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23/08/2018 às 07h55min - Atualizada em 23/08/2018 às 07h55min

Indefinição marca disputa em Minas

Renúncia de Marcio Lacerda reflete composição de chapas para deputado

MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER
Leonardo Barbosa diz que ano será difícil para cientistas políticos opinarem | Foto: Divulgação
Com um número recorde de candidatos em Minas Gerais nas eleições deste ano, a disputa por cargos nos legislativos estadual e federal é marcada por um cenário de indefinição neste início de campanha. A renúncia de Marcio Lacerda (PSB) ao Governo de Minas trouxe ainda mais confusão ao processo, especialmente para os partidos que o acompanhavam na coligação majoritária e que, a princípio, não terão mais uma candidatura forte para ajudar a impulsionar as campanhas de deputado estadual e federal no Estado.

Ontem, um dia após a desistência de Lacerda, os partidos que o acompanham na coligação estudavam a possibilidade de lançar outro nome para a sucessão estadual. O deputado estadual Adalclever Lopes (MDB), candidato a vice-governador na chapa, é o nome mais cotado. Também está no páreo o deputado federal Jaime Martins (Pros). Enquanto persiste a indefinição na disputa majoritária, os partidos ficam em compasso de espera para fechar as chapas proporcionais.

Para Leonardo Barbosa, 2018 é um ano difícil para cientistas políticos opinarem sobre as eleições.
“O cenário hoje é muito difícil de se prever e de se arriscar palpites. Nós passamos por situações atípicas, o impeachment desordenou a população e ela tem uma sensação de desgaste maior do que a média. Há muito tempo há desencanto, mas agora é muito maior”, afirmou o cientista político.

De acordo com Eduardo Afonso, presidente do diretório do MDB em Uberlândia, com a renúncia ao governo de Marcio Lacerda, os partidos que o acompanharam tiveram que redefinir composições de chapas. “A eleição deste ano será atípica, e há uma expectativa que tenham muitos votos nulos também”, disse.
A eleição deste ano será a última com coligações para cargos legislativos, e para Afonso, isso irá refletir nos próximos anos. “Acho que os partidos vão cair pela metade.”

Leonardo Barbosa avalia que o número de votos em branco seja alto e ressalta que o cenário político ainda pode mudar em breve, tendo como reflexo as candidaturas majoritárias, ou seja, a cargos no Executivo, principalmente à Presidência. “Teve o enfraquecimento do PT e ao mesmo tempo o candidato à Presidência pelo partido está na condição de ter ou não a candidatura homologada. Dependendo dessa decisão, posso palpitar sobre o cenário. Eu imagino que o Bolsonaro tenha chegado no seu limite e os candidatos que vem atrás ainda não conseguiram diminuir os votos em branco. As pesquisas são boas, mas uma semana depois podem mudar”, explicou.
 
 QUOCIENTE ELEITORAL
 
Neste ano, os brasileiros irão votar para presidente da República, governador, senador, deputado federal e estadual. A eleição é majoritária para os três primeiros cargos, e ganha quem recebe a maioria dos votos. Já as vagas de deputados são escolhidas por meio do quociente eleitoral, um cálculo que divide o número de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa.

Na eleição de 2014, foram 10.404.855 votos para candidatos a deputado estadual em Minas, que tem 77 cadeiras na Assembleia Legislativa. O quociente eleitoral foi de 135.128 votos. Na disputa para a Câmara dos Deputados, que reserva 53 vagas para Minas, foram 10.118.666 votos e um quociente eleitoral de 190.918 votos.

As vagas são divididas entre os partidos e/ou coligações e nem sempre os candidatos mais votados em cada chapa são eleitos. Para conquistar um determinado de número de vagas é preciso que a somatória dos votos dos candidatos de uma mesma chapa atinja o quociente eleitoral.

O PRTB é o quarto partido que mais lançou candidatos no estado. Só em Uberlândia, nove disputam para deputado federal e sete para deputado estadual. Roberto Martins, presidente do diretório municipal, disse que a expectativa é que a chapa eleja entre quatro e seis deputados estaduais. “Acredito que nós chegaremos a um quociente eleitoral na faixa de 100 mil a 120 mil. Já para deputado federal, esperamos conseguir duas cadeiras, e o quociente eleitoral deve variar entre 170 mil e 190 mil”, apontou Martins.

Neste ano, o número de candidaturas para deputado estadual em Minas Gerais foi de 1.338, e para deputado federal 876 candidaturas foram registradas. O número de candidatos por vaga foi de 17,3 e 16,5 respectivamente.
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