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21/02/2019 às 09h04min - Atualizada em 21/02/2019 às 09h04min

Samba de uma nota só

TIAGO BESSA
As duas primeiras rodadas do Módulo II do Campeonato Mineiro não trouxeram novidades aos torcedores do UEC. O Verdão perdeu para o Coimbra na primeira rodada, fora de casa, em um jogo sofrível e com poucas oportunidades de gol para ambas as equipes. Soma três pontos na tabela em razão da desistência do Tricordiano e ocupa a penúltima posição do campeonato. "Ah, mas ainda estamos no começo do campeonato!". Lembra-se da minha primeira coluna, em que falei sobre a péssima impressão que tive da equipe na primeira rodada do Módulo I do ano passado e que foi confirmada com o rebaixamento do time? Pois é! Na próxima rodada pega um CAP embalado por uma vitória fora de casa na segunda rodada, contra o Nacional de Muriaé, que, na primeira rodada, venceu o Ipatinga fora de casa. O Verdão, por enquanto, me remete à canção "Samba de Uma Nota Só", de Tom Jobim e Newton Mendonça. Vejamos alguns versos análogos às primeiras impressões que tive do time: "Eis aqui este sambinha, feito numa nota só / Outras notas vão entrar, mas a base é uma só" - há muitos anos a fórmula do clube é a mesma: contratações aparentemente sem critério para a formação de um elenco competitivo. Jogadores e mais jogadores são integrados aos elencos que vêm e vão no decorrer dos anos, mas que parecem formar uma mesma base, como se não houvesse decorrer dos anos.

"Já me utilizei de toda a escala, e no final não sobrou nada, não deu em nada" - toda a sorte de recursos foi utilizada nos últimos anos para "repaginar" o UEC, incluindo a venda do saudoso Estádio Juca Ribeiro para saldar dívidas. Será que estamos chegando ao final de um balaio de opções? Será que terão de recorrer novamente à "caridade" dos clubes da capital? Eu, sinceramente, tenho medo do futuro breve do Verdão caso não suba ao Módulo I. Cair, então, será certamente uma tragédia. Mas podemos denominar "tragédia" algo oriundo de tanta negligência?

"Vou contar com a minha nota, como eu gosto de você" - este verso é para a torcida do Verdão. Não aquela torcida do uberlandense médio das numeradas que, logo nos primeiros contratempos abandona o time batendo no peito e dizendo: "eu não venho mais ao estádio para ver esta vergonha". Refiro-me às organizadas e a quem fica debaixo de sol e de chuva na arquibancada comum e na geral, acompanhando as fanfarras e incentivando o time mesmo fora de casa. E não pense você que o colunista que vos escreve torce contra, não! Sofro com o Verdão há 28 anos e continuarei sofrendo, mas é cansativo ver os mesmos problemas desde a dissolução daquele elenco dirigido pelo Cuca, no final dos anos 1990.
Aguardemos e torçamos (de verdade) para a variação deste tema, e que novas notas em outras escalas possam mostrar um Verdão diferente!
 
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