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30/05/2020 às 08h07min - Atualizada em 30/05/2020 às 08h07min

Futsal, e o desrespeito ao Esporte

ADRIANO SANTOS
Se o Futebol Mundial vive uma das maiores crises da sua trajetória por conta da pandemia que estamos vivendo, imagine o Futsal?
A redução dos salários do futebol em grandes clubes chegou a 70%, técnicos, professores de educação física, fisioterapeutas e dirigentes no mundo todo foram afetados.

No Futsal não é diferente, com as dificuldades antes mesmo da pandemia de patrocinadores, parceiros e reconhecimento, imagina agora nesse momento em que estamos vivendo?

O Futsal além de não ser olímpico, é praticado em ambientes fechados, esporte de muito contato, com jogos de ginásios cheios, ou seja, vai na contramão do que é exigido pela OMS e seguimentos de saúde.

No Brasil, o futsal e as incertezas são muito piores do que estamos vendo, são diversos profissionais e atletas e sonhos e federações e problemas diante de tal momento.

Segundo José Raimundo de Carvalho, Presidente da Federação Mineira de Futebol de Salão de Minas Gerais, o prejuízo à modalidade é inestimável, são mais 1200 atletas em todo o estado sem competir, mais de 120 profissionais diretos das equipes, cerca de 150 árbitros que estão impedidos de apitar, com um agravante: alguns árbitros são de dedicação exclusiva.

Perguntei a ele sobre algum subsídio da Confederação Brasileira de Futebol de Salão, ele disse que assim como as Federações depende dos seus filiados, a Confederação depende das federações para recursos etc.

Estamos falando de mais de 50 mil atletas da base ao adulto, de quase 20 mil árbitros, 10 mil professores e técnicos e gente à frente, parados sem qualquer luz diante toda essa situação.

Questionei sobre possível data para retorno, ele lembrou que tudo isso dependerá muito dos órgãos sanitários de cada cidade, e que o tempo dirá qual é a melhor solução.

É vergonhoso como no Brasil os governos desconhecem não somente o futsal, mas o esporte em si, a modalidade além de esquecida e sem respaldo, não se vê nada dos governantes em prol dos atletas amadores que vivem do mesmo.

O Futsal é a resposta na formação dos grandes clubes do mundo, aliás todos os jovens atletas no Brasil e no mundo, os mais valiosos atletas, vieram do reducionismo proporcionado do futsal. E com certeza, os grandes do Brasil, quando forem fazerem cortes, excluirão primeiro os da modalidade.

Imagine os donos de quadra, que estão nesse momento fechados, sem qualquer amparo, pessoas e famílias que dependiam de alugueis e torneios pra viverem.

Na Liga Nacional, o estrago deve ser gigantesco, imaginem atletas que eram considerados profissionais ganhando dois, três, quatro mil reais e tiveram seus contratos cancelados e suas famílias arrasadas, muitos desses clubes dependem de patrocínio, muitos desses patrocínios vivem de consumo, muito de tudo isso tem um atleta, um técnico, uma arbitro, uma família.

É lamentável no Brasil a politização da pandemia e as pouquíssimas respostas ao desporto no geral, esqueceram que o esporte é saúde, que por trás do esporte há pessoas.

O Futsal merece respeito, árbitros, técnicos, atletas, quadras, famílias, gols, não são apenas entretenimento, são humanos.

Paixão Futebol.



Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 
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