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07/08/2020 às 11h00min - Atualizada em 07/08/2020 às 11h00min

Procura por abertura de MEIs cresce durante a pandemia

Das 8.639 empresas abertas em Uberlândia, aproximadamente 57% são microempreendedores individuais

DHIEGO BORGES
Vander Luis Molina investiu em pão de queijo caseiro | Foto: Arquivo Pessoal

Apesar dos inúmeros desafios, a pandemia do coronavírus também gerou oportunidades para quem sonhava em empreender. Se por um lado, o momento tem revelado obstáculos aos negócios, para novos empreendedores, como o empresário de Uberlândia Vander Luis Molina, a crise causada pela doença foi uma chance de tirar um antigo sonho, literalmente, do forno: sair da informalidade e viver do próprio empreendimento.
 
Após dois anos conciliando o antigo emprego como consultor de vendas e a paixão pela fabricação caseira do pão de queijo, nos fins de semana, o empreendedor aproveitou o momento de crise para focar de vez no projeto pessoal, o Pão de Queijo do Vandão. Em março, deixou o emprego e passou a trabalhar apenas com a produção da iguaria para melhor atender os clientes fazendo encomendas entregando em casa.
 
Neste mês, o empresário efetivou seu cadastro como microempreendedor individual (MEI) no Sebrae e realizou um dos seus principais objetivos: formalizar o empreendimento. “Eu senti que foi uma oportunidade que realmente confirmou o que eu tinha planejado e que seria um bom negócio para investimento. A gente sabe que o setor de alimentação nunca para e o pão de queijo era uma antiga vontade que eu tinha”, conta.
 
NÚMEROS
Vander é apenas um dos milhares de exemplos de pessoas que aproveitaram a pandemia para investir em um negócio próprio ou até mesmo formalizar um antigo empreendimento. Em Uberlândia, segundo dados da Receita Federal, das mais de oito mil empresas abertas de janeiro a julho deste ano na cidade, aproximadamente 57%, ou 4.958, são microempreendedores individuais.
 
 O número representa um crescimento de 15,5% em relação ao primeiro semestre de 2019, quando foram abertos 4.192 MEIs. Junho e julho foram os meses que mais registram aumento na abertura de MEIs, com 941 e 1.093, respectivamente.
 
Ainda segundo informações disponibilizadas pela Receita, o número de empresas abertas em Uberlândia no primeiro semestre de 2020 foi de 8.639 contra 3.089 encerramentos, um saldo positivo de 5.550. Comparado ao mesmo período de 2019, mesmo diante de um cenário de pandemia, o ano de 2020 já registra um crescimento aproximado de 3% na abertura de novas empresas.
 
Entre os segmentos que mais registraram procura, destacam-se o comércio voltado para reparação de veículos, com saldo de 1.780, a área de alimentação e alojamento, com 981 empresas, atividades profissionais, científicas e técnicas (913), além do ramo de transportes, armazenamento e correios (785) e construção, com 707.
 
MUDANÇAS DE PERFIL
De acordo com o analista técnico do Sebrae em Uberlândia, Marcílio Ribeiro Borges, a entidade percebeu um crescimento na busca pela formalização do negócio com a abertura de MEIs. Segundo o especialista, a pandemia promoveu um deslocamento do perfil de consumo, principalmente voltado para o setor de serviços.
 
“É possível notar um crescimento, especialmente, na demanda por serviços de manutenção, reparo, alimentação fora do lar, transporte e entretenimento, de forma remota. Ao mesmo tempo, você tem pessoas que estão querendo formalizar o negócio para atender a essa procura”, destaca.
 
Ainda segundo o analista, serviços de reparo e transporte, além da demanda por alimentação fora do lar representam 20% da procura por abertura de novos MEIs no Sebrae. Um dos setores que mais registrou abertura de novos negócios foi o comércio voltado para reparação de veículos. Marcílio justifica o crescimento com a necessidade de se adaptar diante do momento.
 
“O agronegócio, por exemplo, foi uma área pouco afetada pela pandemia, então houve uma demanda por manutenção de veículos e máquinas pesadas. Ao mesmo tempo, há famílias, por exemplo, que estavam pensando em trocar de veículo e, por conta da pandemia, optaram por fazer apenas uma manutenção ou a revisão do automóvel. Então, se por um lado a montadora reclama que as vendas caíram, por outro a oficina está vendendo mais”, explica.



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