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10/09/2024 às 17h30min - Atualizada em 10/09/2024 às 17h30min

Em quatro anos, eleitorado jovem de Uberlândia quase triplica

Cidade tem 2.316 pessoas entre 16 e 17 anos aptas a votar nas eleições municipais 2024

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Qualquer brasileira ou brasileiro acima de 16 anos tem o direito de votar | Foto: Agência Brasil

O eleitorado jovem em Uberlândia quase triplicou neste ano. Segundo dados da Justiça Eleitoral, para as eleições municipais de 2024, a cidade tem 2.316 eleitores entre 16 e 17 anos, um aumento de 171% em relação ao pleito de 2020, quando o município tinha 854 eleitores da faixa etária. 

 

Ainda de acordo com o levantamento, o número de eleitores menores de idade, que por lei ainda não são obrigados a votar, corresponde a 0,43% de todo o eleitorado de Uberlândia, que chega a 530,8 mil pessoas. Os dados apontam ainda que o público feminino representa 53% (1.231) desse contingente jovem, enquanto o masculino responde por 47% (1.085). 

 

Em entrevista ao Diário, a cientista política Alecilda Oliveira apontou que, embora o ano de 2020 tenha sido atípico devido à pandemia da covid-19, a baixa participação dos jovens nas eleições era uma constante. No entanto, as eleições de 2022 já indicaram uma mudança no cenário, que agora se reflete no pleito municipal. 

 

“A juventude tem debatido diversos temas por meio de ferramentas como a internet, o que contribui para uma percepção de que a política não se resume apenas às instituições formais. Eles questionam desde questões cotidianas da cidade até grandes temas, como as mudanças climáticas”, explicou Alecilda. 

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A profissional ressaltou ainda sobre a importância de canais de diálogo entre os jovens e o poder público, como conselhos e conferências. Conforme dito por ela, a internet também tem sido uma ferramenta de interlocução significativa.

 

“É fundamental para pensarmos no exercício da cidadania e de que modo a nossa democracia tem oferecido ferramentas de participação social que possam incluir a juventude. Não é de hoje que jovens, de diferentes contextos, cobram para que sejam oferecidos canais de interlocução com o poder público. Talvez isso faça com que conselhos e conferências municipais voltadas para este segmento possam funcionar de fato”, comentou.

 

Sofia Nadyezhda Santos é uma estudante de 17 anos e vai votar pela primeira vez.  Segundo ela, o desejo de exercer seu direito ao voto, aliado à exigência do título de eleitor para o ingresso em instituições de ensino como a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi uma das motivações para tirar o documento. 

 

Ela espera que os candidatos se comprometam com melhorias concretas, como a qualidade das escolas públicas, a gestão da saúde e a valorização de projetos culturais. No entanto, Sofia aponta que muitos candidatos não se comunicam adequadamente com sua geração. “Acredito que nem todos estão abordando temas importantes para os jovens, e muitos criticam constantemente as atitudes da minha geração”.

 

Sofia afirmou que ela e seus colegas discutem política com base em seus estudos e em pautas sociais, e acredita que sua geração é mais consciente politicamente que a anterior. 

 

“Eu e meus colegas discutimos política a partir do nosso conhecimento e estudo sociológico, filosófico e geográfico, mas principalmente sobre pautas sociais. Acredito que minha geração é mais consciente politicamente, quando comparada a anterior. Entretanto, embora muitos votem com sabedoria, conheço ainda várias pessoas que votam em quem a família votar ou não estuda muito sobre o assunto”, finalizou.

 

O VOTO

Qualquer brasileira ou brasileiro acima de 16 anos tem o direito de votar e participar dos processos de escolha de seus representantes. Para os menores de 18 anos, o voto é facultativo, assim como para idosos com idade acima de 70 anos. 

 

Adolescentes de 15 anos que completam 16 anos até 6 de outubro, a data do primeiro turno das eleições, já podem solicitar a primeira via do título. Ao completar 18 anos, o alistamento eleitoral é obrigatório e, se não tiver o título ou não comparecer às urnas, o cidadão pode ter problemas para emitir outros documentos, como passaporte, CPF, e até mesmo para se matricular em instituições de ensino. 

 

A Justiça Eleitoral tem um site dedicado ao jovem eleitor para esclarecer dúvidas e incentivar o exercício da cidadania por meio do voto. 


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