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08/06/2024 às 12h00min - Atualizada em 08/06/2024 às 12h00min

Em cinco meses, Uberlândia registra mais de 140 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes na internet

Principais denúncias estão relacionadas com a divulgação de imagens de abuso, além de importunação e assédio

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Delegada enfatiza importância da supervisão de pais ou responsáveis para prevenir os casos | Foto: Pixabay

Uberlândia registrou 141 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes na internet nos primeiros cinco meses deste ano. Conforme informações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), as principais denúncias estão relacionadas com a divulgação e exploração de imagens de abuso, além de importunação e assédio. 

 

Os dados da Sejusp revelam ainda um aumento de quase 10% no número de ocorrências em 2023. Em todo o ano passado, a cidade totalizou 313 casos do crime, enquanto em 2022 foram 285 denúncias. 

 

Ainda de acordo com o levantamento, em 2023, a maioria das vítimas eram pessoas de 12 a 17 anos de idade, com 242 ocorrências. Em relação a crianças de 0 a 11 anos, o município teve 71 casos de violência sexual. Em 2024, até o momento, as vítimas de 12 a 17 anos também são maioria, com 106 denúncias. Já na faixa etária de 0 a 11 anos, foram registradas 35 ocorrências neste ano. 

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Em entrevista ao Diário, a delegada Ludmilla Pinto Borges Carneiro, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, que também atende os casos envolvendo menores de idade, esclareceu que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) possui dispositivos que visam proteger crianças e adolescentes no meio virtual. Ela destacou que os principais crimes registrados são pedofilia, exposição de menores a conteúdos sexuais e compartilhamento de registros íntimos das vítimas.

 

“Esses crimes têm se tornado mais comuns, especialmente com o uso de inteligência artificial, que pode adulterar registros para simular crianças em contextos de pornografia ou induzir crianças a compartilhar conteúdo impróprio”, explicou a delegada.

 

Ludmilla também alertou que a internet muitas vezes é a porta de entrada para outros casos mais graves. Além da violência virtual, as crianças podem acabar sofrendo abuso físico. A delegada enfatizou a importância da supervisão de pais ou responsáveis para prevenir os casos.

 

“Tristemente o aumento é esperado, as crianças têm acesso a computador e celular de maneira mais precoce. E elas não têm discernimento para estabelecer o que é uma interação segura ou real. Os acessos sem supervisão tem contribuído para o aumento deste tipo de crime. É fundamental que os pais supervisionem o acesso dos filhos à internet”, alertou.

 

COMO DENUNCIAR
Para denunciar casos de violência contra menores de idade, a delegada Ludmilla aconselha procurar qualquer unidade da Polícia Civil ou da Polícia Militar. “O ideal é fazer a denúncia diretamente na delegacia ou formalizar um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Militar (PM), que encaminhará o registro para a delegacia competente, com todos os dados disponíveis”, explicou.

 

Assim que o BO é formalizado, a Polícia Civil é responsável por instaurar um inquérito policial para apurar os fatos e identificar a autoria do crime. “Uma vez identificado o autor, o delegado pode solicitar à justiça a prisão do suspeito, e cabe à justiça decidir sobre a necessidade da prisão. Em casos de flagrante, a polícia analisa a situação de imediato”.

 

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) também disponibiliza um canal de ouvidoria para denúncias de crimes virtuais, através do Disque 100. 


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