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02/01/2020 às 08h45min - Atualizada em 02/01/2020 às 08h45min

Divas do Dom Almir pedem apoio para 2020

Sem campo e quadra para treinar, jogadoras fazem atividades em ruas e praças públicas de Uberlândia; falta de verbas também compromete

ÉDER SOARES
Mesmo sem apoio, equipes do Divas Dom Almir participaram de torneios de futsal e futebol | Foto: Divulgação
O ano de 2019 poderia ser chamado de um divisor de águas para o futebol feminino no Brasil, principalmente com a disputa da Copa do Mundo da França, na qual os jogos da Seleção Brasileira e de outros países foram transmitidos via TV aberta. No caso de Minas Gerais, a Federação Mineira de Futebol (FMF) organizou, pela primeira vez, o Campeonato Mineiro Feminino e a previsão é que em 2020 a competição cresça com a participação de mais equipes. Em Uberlândia, porém, tamanha visibilidade não foi convertida em apoio.

Principal representante do futebol feminino de Uberlândia em competições regionais e nacionais, o Divas do Dom Almir não sentiu o lado positivo de tanta notoriedade do futebol feminino em 2019. A falta de estrutura adequada para os treinamentos e de dinheiro para custear as viagens são empecilhos ainda previstos pela presidência, comissão técnica e jogadoras da equipe para o próximo ano.

Mesmo com tantas limitações, o Divas ainda partiu para competições importantes de 2019, como as duas etapas da Liga Cerrado de futsal, que reuniu equipes de Goiás, Minas, Distrito Federal e Mato Grosso. Participou também do Regional de futsal e ainda de mais cinco torneios. Já no futebol de campo, o time jogou a competição mais importante do ano, que foi o Torneio Barbosa de Brasília, um dos principais do país, em que terminou na sétima colocação.

“Diante de tantas dificuldades e falta de apoio em nossa cidade, tanto do poder público quanto dos empresários, acho que foi um grande ano, pois mesmo sem recursos, conseguimos levar as meninas para competições de alto nível”, disse o treinador e um dos coordenadores do projeto, Alexsandro Damas.

Para 2020, a equipe seguirá com um calendário cheio de competições, mas ainda sem saber ao certo o que poderá disputar, pois a falta de apoio financeiro ainda ronda a equipe.  Em janeiro, o time já tem pela frente o Torneio de Iraí de Minas de futebol Society. “Depois, em março, pretendemos disputar a etapa da Liga Cerrado de Futsal e disputar dois torneios de campo, talvez em Araxá ou Patos de Minas, e fazer o Regional sub-18”, afirmou Damas.

Apesar do futuro financeiro incerto, o Divas tem pensamento grande e o foco para 2020 fica no sentido de viabilizar, pela primeira vez, as participações no Campeonato Sul-americano, que será disputado na Argentina, em março, e principalmente o Campeonato Mineiro.

“Não é fácil, pois, como exemplo, para o Sul-Americano, precisamos bancar R$ 24 mil somente com transporte e no momento é inviável para a gente. No caso do Mineiro, estamos também começando negociações com algumas empresas e vendo a possibilidade de parceria com alguma equipe profissional da cidade, mas tudo ainda muito incerto”, disse o treinador do Divas.

ESTRUTURA
O Divas do Dom Almir também luta contra a falta de um espaço apropriado para os treinamentos, que acontecem de forma improvisada em praças e ruas dos bairros Dom Almir e Morumbi, na zona leste da cidade.

“É mais um lado que pedimos a atenção de empresários e do poder público de nos ceder algum espaço para que nossas meninas possam treinar com estrutura apropriada”, disse o treinador, afirmando ainda que às vezes o time tem à disposição a quadra da Escola Estatual Ederlindo Lannes Bernardes, no bairro Morumbi, mas que, com o início das aulas, os treinos voltam para as ruas e praças públicas.

Para Damas, apesar de 2019 ter sido de notoriedade para o futebol feminino no Brasil, localmente o ano não representou absolutamente nada em termos de evolução. “Em termos de mídia foi bom a divulgação para as equipes maiores, mas para os pequenos do interior, como nós, não deu aquela segurança que o futebol feminino precisava. Não tivemos uma abertura dos empresários e do poder público. Investimento não existiu. As meninas precisam de dinheiro para se manter e continuar seus sonhos”, afirmou.

DESTAQUES
As jogadoras Aline Gonçalves, meia-atacante; Elionara Vitória, zagueira; Natália Vergentino, lateral; Poliana Pereira, meia-atacante, e Melissa Foster, meia, foram alguns dos destaques do Divas Dom Almir. Ao longo do ano, elas saíram para equipes como o Mixto (MT) e Ceilândia (DF), nas quais disputaram competições estaduais e nacionais de futebol campo, tudo em virtude do trabalho feito no projeto.

“Mesmo diante de tanta falta de apoio e estrutura, as nossas atletas são vistas pela qualidade técnica. Acho que merecemos ser olhadas com maior carinho. Se tivermos investimento e boa estrutura, temos todas as condições de representar a cidade com vitórias e títulos”, disse a zagueira Elionara Vitória.  










 

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