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11/07/2021 às 13h35min - Atualizada em 11/07/2021 às 13h35min

Hemocentro registra queda em estoque de sangue em Uberlândia

Os tipos de sangue mais necessitados no momento são O e A, positivo e negativo

GABRIELE LEÃO
Rafaela Xavier, de 10 anos, e a mãe Juliana Guebara | Arquivo Pessoal
O Hemocentro de Uberlândia tenta mais uma vez manter as doações de sangue. O estoque,  que já andava em níveis baixos, pode registrar queda com a chegada do inverno e avanço da pandemia do coronavírus. Os tipos de sangue mais necessitados no momento são O e A, positivo e negativo.

Segundo Patrícia Fernandes, captadora de doadores do Hemocentro, "há apenas 30% de estoque do O-, esse que é um dos mais difíceis de ser captado e mais utilizado, já que é altamente necessário, principalmente nos casos de emergência, onde não há como verificar no mesmo momento a tipagem sanguínea do paciente".

O Hemocentro de Uberlândia atende outros 18 munícipios da região e uma doação pode beneficiar até quatro pessoas. "Nossa meta mensal é pelo menos 2.100 pessoas, mas como lutamos com os agendamentos, já que depende da disponibilidade do doador, muitas vezes não conseguimos bater a quantidade necessária. Os tipos A e O positivos temos em média no estoque, hoje, cerca de 85% e 60%, respectivamente", contou.

Para incentivar a doação, o Hemocentro passa agora a receber os doadores duas vezes aos sábados, sendo o segundo e o último de cada mês. Para este sábado (10) ainda há vagas disponivéis. 



COMO DOAR
Com a pandemia, as doações passaram a ser realizadas apenas por agendamento. Para controlar o número de doadores e horários, o doador pode agendar pelo aplicativo da Fundação Hemominas ou pelo site.

Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade. Jovens de 16 e 17 anos podem doar acompanhados pelo responsável legal, que deverá apresentar um documento de identidade e assinar a autorização no local de doação. A partir de 61 anos, o candidato à doação precisa comprovar a realização de pelo menos uma doação anterior.

Os vacinados podem doar após 48h da imunização, caso seja com Coronavac, e até sete dias para as outras vacinas.
Para quem teve covid-19, a doação pode ser feita 30 dias após o fim dos sintomas, caso não haja nenhuma sequela, assim como quem teve sintomas gripais.  Caso o doador tenha tido contato com alguém com suspeita de coronavírus, deve aguardar até 14 dias, caso não haja sintomas.

DOAÇÕES PARA RAFAELA
Juliana Guebara, especialista em implantodontia, há dois meses descobriu que a filha mais nova, Rafaela Xavier, de 10 anos, tem leucemia severa. "Foi um desespero receber o diagnóstico da minha filha, principalmente quando ela é tão saudável e nunca teve nenhuma complicação. Além da doença, descobrimos que a Rafaela precisa de transfusão de sangue filtrada e fenotípada para garantir que o recebimento do sangue seja 100% aproveitado", contou. Ainda de acordo com Juliana, “algumas informações do Hemocentro foram repassadas de que esse exame fenotipagem não é realizado há algum tempo”.

A fenotipagem refere-se a uma testagem mais ampla dos vários grupos sanguíneos. Geralmente, as pessoas conhecem apenas os grupos ABO e RH positivo ou negativo, mas existem muitos outros que não são pesquisados nas transfusões de quem não transfunde seguidamente.

Na última semana, Rafaela e Juliana tiveram os primeiros sintomas de covid-19. Desde esta terça-feira (7), elas estão internadas na pediatria oncológica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). "Mobilizamos uma doação em massa nas redes sociais, e mais de 80 pessoas fizeram a doação de sangue. Isso mostra que mesmo que minha filha não receba todas as doações, outras pessoas serão ajudadas", disse.


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