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27/08/2018 às 10h11min - Atualizada em 27/08/2018 às 10h11min

Praia, gastronomia e baixo custo

FOLHAPRESS
Beleza natural da costa e porto revitalizado fazem da região da Cidade do Cabo a mais turística do país | Foto: Patricia Figueiredo/Folhapress
As atrações clássicas da Cidade do Cabo chamam a atenção do turista brasileiro não apenas pela beleza mas também pelos preços baixos. A conversão do rand sul-africano para o real é vantajosa e resulta em restaurantes, bares e passeios mais baratos do que a média em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.
Em 2017, 67 mil brasileiros visitaram a África do Sul, um crescimento de 74% em relação ao ano anterior. De acordo com o órgão de turismo local, a maioria deles passa pelo menos alguns dias na Cidade do Cabo, a mais turística do país.

Os ingressos para a entrada nos parques nacionais são um exemplo do baixo custo do turismo na cidade. Visitar o enorme Parque Nacional Cape Point, onde está o Cabo da Boa Esperança, custa 147 rands, cerca de R$ 40, e é programa para um dia inteiro.

Foi bordejando esse cabo, ponto mais sudoeste do continente africano, que a caravela de Bartolomeu Dias encontrou o caminho para as Índias.
Mais ao sul está o cabo que dá nome ao parque, coroado por um farol de 1859 com vistas ainda mais extensas do que as do marco histórico. Nem o vento impetuoso atrapalha o visual da trilha que conecta os dois pontos, circundando uma praia de águas vorazes que leva o nome do navegador português.

A melhor rota do centro da cidade até o parque passa pela Chapman's Peak Drive, uma estrada costeira cheia de mirantes e penhascos. A via é uma das poucas com pedágio nos arredores da cidade –a tarifa é de 42 rands, aproximadamente R$ 11.

Na ida é comum fazer uma parada também em Boulder's Beach, praia do vilarejo de Simon's Town, habitada por mais de 2.000 pinguins africanos. Para acessar as passarelas de madeira que deixam o visitante mais próximo da colônia paga-se 75 rands (R$ 20).


Boulder’s Beach é habitada por mais de 2.000 pinguins | Foto: Franschhoek e Stellenbosch

Uma das atrações turísticas de valor mais salgado na cidade é o bondinho para acessar o Parque Nacional da Table Mountain, que custa 293 rands, cerca de R$ 80.
A cápsula de vidro transporta 65 pessoas a cada viagem e gira 360 graus, garantindo a todos os passageiros visões privilegiadas da montanha que é símbolo da Cidade do Cabo.
Outra opção é acessar a montanha por meio de uma bem sinalizada trilha de dificuldade média e de duração de duas horas. Lá no topo, passageiros do bondinho e caminhantes se encontram e podem fazer outras trilhas curtas que permitem observar todos os lados da montanha.

Como o clima da Cidade do Cabo é imprevisível, é importante programar a visita para um dia de tempo firme, ensolarado e sem nuvens, já que qualquer sinal de neblina pode significar vistas totalmente obstruídas no topo da montanha.

Outro panorama popular –e gratuito– é o do Signal Hill, uma colina cujo topo pode ser acessado de carro. O lugar faz sucesso entre locais e turistas no pôr do sol, quando casais e turmas de amigos armam piqueniques com vinho ou cerveja, no verão.

A tríade de montanhas simbólicas da Cidade do Cabo termina com a Lion's Head, cujo acesso é livre, embora reservado aos dispostos a encarar uma hora de trilha puxada, com trechos de escalada no final.

CAMPS BAY
Mesmo as vizinhanças que abrigam a alta sociedade sul-africana têm opções de custo acessível após a conversão para real. É o caso de Camps Bay, a praia mais famosa da Cidade do Cabo, emoldurada por uma cadeia montanhosa chamada Doze Apóstolos.

Ali, na orla, estão bares e cafés que enchem no verão. Apesar do clima de balada os preços ainda são acessíveis. Um almoço no terraço do La Belle Bistro, café e restaurante afrancesado de Camps Bay, custa a partir de R$ 35.

Vizinho de Camps Bay, Clifton é outro bairro cheio de casas e carros luxuosos. Ali a orla não está à vista de quem passa com pressa, como em Camps. É preciso vencer longas escadarias até chegar à areia e ao mar de águas congelantes.

Mais democráticos são os bairros que compõem o centro da Cidade do Cabo, ali chamado de CBD. Uma das vias mais movimentadas é a Long Street, onde se alinham hostels, bares e restaurantes populares entre mochileiros.

O ponto mais agitado é o cruzamento com a Longmarket Street, que culmina numa praça onde acontece todos os dias uma feira de artesanato.
Perto dali, as casinhas de cores fortes na encosta do Signal Hill formam o Bo Kaap, bairro mais multicultural da cidade.
Em meados do século 19, a população muçulmana da região do Cabo se fixou naquela área, construindo mesquitas e as tais casas coloridas. Hoje, o lugar tem hotéis e cafés, mas mantém sua memória viva no Bo Kaap Museum, na casa mais antiga do bairro.
 
 
Apesar de ser agraciada por uma geografia que cria baías, penínsulas e enseadas em sua costa, a Cidade do Cabo não restringe seus atrativos apenas às paisagens naturais.

Novos restaurantes e, desde setembro de 2017, o primeiro grande museu de arte contemporânea do continente compõem o cenário que atrai cada vez mais turistas.
Instalado em um antigo silo de grãos que chegou a ser a edificação mais alta da África, o museu Zeitz Mooca se espalha por seis andares. Ele faz parte de uma das últimas fases de desenvolvimento do V&A Waterfront, complexo que ocupa o antes degradado porto da cidade. O trecho mais recente é o chamado Silo District, que é todo organizado em torno do museu.

As galerias do Zeitz abrigam trabalhos de artistas de 15 países da África. Além das cem salas que se distribuem em torno de um vão livre, o prédio tem um restaurante no sexto andar de onde se avista boa parte do Silo District.

O acesso ao museu custa 180 rands (R$ 50), exceto na primeira sexta-feira de cada mês, quando o preço cai à metade.
Apesar da posição privilegiada do museu, as melhores vistas estão no topo dos hotéis da área. O mais alto e luxuoso é o The Silo, onde um bar na cobertura descortina vistas do porto de um lado e da Table Mountain, símbolo da cidade, do outro. O acesso é restrito para hóspedes ou para visitantes com reserva. Os petiscos custam desde 100 rands, menos de R$ 30, e o lugar fica lotado no pôr do sol.

No topo do vizinho Radisson RED também há um bar perfeito para tardes de verão.

A chegada do museu impulsionou a abertura de restaurantes e bares nos arredores. Um dos mais populares é o The Yard, de estilo industrial e receitas indianas revisitadas.

Além do distrito do museu, ainda em obras, o V&A Waterfront tem outras áreas com shoppings, empresas, hotéis, museus e mais de 80 restaurantes. Todos os distritos são conectados por pontes e calçadões sempre cheios de turistas que dão um clima permanente de férias ao complexo.
  

Spa do Leeu Estates, em Franschhoek, uma das localidades com as melhores vinícolas do país | Foto: Franschhoek e Stellenbosch
 

Menos de cem quilômetros separam a Cidade do Cabo de Franschhoek e Stellenbosch, localidades que abrigam algumas das melhores vinícolas da África do Sul.
Muita gente visita a região em esquema de bate-volta, mas vale a pena dedicar ao menos dois dias inteiros para absorver o cenário com uma taça de vinho na mão.
Apesar de as degustações da bebida serem o chamariz, os passeios à região não se limitam a vinhedos. A área é conhecida como um destino gastronômico.

Em comum, Franschhoek e sua vizinha Stellenbosch têm centros históricos bem conservados e são cercadas por uma cadeia de montanhas.
As principais atrações da primeira, fundada em 1688 por imigrantes franceses, se espalham ao longo da rua principal, a Huguenot Road.
Uma das adições mais recentes da via é o restaurante La Petite Colombe, que desde agosto de 2017 ocupa um salão do hotel Le Quartier Français.

Os pratos exploram ingredientes locais e compõem menus-degustação harmonizados com vinhos da região (a partir de 795 rands ou R$ 215).
As criações são da equipe do restaurante La Colombe, em Constantia (distrito da Cidade do Cabo), que integra a lista The World's 50 Best.
Ainda na Huguenot Road fica o também novo Marigold, da chef Vanie Padayachee, o primeiro restaurante indiano da cidade. As apimentadas receitas do norte indiano podem parecer deslocadas em um lugar de herança europeia, mas a culinária do país asiático faz parte da cultura local desde o século 19, quando os primeiros imigrantes chegaram na atual província do Cabo Ocidental.

A melhor pedida da área é o Reuben's, que fica em uma travessa da rua principal. Trata-se do restaurante do chef-celebridade Reuben Riffel.
O menu prioriza pequenas entradas para compartilhar e pratos principais com carnes de caça, como springbok, uma gazela, e kudu, um antílope. Um jantar para dois custa ao menos 700 rands (R$ 190).

Um pouco mais afastadas do centro, as vinícolas também investem na gastronomia. Com lojinhas, spas e bistrôs, algumas são tão completas que acabam virando programa para uma tarde inteira.

É o caso da tradicional La Motte, fundada em 1695, casa do restaurante Pierneef à La Motte, que serve almoço, jantar e chá da tarde. O lugar também abriga a loja Farm Shop, onde são vendidos temperos, geleias e outros quitutes artesanais.

Como acontece na maioria das vinícolas da África do Sul, não é necessário marcar horário na Leeu States para a degustação de quatro rótulos –a partir de 110 rands (R$ 30). Já a visita ao restaurante e ao spa exige agendamento.

Na estrada que liga Franschhoek a Stellenbosch, a vinícola Delaire Graff chama a atenção pelo luxo de suas instalações –afinal, o local é comandado por um colecionador de diamantes.

PACOTES
 
R$ 2.553

5 noites na Cidade do Cabo, na Top Brasil (topbrasiltur.com.br)
Com café manhã, traslados e seguro viagem. Preço por pessoa em quarto duplo. Sem passagem aérea
 
R$ 2.564
6 noites na Cidade do Cabo, na Goldtrip (goldtrip.com.br)
Inclui café da manhã, traslados e seguro viagem. Preço por pessoa em acomodação dupla. Sem passagem aérea
 
R$ 2.579
6 noites na Cidade do Cabo, na Submarino Viagens (submarinoviagens.com.br)
Valor por pessoa em quarto duplo. Sem café da manhã. Com passagem aérea
 
R$ 2.960
4 noites na Cidade do Cabo, na Expedia (expedia.com.br)
Hospedagem em quarto duplo. Preço por pessoa. Não inclui café da manhã. Com passagem aérea
 
R$ 3.118
6 noites na Cidade do Cabo, na CVC (cvc.com.br)
Valor por pessoa em quarto duplo. Sem café da manhã. Inclui passagem aérea
 
R$ 3.313
6 noites na Cidade do Cabo, na Maringá Lazer (maringalazer.com.br)
Preço por pessoa em quarto duplo. Inclui dois dias de safári no parque Krugger. Com café da manhã, transfer e seguro viagem. Sem passagem aérea
 
R$ 3.658
6 noites na Cidade do Cabo, na Pisa Trekking (pisa.tur.br)
Inclui safári de dois dias no Karongwe Shiduli Lodge. Com hospedagem em quarto duplo, traslados e seguro viagem. Preço por pessoa. Inclui apenas trecho aéreo interno
 
R$ 5.005
6 noites na Cidade do Cabo, na Highland Adventures (highland.com.br)
Hospedagem em quarto duplo. Inclui café da manhã, safári e passeio ao Cabo da Boa Esperança. Valor por pessoa. Não inclui passagem aérea
 
R$ 5.164
6 noites na Cidade do Cabo, na CVC (cvc.com.br)
Com café da manhã. Valor por pessoa em quarto duplo. Inclui passagem aérea
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