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22/04/2019 às 17h33min - Atualizada em 22/04/2019 às 17h33min

Perca-se pelas ilhas, vielas e canais centenários de Veneza

Cidade na região do Vêneto é um amontoado de praças, pontes e igrejas da Idade Média

FOLHAPRESS
Foto: Folhapress/Divulgação

O arquipélago italiano de Veneza, com seus pequenos caos enfileirados em ruas estreitas e tortas, é um excelente lugar para se perder em andanças errantes.

Com 117 ilhas, Veneza é daquelas cidades que mais parecem um amontoado de cartões-postais. Todo ângulo rende uma boa fotografia.

Ao mesmo tempo, causa estranhamento: como pode, afinal, uma urbanidade sem carros pelas ruas? Quem foi o teimoso que cismou que o ser humano podia viver praticamente na água?

A teoria mais provável é que a cidade tenha começado ali pelo século 5. Cidadãos romanos que viviam em Pádua e outras vilas do nordeste italiano estavam cansados de fugir dos sucessivos ataques dos germânicos e dos hunos. Engenhosos, viram que aquelas ilhotas poderiam se transformar em refúgio. Bastava bolar novas maneiras de viver.

Mas o esplendor viria na Idade Média, com o poder dos doges. A República de Veneza, de lugar para fugir dos invasores, havia se convertido em estratégico porto para o comércio com o Oriente. A cidade adquiriu seu charme e ganhou o apelido de Rainha do Adriático.

As belezas arquitetônicas que você vai visitar ali datam desse período. Como a praça San Marco, desde o século 9 o coração da cidade.

Perder-se por Veneza é sempre encontrar, em algum momento, essa praça. Com a inconfundível catedral, o campanário e o antigo palácio. Com os músicos na rua, a multidão de turistas e a abundância de pombos.

E, se você é daqueles que se preocupam com uma rota, experimente chegar da praça até a ponte Rialto. Vai ser uma amostra do que Veneza é. Mas tente fazer o trajeto pelas ruazinhas adjacentes, fugindo de placas com setas, evitando os caminhos óbvios.

Ande devagar. Aproveite as pequenas pontes. Pare para observar o trânsito de gôndolas. Entre nas lojinhas de antiguidades, nas portinhas onde se vendem livros usados. Peça uma taça de vinho em um café qualquer e sente-se numa mesinha do lado de fora.

Navegar nas gôndolas em Veneza não é barato. O preço é tabelado: € 80 (R$ 351) por um passeio de 40 minutos.

Para conhecer as ilhas principais, o melhor meio de transporte é o vaporetto, o ônibus veneziano, embarcação de transporte coletivo. Para não residentes, o tíquete custa salgados € 7,50 (R$ 33).

Uma sugestão é desembolsar € 20 (R$ 88) e comprar o bilhete que vale por 24 horas. Aí vale usar e abusar dele para, nesse intervalo, visitar todas as ilhas importantes ao redor.

Murano é a mais óbvia e a mais conhecida delas. Portanto, é também a mais cheia. Na verdade, trata-se de um conjunto de sete ilhas menores, ligadas por pontes, a um quilômetro do centro de Veneza.

O lugar é conhecido pelos objetos decorativos e joias de vidro, obras de artesãos locais –os cristais de Murano.

Mais charmosa, a ilha de Burano está a sete quilômetros da praça San Marco.

A paisagem é marcada por casinhas coloridas que, invariavelmente, têm seus tons refletidos nas águas dos canais. Ali também há lojinhas de cristais, mas a fama do artesanato local são as rendas.

Contudo, se você é daqueles que gostam de um lugar menos conhecido, entre as tantas ilhas de Veneza existe a interessante Torcello. É onde está a Catedral de Santa Maria Assunta, fundada em 639 e cheia de obras bizantinas.

Na caminhada de dez minutos entre o cais e a igreja destacam-se vários pequenos restaurantes, convidativos e menos caros do que os de Veneza. Dizem que Torcello era o cantinho favorito do escritor e inveterado viajante Ernest Hemingway (1899-1961) por aquelas bandas.

Universidade de Galileu rejuvenesce centro velho de Pádua
Se você tem dias sobrando no seu calendário de férias, não precisa ficar apenas em Veneza. Meia hora de trem separa a cidade das águas de Pádua.

Sede de uma das mais importantes e antigas universidades italianas, a Universidade de Pádua, de 1222, a cidade conserva, em seu centro histórico uma atmosfera jovem. Estudantes circulam e passam o tempo bebericando em mesas nas calçadas.

É um local tranquilo, cuja região central pode ser percorrida a pé com facilidade. Vale visitar o campus principal da universidade. Por ali passaram nomes ilustres, de Galileu Galilei (1564-1642) a santo Antônio de Pádua (1195-1231).

Para os paduanos, aliás, santo Antônio é simplesmente Il Santo. A praça onde está a basílica dedicada ao antigo sacerdote franciscano, nascido em Lisboa, mas adotado por Pádua, se chama apenas praça del Santo.

No entorno da igreja, lojinhas vendem imagens, pães e toda a sorte de penduricalhos associados ao religioso. No interior, estão os restos mortais do santo e algumas relíquias expostas –a túnica que, acredita-se, ele usava, além da língua e das cordas vocais atribuídas a ele.

Não deixe de visitar também a Cappella degli Scrovegni, igreja onde estão afrescos executados por Giotto (1267-1337) entre os anos de 1304 e 1306. O conjunto é considerado como uma das obras de arte mais importantes da cultura ocidental.

Cheia de turistas, Verona é decepção para apaixonados por 'Romeu e Julieta'
Acima, estátua de Julieta, cujos seios são apalpados por turistas; à direita, catedral San Giusto Martire, em Trieste"marako85/Fotolia

Verona - Se você não está preparado para decepções, é melhor pular esta parte.

Boa parte do turismo de Verona, localizada a cerca de 120 km de Veneza, gira em torno do romantismo da história de Romeu e Julieta, peça escrita entre 1591 e 1595 pelo inglês William Shakespeare (1564-1616).

Mas visitar Verona é também conferir uma muvucada vila onde todos dizem que a Julieta real, aquela que teria inspirado Shakespeare, viveu.

Ali há uma estátua de bronze da moça, com os seios gastos de tanto serem apalpados. Devido a uma lenda de que isso daria sorte no amor, turistas aguardam em fila para passar a mão no busto e registrar o gesto em foto.

Não longe dali, em um convento erguido no século 13, está o túmulo de Julieta, onde, muitos dizem, os amantes teriam morrido juntos. A decepção, entretanto, vem quando se vê a data de instalação do sarcófago: 1937. Isso mesmo, no século 20. E está vazio.
Também não há nada que indique que uma Julieta tenha de fato vivido na vila que se converteu em ponto de peregrinação turística.
Verona guarda belezas autênticas, é verdade. Mas a história de Romeu e Julieta é mais bem apreciada em palco de teatro ou em páginas de livro do que pelo turista.

A 260 km de Verona fica Trieste, cidade que o guia Lonely Planet já definiu uma vez como a mais subestimada da Itália e que muitos deixam de fora do roteiro. Uma vez pela região, por que não incluí-la?

Trata-se de uma cidade portuária banhada pelo mar Adriático, conhecida por seus cafés. Para quem gosta da bebida, portanto, parte da graça de ir à cidade está em fazer pausas para um expresso.

O Caffè San Marco, por exemplo, era o favorito do escritor irlandês James Joyce (1882-1941), nos anos em que viveu por ali. Na região central da cidade, há uma estátua em homenagem ao autor.

Nas caminhadas, prepare-se para subidas, descidas e escadarias. Mas a recompensa chega por meio das vistas. Numa visita à catedral do patrono da cidade, San Giusto Martire, por exemplo, vale reservar um tempinho para passear pelo entorno.

De lá, observa-se a paisagem de relevo acidentado, todo recortado pelo mar.

Ao lado fica o Castello di San Giusto, uma fortaleza-museu do século 15 aberta para visitação. Lá, é possível caminhar pelo imenso pátio central da construção e observar o armorial e achados arqueológicos expostos. Ao fim da visita, pode-se parar em um bar interno com vista para a orla.

PACOTES

US$ 953 (R$ 3.707)
3 noites em Veneza, na Flot Viagens (flot.com.br)
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã e duas refeições. Inclui passeios e guia. Sem passagem aérea

US$ 990 (R$ 3.851)
7 noites em Roma, Veneza, Pádua e Florença, na RCA Turismo (rcaturismo.com.br)
Hospedagem em quarto, com café da manhã. Não inclui passagem aérea

US$ 1.040 (R$ 4.045)
6 noites em Roma, Florença, Veneza e Milão, na BWT (bwtoperadora.com.br)
Três noites em Roma, uma em Florença, uma em Veneza e uma em Milão. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios, com guia, em todas as cidades e traslados. Sem passagem aérea

€ 1.010 (R$ 4.433)
7 noites em Roma, Florença e Veneza, na Lufthansa (lufthansacc.com )
Pacote individual com três noites em Roma, duas em Florença e duas em Veneza. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios nas três cidades com guia e um almoço. Sem aéreo. Crianças de até 6 anos não pagam hospedagem

R$ 4.463
10 noites em Veneza, Pádua e Verona, na Maringá Turismo (maringalazer.com.br)
Roteiro de carro com cinco noites em Veneza, três em Verona e duas em Pádua, com saída em 17 de setembro. Inclui aluguel de veículo do tipo SUV e hospedagem em quarto duplo. Sem café da manhã e sem aéreo

€ 1.071 (R$ 4.701)
6 noites em Milão e Veneza, na Freeway (freeway.tur.br )
Quatro noites em Milão e duas em Veneza. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Pacote com saídas em abril, maio, junho, julho e agosto. Inclui passeios, traslados e seguro-viagem. Sem passagem aérea

US$ 1.906 (R$ 7.414)
3 noites em Veneza e Como, na Venice Turismo
(veniceturismo.com.br)
Duas noites em Veneza e uma em Como. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã e duas refeições. Inclui passeios com guia. Sem passagem aérea

US$ 2.318 (R$ 9.017)
8 noites em Milão, Veneza, Florença e Roma, na New Age (newage.tur.br)
Hospedagem em quarto duplo, com meia pensão (café da manhã e jantar). Inclui passeios, traslados e seguro-viagem. Com passagem aérea, a partir de São Paulo

R$ 14, 6 mil
9 noites, na Abreu (abreutur.com.br)
Inclui passagens por Veneza, Verona, Pádua, Milão, Roma e outras cidades. Com café da manhã, passeios e aéreo


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