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03/12/2018 às 09h53min - Atualizada em 03/12/2018 às 09h53min

Tour de 6h pela capital chinesa

Roteiro inclui visita a templo budista e a avenida consagrada por restaurantes e lojas típicos da cidade

FOLHAPRESS
Riacho na região de Nan Luo Gu Xian, antiga zona residencial do centro de Pequim que hoje é atração turística | Foto: Ana Estela de Sousa/Folhapress
Chegou a Pequim de madrugada e sua conexão só parte à noite? O que soa como um pesadelo pode virar excelente oportunidade de conhecer uma parte da capital chinesa. A partir de seis horas livres (descontando o tempo necessário para passar pela imigração na saída e para fazer o check in e o embarque na volta), é possível passear na antiga zona residencial de Nan Luo Gu Xiang, comprar presentinhos e comer os mais diferentes petiscos ou almoçar. Ou, se preferir, visitar uma "minicidade proibida", o Templo Lama, antiga residência de um dos imperadores budistas hoje convertido em centro de budismo tibetano. Quem tiver mais tempo pode fazer os dois passeios e até um pouquinho mais.

Para isso, não é preciso ter saído do Brasil com visto. Brasileiros que fazem conexão de até 144 horas em Pequim ou Xangai não precisam de visto prévio. Podem deixar o aeroporto após pedir visto temporário (ao menos é a regra em vigor em 2018. Sempre vale consultar a página do consulado chinês antes de viajar).
A ideia é fazer tudo de metrô, que é fácil de usar e tem informações em inglês. Dependendo do passeio escolhido, nem é preciso recorrer a aplicativos de mapa. Mas quem se sente mais seguro com eles deve tomar algumas providências antes de sair do Brasil.

Se vai partir na mesma noite, deixe as malas no aeroporto e pegue o Airport Express, trem expresso que custa 25 yuans (R$ 13,55), até a estação Dongzhimen, no centro. A partir dali, há três opções de trajeto, dependendo do seu tempo disponível e de seus interesses. O mais completo começa pelo Templo Lama, aonde se chega pela linha 2 do metrô. A estação Yonghegong Lama Temple é a primeira no sentido antihorário da linha, que faz minianel em volta do centro antigo de Pequim.

O nome do lugar, Yonghe, significa em chinês "palácio da paz e da harmonia". Considerado patrimônio natural, foi fechado pelos comunistas que subiram ao poder em 1949 e reaberto apenas em 1981. Os primeiros edifícios do complexo são do final do século 17, e abrigavam eunucos da dinastia Qing. Em seguida, foi a residência do príncipe Yong, o quarto filho do imperador Kangxi, até que ele ocupasse o trono chinês, quando vários pavilhões se transformaram em templo do budismo tibetano.

Depois de sua morte, o local virou residência de monges da Mongólia e do Tibet. Ainda hoje, é ponto de peregrinação de budistas leigos e religiosos. A antiga casa do imperador chama-se hoje "hall da proteção eterna" e abriga sua tumba e uma estátua do Buda Bhaisajya-guru ("o que cura"). No pavilhão das Dez Mil Alegrias fica outra estátua de buda, Maitreya ("o do futuro"). Feita de madeira de sândalo, tem 26 metros de altura no total, incluindo o pedestal.

O segundo passo do roteiro (ou o primeiro, para quem preferir pular o templo) é a região de Nan Luo Gu Xiang, antiga zona residencial próxima da Cidade Proibida, hoje ocupada por lojas e restaurantes. Há duas formas de visitá-la, e ambas começam na mesma estação de metrô do Templo Lama. Quem quiser priorizar o consumo deve comprar um bilhete para a estação Nanluoguxiang, na linha 8.

A saída nordeste dá na rua mais comercial, a South Luong Alley, à direita. Desse ponto até a rua Gulou East são mil metros de lojas para todos os gostos –perfumaria com imagens antigas estampadas em latas, porcelanas, artigos de couro, echarpes, leques, joias e bijoux, brinquedos, moda, papelaria e mais. Há também lanchonetes de espetinhos salgados ou doces –frutas caramelizadas–, casas de suco, sorveterias, bolos e panquecas, lojas de guloseimas, cervejaria, restaurantes e cafés, incluindo o onipresente Starbucks.

Quem preferir sentir a vida da cidade e andar pelas vielas que ainda abrigam residências deve descer uma parada antes, na estação Shichahai. Escolha a saída C, siga pela esquerda, atravesse uma pequena ponte e vire à esquerda para mergulhar no bairro. No quadrilátero cercado pelas ruas Di'anmen Outer (onde está a estação Shichahai), Di'anmen East (onde fica a estação Nanluoguxiang), Jiaodaoku South e Gulou East há vielas tranquilas com um ou outro comércio, onde é possível observar a vida local.

Por volta das 17h, crianças começam a deixar as escolas. Os menores saem de mãos dadas com os pais ou avôs, ou na garupa de bicicletas e motonetas. Os maiores vão a pé ou pedalando. Quem tiver mais tempo ainda pode atravessar a Di'anmen Outer em frente à estação Shichahai e dar a volta no lago Houhai, cercado por restaurantes, lanchonetes e bares de todos os tipos. Barcos movidos a remo fazem passeios turísticos pelas águas calmas, e o pôr do sol é foto inevitável para quem passa por ali no fim do dia. Para voltar ao aeroporto, basta fazer o caminho inverso pelo metrô até a estação Dongzhimen e lá tomar o Airport Express.
 
O QUE É PRECISO SABER
 

- Para pegar visto temporário
No desembarque, procure o guichê que diz "temporary entry", antes de entrar na fila da imigração. É preciso apresentar a passagem do próximo voo para obter a permissão. Se a conexão exige que você durma na cidade, também terá que mostrar a reserva do hotel
 
- Para usar a internet
Não é possível acessar nenhum site do Google na China. Para usar o Google Maps ou outros aplicativos, baixe um aplicativo de VPN antes de sair do Brasil (permite que você se conecte a servidores de outros países, que dão livre acesso ao Google).
Na saída da aduana, é possível comprar um chip de celular (sim card) ou alugar wifi móvel (mais barato para quem fica na cidade só por um dia)
 
- Para usar o metrô
Vale a pena imprimir ainda no Brasil um mapa das linhas de metrô de Pequim: facilita na hora de checar os números das linhas.
É fácil comprar o bilhete nas máquinas automáticas. Elas têm um botão para inglês no canto inferior esquerdo. Depois disso, escolha a linha da sua estação de destino e marque a estação. A máquina vai lhe dizer quanto custa o trajeto, pedir o dinheiro e soltar o troco e o bilhete –um cartão plástico que abre a catraca na entrada ao ser encostado sobre ela, e para liberar a saída deve ser colocado na ranhura da catraca, na estação de saída. Também é possível comprar na bilheteria. Leve escrito o nome da estação de destino, sem isso o vendedor não saberá o preço da viagem
 
TEMPOS DE VIAGEM

Do aeroporto ao Lama Temple: uma hora e 20 minutos
Do aeroporto até a estação Nanluoguxian: duas horas
Entre o Lama Temple e a estação Shichahai: 15 minutos
Entre o Lama Temple e estação Nanluoguxian: 20 minutos
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