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09/11/2019 às 14h00min - Atualizada em 09/11/2019 às 14h00min

A crônica e jazz

JOÃO BOSCO

Tio Geovane foi um elogiável tocador de acordeom. Tocava de ouvido. Aprendeu a ler partituras, passou a tocar sax. Saxofone me leva ao jazz contemporâneo, o jazz, por sua vez, me leva a Amsterdã, na melodia decorrente da ressonância de sons sincronizados do sax-tenor de George Coleman. É de arrepiar. A crônica para mim é como o jazz: criativa, livre, extrovertida, flexível, cômica e, sobretudo, quotidiana. Parafraseando meu tio: “escrevo de ouvido”, sujeitando-me, portanto, às dissonâncias, ora dos verbos, ora dos advérbios e das locuções adjetivas. Às vezes, de propósito, escrevo às avessas: se digo pouco, quero dizer muito, se digo superficial, quero dizer fundo. E às vezes, involuntariamente, aparecem ruídos para os gramáticos. Mas como comparo a crônica ao jazz e vice-versa, peço paciência ao leitor exigente e tento fazer do ruído o que se faz num improviso: tirar da nota errada, em momento de apuro, uma sonoridade que surpreende. Mais ou menos o que procurei fazer aqui, agora. Em outras palavras: dar corda à criatividade.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.








 

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