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11/07/2021 às 10h45min - Atualizada em 11/07/2021 às 10h45min

Aumento do preço de combustíveis impacta na prestação de serviços em Uberlândia

Além de motoristas de aplicativos, postos de combustíveis também foram afetados negativamente

LORENA BARBOSA
Economista Benito Salomão acredita que investimento em energias alternativas evitaria impacto negativo do aumento do petróleo I Foto: Arquivo pessoal
Os preços da gasolina, óleo diesel e do gás de cozinha (GLP) foram reajustados pela Petrobrás na última terça-feira (5). O aumento médio no preço da gasolina chegou a R$ 0,16, gerando um custo final às distribuidoras de R$ 2,65 (6,3%), enquanto o diesel subiu em média R$ 0,10, chegando ao valor de comercialização de R$ 2,81 (3,7%) nas refinarias. Além dos combustíveis, o gás de cozinha está mais caro. O preço de venda teve aumento de 5,8%, sendo vendido a R$ 3,80 o quilo.

Segundo o economista Benito Salomão, o preço do petróleo tem sofrido impacto internacional pela alta do dólar e pelas flutuações internacionais de oferta e demanda da matéria prima. O especialista explica que, nesse caso específico, um impasse na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) sobre a produção que será entregue nos próximos anos tem impactado no preço, uma vez que alguns países querem aumentar a produção, enquanto outros defendem que a oferta deve continuar como está.

O aumento do preço de venda do petróleo acaba gerando uma série de impactos. Os combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel, acabam sofrendo correções e dificultando a vida de quem trabalha com transporte. Isso acaba fazendo com que o consumidor final pague mais por serviços de entrega, por exemplo. O preço nas bombas dos postos de combustíveis fica mais alto. Empresários do setor também reclamam das adequações, uma vez que se dizem sem alternativa a não ser alterar os preços para o consumidor final. A empresária Cibelle Rodovalho tem cinco postos em Uberlândia e optou por não repassar o reajuste total ao consumidor. Com essa decisão, a empresária sabe que vai fechar o mês no vermelho.

“A queda nas vendas foi grande, principalmente em relação ao diesel. A gente sentiu a redução na venda muito grande. Nós temos no estado de Minas Gerais a pauta do combustível, que é de 15 em 15 dias. Dia 15, o governo faz um apanhado dos preços do combustível que está sendo vendido e aí ele acrescenta o imposto. Então, toda vez que tem o aumento da Petrobras, a gente sabe que vai ter o aumento do imposto”, explicou a empresária.

Quem também está sentindo no bolso os reajustes é o motorista por aplicativo Rodrigo Passos. No ramo há cinco anos, ele diz que a cada mês tem sido mais difícil ter lucro.  “Eu lembro que quando eu comecei, a gasolina estava a R$ 2,19, hoje a gasolina está aproximadamente R$ 6,09. Só que os aplicativos internacionais, que são os mais utilizados, simplesmente diminuem a margem do motorista, cobram mais do passageiro e não repassam isso para o motorista”, relatou.

Ainda de acordo com Rodrigo, mais de 50% dos motoristas de aplicativo de Uberlândia já pararam porque não têm dinheiro para manter os custos de um carro. “A cada viagem, o aplicativo fica com 41% do valor. Para conseguir um bom dinheiro no fim do mês, a carga horária de trabalho dele (do motorista) tem sido de 14 horas por dia”, concluiu.

O economista Benito Salomão diz que o país precisa, o quanto antes, estudar uma maneira de diminuir o impacto sofrido pelos consumidores com a flutuação nos preços do petróleo. Uma das maneiras mais indicadas seria no investimento de novas formas de energia. “O Brasil deveria estar discutindo a produção de energia solar, de energia eólica, incentivando a auto produção, criando linhas de créditos para que as pessoas possam produzir sua própria energia solar. Esse aumento se soma a outros 10, 15 aumentos que aconteceram ao longo do ano. Não tem condição de um país prosperar sem energia a baixo custo”, explicou o economista.


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