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21/01/2024 às 11h00min - Atualizada em 21/01/2024 às 11h00min

Negócios imobiliários lideram ranking de empresas ativas em Uberlândia

Município tem mais de 2 mil firmas ligadas ao setor em atividade

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Expansão urbana e infraestrutura são apontados como os principais atrativos para o segmento | Foto: Via Drones
Uma pesquisa do Mapa de Empresas, disponibilizada pelo Governo Federal, apontou que o setor imobiliário lidera o ranking de atividades econômicas em Uberlândia. De acordo com o levantamento, o município possui mais de 2 mil empresas deste ramo em atividade, atualmente. Na visão de especialistas e empresários ouvidos pelo Diário, o desenvolvimento da cidade nos últimos anos é o principal fator responsável pela atração de investidores do segmento.     
 

A pesquisa evidencia o protagonismo do setor imobiliário, que tem 2.005 empreendimentos ativos. Destes, 473 são considerados de pequeno porte, correspondendo a 23% do total. As microempresas do ramo representam 29%, com 587 empresas. 

 

O estudo revelou ainda que a cidade abriga um total de 108.626 empresas (considerado todos os setores econômicos). Desse número, 95.564 são microempresas, representando 87% do total. As demais distribuem-se entre os segmentos de pequeno, médio e grande porte. 

 

Em entrevista ao Diário, a mestre em Gestão Organizacional e Especialista em Controladoria e Finanças, Simone Hilário, explica que o mercado imobiliário lidera as empresas ativas em Uberlândia devido a uma combinação de fatores. 

 

Para ela, o crescimento econômico contínuo na cidade impulsiona a demanda por espaços comerciais e residenciais e, ao mesmo tempo, a alta demanda residencial, impulsionada pelo crescimento populacional, contribui para o dinamismo do setor. 

 

“Afinal, como a cidade experimenta um aumento na população devido a fatores como migração interna e desenvolvimento industrial, a demanda por moradias também aumenta. Além disso, investimentos em infraestrutura e desenvolvimento urbano tornam a cidade mais atraente para investidores imobiliários e a presença de atrativos culturais, juntamente com o desenvolvimento tecnológico, impulsiona a diversificação e inovação no setor”, explica. 

 

De acordo com a especialista, os investimentos imobiliários promovem o desenvolvimento de regiões da cidade de diferentes maneiras. Ela indica que os aportes incentivam a expansão da infraestrutura da cidade, uma vez que o crescimento do setor demanda melhorias em transporte, saneamento e serviços públicos. 

 

“Além disso, impulsionam a geração de empregos locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região. O aumento na oferta de moradias também pode atrair novos residentes, promovendo o crescimento populacional e, por consequência, estimulando o comércio local”.

 

VISÃO DE QUEM INVESTE NA CIDADE

De acordo com o sócio administrador da Inconew Empreendimentos e Construções, Pedro Paulo Ferreira, os números ressaltam não apenas a expressividade, mas também a diversidade do setor imobiliário, que tem impacto direto na dinâmica econômica local.

 

“O setor está em alta porque a cidade está em constante multiplicação, com elevada taxa de crescimento populacional. É um município que atrai empresas de fora pelo fato de investir em infraestrutura, água e esgoto, por exemplo. Além disso, aplica em mobilidade urbana, transporte público, entre outros pontos”.

 

O profissional reforça que segurança e qualidade de vida são grandes atrativos para quem migra para a cidade. “Estes fatores são importantes para atrair empresas do mercado imobiliário, fazendo seus lançamentos de empreendimentos, com loteamentos de bairros planejados nascendo já com infraestrutura completa, como quadras, academias ao ar livre e ciclovias. Isso traz qualidade de vida para a população”, expõe.

 

Na visão do coordenador comercial da HTLS e Libri Incorporadora, Kenedy Salas, Uberlândia vive um momento de expansão, tanto em setores populares quanto no médio e alto padrão. Além disso, ele acredita que há um mercado sólido, com planejamentos estabilizados a longo prazo na cidade.

 

“Uberlândia tem um turismo de agro e negócios muito forte e esse fator estimula muito a cidade, além de sua importante posição centralizada na região sudeste. Então os investidores acham interessante investir na cidade”, explica. 

 

Na visão do diretor regional filial da Brasal Incorporações, Sebastião Longuinho, é importante ressaltar o contexto da cidade, que ele considera ser representativo em vários aspectos. “É economicamente forte, com setores bem desenvolvidos, e o imobiliário permeia o desenvolvimento que é robusto na região”, afirma.

 

Sebastião argumenta que Uberlândia tem um papel regional importante, com um volume imobiliário relevante em função disso. “Investimentos imobiliários tem uma garantia de longo prazo interessante. Dificilmente, quando olhamos para um mercado em cidades grandes, há perdas numerosas no setor. Para o brasileiro, investimentos na área representam conforto em um país com a economia volátil”, conta.

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REGIÕES PROMISSORAS

O empresário da Brasal destaca, ainda, que nos últimos anos houve desenvolvimento na região sul da cidade, porém ele observa um crescimento generalizado. Para Sebastião, a urbanização puxa o desenvolvimento e vice-versa, quase de forma simultânea. 

 

“A demanda anda junto com o serviço é bem orgânica. E em Uberlândia, nos últimos 10 anos, houve expansão na Zona Sul, e a região leste também é forte nisso. Já no setor norte, próximo ao Pequis, também houve expansão urbana. O município está crescendo em todas as regiões praticamente”.

 

Neste mesmo sentido, o coordenador comercial da HTLS e Libri Incorporadora, Kenedy Salas, cita o bairro Granja Marileusa como um projeto de sucesso e explica que bairros como Morumbi, Chácaras Panorama, Pequis, há algum tempo não tinham saneamento adequado até a expansão do mercado imobiliário nestes locais. 

 

“A construção civil ajuda a cidade a se expandir de maneira inteligente, pois se desenvolvem centralidades pensando no ecossistema de pessoas vivendo ali e isto ajuda a cidade a reduzir custos de verba pública, já que as empresas bancam estruturas em ruas, por exemplo”.

 

Segundo Kenedy, a região leste tem o bairro Grand Ville como bom expoente, assim como o Portal do Vale e o Nascente do Sol. Estes bairros estão sendo verticalizados, urbanizados e recebido construção de comércios. 

 

“Na região leste há diversos locais com essa centralidade. Na zona oeste tem o Jardim Europa, Luizote IV, Mansour que são regiões mais populares se desenvolvendo também, com escolas, galerias de empreendimentos e serviços. No sul, o Shopping Park também absorveu muito destes fatores nos últimos anos”.

 

POSSÍVEIS RISCOS

Em relação a fatores negativos na solidificação do setor imobiliário como líder de mercado na cidade, a mestre em Gestão Organizacional e Especialista em Controladoria e Finanças, Simone Hilário, indica que, se houver dependência excessiva em relação ao mercado imobiliário, a economia local pode ficar vulnerável a flutuações nesse setor, sujeitando-se a riscos econômicos.

 

“Um exemplo é que, se houver mudanças nas taxas de juros, pode haver impacto negativo na acessibilidade aos financiamentos e desaceleração das transações imobiliárias”, aponta. 

 

Outro fator apontado é o risco de se criar uma bolha imobiliária, caracterizada por preços inflacionados e insustentáveis, gerando instabilidade financeira. Por último, ela cita uma eventual saturação do mercado que pode levar a uma competição intensa, reduzindo as margens de lucro e afetando a saúde financeira das empresas do setor.

 

MAIS SOBRE A PESQUISA

A pesquisa do Governo Federal mostrou ainda que após a categoria de negócios imobiliários, os setores “rodoviário de carga” e “serviços de escritório ou apoio administrativo” aparecem com 1.458 e 1.397 firmas ativas, respectivamente. 

 

O comércio varejista de vestuário e acessórios, assim como a construção de edifícios, também integram a lista, com 1.177 e 1.175 empresas ativas, respectivamente, conforme dados do Mapa de Empresas. 


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