Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
11/05/2021 às 19h45min - Atualizada em 11/05/2021 às 19h45min

Especialista esclarece: mães com covid-19 não precisam interromper amamentação

Diário ouviu pediatra que afirma que não existe comprovação da transmissão da doença pelo leite materno

NILSON BRAZ
Hemilainy continuou amamentando a Ana Luísa mesmo com a covid-19 I Foto: ARQUIVO PESSOAL

O leite materno é o alimento ideal para o desenvolvimento de uma criança que acabou de nascer, já que nele tem todos os nutrientes necessários para manter o bebê saudável, além de toda a beleza e carinho que existe no ato de amamentar.

 
Com a chegada da pandemia causada pelo coronavírus, surgiu o alerta para as mães que ainda amamentam e contraíram a covid-19. O que acalmou as mães foi a informação divulgada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), de que ainda não existe comprovação de que o vírus possa ser transmitido pelo leite materno.
 
Mas, alguns cuidados são necessários. De acordo com especialistas em pediatria, mesmo não sendo transmitido pelo leite materno, o risco de a criança ser contaminada ainda é muito alto.
 
“É necessário manter a higienização antes de pegar no bebezinho, de lavar as mãos, ou o uso de álcool em gel no caso de não poder lavar as mãos com água e sabão. Amamentar em locais mais abertos, mais arejados, para proporcionar uma melhor ventilação e o uso de máscara cirúrgica”, disse o pediatra Douglas Lopes.
 
Para a mãe da pequena Ana Luísa (2 anos), Hemilainy Modesto Moura, foi um grande susto. Ela descobriu, em fevereiro deste ano, que contraiu a covid-19. Com medo de transmitir para a criança, ela procurou ajuda médica e foi orientada a não interromper a amamentação, mas tomando os cuidados necessários.
 
“No começo foi assustador, porque eu fiquei com medo de ela pegar, de passar para o leite. Também fiquei com medo dos medicamentos que tomei causarem algum mal para ela. Mas acabou que foi bem tranquilo. Eu usei máscara desde o momento em que comecei a sentir os primeiros sintomas para proteger ela”, disse Hemilainy.
 
O médico comenta essa preocupação, que é comum entre as mães que acabam pegando a doença. Ele destaca que é preciso usar a máscara correta. De acordo com o pediatra, as máscaras convencionais não oferecem a proteção necessária no momento da amamentação.
 
“Gera muita aflição para as mães quando elas têm o diagnóstico de covid-19, pela facilidade de contágio. Então, é um momento de muita angústia devido à proximidade do bebê com a mãe no momento da amamentação, já que é um momento de carinho, de amor, de troca de afeto entre eles. Além de todos os cuidados, é importante falar das máscaras, que precisam ser cirúrgicas. Muitas mães amamentam usando máscaras de tecido e a orientação é que para resguardar melhor a criança é necessário o uso da máscara cirúrgica, porque garante uma segurança maior’, disse o pediatra.
 
Hemilainy tomou todos os cuidados e, além de proteger a Ana Luísa, acredita que não passou a doença para mais ninguém da família. “A Ana Luísa não apresentou nenhum sintoma, eu nem cheguei a fazer o teste nela, não me preocupei. Se ela pegou, foi totalmente sem sintomas. Em casa ainda tem meu esposo e meus outros dois filhos, Isaque de 7 anos e a Isabela de 4, nenhum deles pegaram, só eu mesmo”, finalizou.
 
ALTERNATIVAS
 
Mas, não são todas as mães que se sentem seguras para continuar amamentando durante a recuperação da covid-19, ou até mesmo em casos de complicações mais graves provocadas pela doença que impossibilitam a mãe de ter o contato com a criança. Para estas ocasiões, os especialistas afirmam que é possível coletar o leite materno de forma segura e continuar oferecendo para a criança ou, no caso da interrupção, estimular a produção do leite quando a mãe estiver saudável novamente.
 
“Caso a mãe decida por não amamentar, tem a ordenha do leite materno. Que é uma forma de estimular a lactação e esse leite pode ser fornecido para a criança. Mas, caso fique um tempo de 10 a 15 dias sem amamentar, a gente também pode fazer o uso da relactação, que é quando a gente usa uma sonda, fornecendo o leite da mãe ou outro leite, fazendo esse processo no seio da mãe. É um processo de auxiliar na lactação da mãe” comentou Douglas.
 
CUIDADOS
 
Todo cuidado é necessário. Mesmo sem evidências de que a transmissão da doença aconteça pelo leite materno, existe um grande risco de, ainda assim, a criança ser contaminada pelo coronavírus.
 
“Mesmo tomando todos os cuidados, é preciso sempre estar atento à saúde do bebê e ficar de olho se ele iniciar com febre, falta de ar ou desinteresse para mamar. Caso apresente algum sintoma, deve procurar assistência médica com o pediatra imediatamente", esclarece o pediatra.
 
 
VEJA TAMBÉM:
Quase um mês após recomendação, Prefeitura libera consulta pública de vacinados em Uberlândia
Uberlândia tem 7 mortes e 190 casos da covid-19 nas últimas 24h 

 

 


Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90