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30/01/2020 às 12h41min - Atualizada em 30/01/2020 às 17h49min

Murilo Ferreira e Sargento Araújo são afastados de qualquer cargo público

Decisões ocorreram após denúncias do MPE que pediu medidas cautelares contra os suplentes; eles foram investigados na operação Má Impressão

BRUNA MERLIN E IGOR MARTINS*
Foi determinado também o uso de tornozeleira eletrônica para Murilo e Araújo | Foto: Divulgação
O juiz da 3ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia acatou aos pedidos do Ministério Público Estadual (MPE) e determinou o afastamento dos suplentes Murilo Ferreira (sem partido) e Sargento Araújo (SD) de qualquer cargo público, especialmente o de vereador na Câmara Municipal. As decisões foram dadas na tarde desta quarta-feira (29) após os políticos serem denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na operação Má Impressão. Os pedidos foram deferidos pelo juiz substituto Felipe Ivar Gomes de Oliveira.

Além disso, os dois estão proibidos de frequentar as dependências da Câmara e terem contato com os demais investigados na operação. Foi determinado ainda o uso de tornozeleira eletrônica para Murilo e Araújo. 
Segundo o promotor de Justiça do Gaeco Adriano Bozola, todas as medidas cautelares serão reavaliadas após o prazo de 90 dias, conforme previsto na nova lei do pacote anticrime. 

O Diário de Uberlândia entrou em contato com o Sargento Araújo que afirmou que sua defesa irá recorrer apenas quanto ao uso da tornozeleira e que apresentará sua inocência dentro do processo. A reportagem também tentou falar com Murilo Ferreira, mas as ligações não foram atendidas.

Câmara Municipal já havia convocado Murilo para que pudesse tomar posse no lugar da ex-vereadora Flávia Carvalho (PDT), que renunciou ao cargo após ser presa na operação. O segundo suplente pela coligação PDT/PCdoB é o professor Edilson Graciolli, que deverá assumir a vaga de Marcio Nobre que permanece afastado do cargo também por ser alvo do Gaeco. Já o terceiro suplente da lista é Misac Lacerda, que recebeu 1.380 votos nas últimas eleições municipais. 

DENÚNCIAS
Os suplentes ocuparam a cadeira no Legislativo em fevereiro e março de 2018, sendo Murilo lotado no gabinete da ex-vereadora Flávia Carvalho, que renunciou ao cargo, e o militar na vaga temporária de Juliano Modesto, que também foi alvo do Gaeco e permanece afastado do cargo. 

A denúncia oferecida contra Murilo narra que o vereador teria desviado dos cofres públicos o valor de R$ 13 mil no período em que esteve na Casa. Assim como a acusação aos demais investigados na operação, o Gaeco apontou que o réu teria solicitado à gráfica que havia sido contratada para prestar serviço ao gabinete a emissão de notas ideologicamente falsas, uma vez que o serviço não teria sido prestado. 

Com os documentos falsos, ele protocolou os pedidos de reembolso da verba indenizatória e os valores das duas notas foram pagos integralmente com cheque nominal. De acordo com o Gaeco, o dinheiro era sacado na boca do caixa e o vereador ficava com o valor desviado, não realizando o pagamento à empresa. 

Murilo já havia prestado depoimento ao Gaeco e negado os fatos. Contudo, na época o coordenador do Gaeco, Daniel Marotta, havia informado que um dos empresários do setor gráfico havia delatado o investigado na emissão de notas ideologicamente falsas, no intuito de lavar o dinheiro destinado ao pagamento de panfletos publicitários.

Já José Luiz de Araújo, o sargento Araújo, fez uso de uma nota fria no valor de R$ 6.470 quando assumiu a suplência devido a um afastamento temporário do vereador Juliano Modesto, em março de 2019, sendo indenizado integralmente. O MPE também acusa o político de ter pago cerca de 15% do valor total da nota para a gráfica supostamente contratada, embolsando o valor restante. 

As duas denúncias foram protocoladas na 3ª Vara Criminal na última segunda-feira (27). Os parlamentares respondem pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso. 


* Colaborou Caroline Aleixo










 

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