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24/08/2017 às 05h15min - Atualizada em 24/08/2017 às 05h15min

A poesia que sobrevive às barbáries

Professor aposentado fala na importância de fazer com que o amor e o lirismo sobreponham-se à maldade

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Escritor Ademar Inácio da Silva lança logo mais o seu quinto livro de poesias, “Apesar da barbárie”, na Assis Editora / Foto: Divulgação

 

O escritor mineiro Ademar Inácio da Silva lança hoje, em Uberlândia, o seu quinto livro de poesias, “Apesar da Barbárie” (Assis Editora, 192 páginas, R$ 30 no lançamento). Natural de Araguari, ele veio para Uberlândia aos 8 meses de idade. “Sou uberlandense”, afirma.

Silva é professor e auditor da Receita Estadual de Minas Gerais aposentado. Graduado em Estudos Sociais, Filosofia e Direito, aos 64 anos dedica-se cada vez mais à literatura. Segundo o escritor, já são mais de 16 publicações solo e em co-autoria.

Em “Apesar da Barbárie” o autor faz uma homenagem à poesia, que sobrevive às mazelas de um mundo cada vez mais complicado, em todos os sentidos. A poética do livro vem alicerçada em quatro pilares que podem ser definidos como geofísico, ambiental, político e social. “No primeiro pilar temos todo esse leque de eventos que aconteceram no final do século passado e início deste, como tsunamis, terremotos, maremotos e todas as suas consequências em países como Indonésia, Haiti, Chile e Japão. Seria isso causa provocada pelo homem ou do autoequilíbrio da natureza?”, questiona Silva.

O segundo pilar está na força que o desmatamento tem ganhado e as complicações resultantes desta prática a partir do desequilíbrio na fauna e na flora. “Temos um número de doenças cada vez maior, vírus mais fortes e as curas tornam-se cada vez mais difíceis”, explica o autor.

No terceiro pilar, ele coloca a mudança comportamental humana e a fuga da ética moral que tem aparecido com mais força não só no Brasil, como no mundo. “A situação é de desgoverno, de vazio de poder. Temos situações em que grupos fundamentalistas tomam o controle de cidades e a população tem que fugir para não ser vítima da barbárie e geram esses atentados terroristas que temos visto, principalmente pela Europa, nos últimos meses”, explica.

Já o quarto pilar fixado pelo autor em sua obra está em um problema social, a corrupção exacerbada que lava a degradação dos valores morais e éticos e banalizam a vida, o que, segundo ele, afana a riqueza das nações.

“E em meio a tantas notícias ruins, apesar da barbárie, ainda se faz poesia, essa é a mensagem que quero deixar aos leitores. Ainda é possível denunciar as falcatruas, cuidar da natureza, ser humano no sentido mais amplo da palavra. Ainda é possível mudar”, diz Ademar Silva, que entre 192 poemas, a maioria  fala de amor, de alegria. “É o que precisamos”, finaliza.


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