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23/05/2018 às 05h40min - Atualizada em 23/05/2018 às 05h40min

Conta de luz nas residências fica 18,53% mais cara em MG

As novas tarifas foram autorizadas pela Aneel e serão aplicadas a partir do dia 28, próxima segunda

DA REDAÇÃO com agências
 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem a revisão tarifária da Cemig Distribuição. Com isso, a distribuidora vai ter um aumento médio de tarifas de 23,19%. Para os consumidores residenciais, o aumento será de 18,53% e para as indústrias, o preço irá subir 35,56%.

A concessionária atende 8,3 milhões de unidades consumidoras localizadas em 774 municípios de Minas Gerais. As novas tarifas serão aplicadas a partir de 28 de maio, próxima segunda-feira.

De acordo com a Aneel, “a revisão tarifária periódica reposiciona as tarifas cobradas dos consumidores após analisar os custos eficientes e os investimentos prudentes para a prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica, em intervalo médio de quatro anos”. No caso da Cemig as revisões ocorrem a cada 5 anos.

O gerente de Tarifas da Cemig, Giordano de Pinho Matos, afirma que mais de 80% do reajuste definido pela Aneel se refere a itens que não estão sob a gestão da companhia. O estado crítico dos reservatórios brasileiros influenciou o preço do custo da energia e refletiu na decisão da Aneel para a tarifa da empresa.

“A maior parte do índice se refere ao alto custo de compra da energia em função do baixo nível dos reservatórios brasileiros nos últimos anos, especialmente no segundo semestre de 2017. Além disso, o acionamento das usinas térmicas contribuiu para elevar ainda mais o custo de geração no país. As usinas térmicas utilizam combustí- veis fósseis, o que torna a geração de energia mais cara. O mecanismo das bandeiras tarifárias, que tem o objetivo de cobrir parte desses custos, não foi suficiente e a companhia teve uma despesa adicional superior a R$1 bilhão para garantir o fornecimento de energia dos consumidores mineiros”, explicou.

Giordano de Pinho Matos também destaca outros fatores que impactaram a decisão da Aneel no reajuste das tarifas dos mineiros. “Além do custo da energia do país que foi muito elevado, há o custo de transporte e os encargos setoriais que interferem na tarifa. Do valor total do reajuste médio (23,19%) definido pela Aneel, apenas 4,30% ficam com a Cemig Distribuição ”, afirma.

RESERVATÓRIOS

No dia 05 deste mês o Diário de Uberlândia mostrou que os três reservatórios das usinas da região do Triângulo Mineiro estavam com um nível mais alto do que no ano passado, mas uberlandenses e demais consumidores do Sudeste, teriam bandeira tarifária amarela em maio. Isso significou um acréscimo na conta de R$ 1 a cada 100 kWh.

De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apurados naquela dará, o reservatório de Marimbondo, o nível subiu de 70,68% para 76,19%, enquanto o reservatório de Emborcação subiu de 22,11% para 34,16%, se comparado maio deste ano com igual período de 2017. Em Nova Ponte, o aumento foi de 23,30% para 30,45%. Na usina de Água Vermelha, por sua vez, o volume caiu de 79,78% para 78,38%, e em São Simão, de 84,71% para 54,59%.

Wilson Akira Shimizu, engenheiro civil especialista em gestão de recursos hídricos, explicou à reportagem que mesmo que neste ano tenha chovido mais do que no ano passado, as usinas do Triângulo ainda não conseguiram se reabastecer totalmente. “Isso acontece porque as hidrelétricas funcionam de maneira integrada, logo não é possível analisar os reservatórios separadamente”, afirma.

Ainda segundo Shimizu, reservatórios com níveis mais altos auxiliam na geração de energia dos outros, e o sistema não é prejudicado. “Pode ser que um opere por um período maior ao ano também”.
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