário registrar a ocorrência e depois acessar a plataforma por meio do site.


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