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31/03/2024 às 12h50min - Atualizada em 31/03/2024 às 12h50min

Aedes aegypti pode transmitir doença para cães e gatos, alertam veterinários

Dirofilariose afeta o coração dos pets; confira dicas para proteção dos animais

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Para prevenir a contaminação é possível utilizar produtos próprios para os animais com ação repelente | Foto: PIXABAY

O mosquito Aedes aegypti, conhecido por transmitir dengue, zika e chikungunya aos humanos, também representa certo risco para os animais de estimação. A picada do inseto infectado pode causar a dirofilariose, popularmente chamada de "verme do coração", uma condição fatal para os cães e gatos. Em conversa com o Diário, especialistas de Uberlândia alertaram sobre os riscos da doença e como os tutores podem proteger os pets. 

 

O médico veterinário Cláudio Yudi explicou que a proliferação do verme ocorre em cinco ciclos distintos. As três primeiras etapas acontecem obrigatoriamente no mosquito fêmea, que se alimenta do sangue de um animal contaminado. Em seguida, através da picada, o inseto transmite a larva para outro cão ou gato, onde o parasita completa seu desenvolvimento. “Uma parte da vida do parasita ocorre no mosquito, enquanto a fase adulta se desenvolve nos corações de cães ou até mesmo em gatos. Em humanos é muito raro”, completou. 

 

Conforme dito pelo profissional, a transmissão da dirofilariose é mais comum em cidades litorâneas, sendo assim, é importante a proteção dos pets em passeios e viagens. “Essa doença não tem na região do Triângulo Mineiro. Não encontramos em Uberaba e Uberlândia, mas já atendemos animais com a doença que vieram da praia depois que os tutores fizeram viagens”, ressaltou. 

 

Para prevenir a contaminação, Cláudio Yudi sugere algumas estratégias. "Existem coleiras que contêm produtos químicos que podem auxiliar como repelente do mosquito, impedindo que ele pouse no animal. Há também produtos que podem ser aplicados na pele do animal, geralmente na região da nuca, e comprimidos orais", explica.

 

O veterinário ressaltou ainda que o custo-benefício da coleira pode ser maior, pois oferece proteção por meses, enquanto os comprimidos e repelentes geralmente protegem por cerca de um mês. "Se a pessoa for para a praia e levar o animal, recomendamos utilizar a coleira ou os demais produtos para prevenir contra o mosquito. Casas agropecuárias ou veterinárias vendem e os preços podem variar bastante", orientou.

 

ACOMPANHAMENTO 

A médica veterinária, Camilla Thomazini, ressaltou sobre a importância dos animais passarem por check ups a cada seis meses ou um ano, já que alguns casos da dirofilariose podem ser assintomáticos. Segundo ela, a doença pode passar despercebida e levar o pet a óbito. 

 

Ainda de acordo com a especialista, a enfermidade causa obstrução dos vasos sanguíneos do animal, gerando hipertensão e insuficiência cardíaca. “Por isso tem que fazer o teste e acompanhamento de rotina, principalmente se o cachorro foi para a praia ou lagos. O tratamento é com remédios contra vermes. Uma opção pode ser vermifugar o animal caso vá fazer viagens para a praia”, explicou. 

 

LEISHMANIOSE

Além da dirofilariose, os veterinários alertam sobre a leishmaniose, transmitida pelo “mosquito palha”, que é comum na cidade de Uberlândia. "Este é um problema de saúde pública que devemos nos preocupar. A leishmaniose canina pode causar emagrecimento crônico, feridas na pele, crescimento anormal das unhas, febre e alterações sanguíneas", frisou Cláudio Yudi.

 

O profissional orientou que, ao perceber algum sinal, é importante levar o animal para o veterinário, que vai realizar testes para estabelecer um diagnóstico. “É essencial estar atento à saúde dos animais de estimação e tomar medidas preventivas para protegê-los contra doenças transmitidas por mosquitos”, finalizou. 


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