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08/04/2020 às 15h26min - Atualizada em 08/04/2020 às 15h26min

Após a Covid-19, o futebol será repensado

ADRIANO DANTOS
O que todos esperam depois que a crise do vírus passar é que o mundo não seja mais o mesmo e o futebol também não.
Os custos deverão ser repensados, os astronômicos salários, as irresponsabilidades financeiras. Aliás, será momento de entender que o povo que assiste jogo entrará em prioridades.
Não teremos estádios cheios, passaremos por um período de reaprender como cativar o povo e o bolso do povo.
Não acredito que seja o fim, mas uma forma de se reinventar. Afinal, hoje em dia quem não está com saudade de alugar a quadra e bater aquela bolinha?
As vendas de produtos, a insensibilidade dos preços de uma camisa original, os tênis, os adereços do jogo precisarão se adaptar.
O Vasco perdeu, no último mês, 6 mil sócios torcedores dos atuais. A patrocinadora de grandes clubes do Brasil como São Paulo, Internacional, Cruzeiro e Flamengo emitiu nota sobre atraso de repasse, os royalties que os clubes ganhavam agora ficarão aguardando o retorno do majestoso espetáculo da bola.
Talvez será a hora do futebol ser trabalhado com a sua devida responsabilidade social e com propósito que tem a relação com a sociedade. A formação de cidadãos, devido respeito aos torcedores, função social que os clubes e as marcas têm. Será o momento de proporcionar também os valores que o futebol e o esporte em si trazem ao povo.
É tempos de novas posturas ou será demagogia do povo?
Queremos ver um futebol mais tolerante, pais mais tolerantes, sem imprudência de pensar que pós Neymar vem seus filhos, ou pós seleção de 70 vem seu time. O futebol poderá ser a relação de saúde, de cuidados com o corpo, de tolerância ao oponente, ao que oponente veste, come, mora, dorme e reza.
O futebol precisa ser resgatado dos bons exemplos. Menos glamour com as prostitutas, menos “faço de tudo pra vencer”, mais humildade no toque com as crianças, mais aceitação ao diferente.
É necessário resgatar a paixão do futebol com todo amor que o futebol trás.
Quando tudo isso tiver fim, os calendários serão repensados e oportunidades virão. Acreditamos em pessoas transformadas, meios evoluídos, identidades reformuladas, tolerância acentuada.
E aí as perguntas serão: o que queremos para o futebol? O que queremos como amantes do futebol? O que queremos como torcedores do meu time de coração? O que queremos com a nossa paixão futebol?
O esporte mais praticado no Brasil é o vôlei, porque o Futebol é a nossa religião.


Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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