Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
15/09/2023 às 12h05min - Atualizada em 15/09/2023 às 12h05min

Grupo acusado de tentar matar detento a mando de Pâmela Volp vai a júri popular em Uberlândia

Tentativa de homicídio ocorreu em fevereiro de 2022 na ala destinada a pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, na Penitenciária Pimenta da Veiga

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Pâmela Volp é apontada como mandante do crime I Foto: ALINE REZENDE/CMU
A Justiça realiza, nesta sexta (15), o julgamento de quatro presos acusados de espancamento e tentativa de homicídio contra um detento na penitenciária João Pimenta da Veiga, em Uberlândia. Djalma José Rios, Paulo Roberto Henrique Ferreira, Pablo Henrique Aparecido e Denis Fernandes de Oliveira irão a júri popular, marcado para às 13h desta sexta (15). A ex-vereadora Pâmela Volp é apontada como mandante do crime e também será julgada, porém em data posterior.  
 
A tentativa de homicídio ocorreu em fevereiro de 2022 na ala destinada a pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Pâmela Volp teria ordenado as agressões contra o preso Ricardo Modesto de Souza, com quem ela dividia a cela e mantinha um relacionamento amoroso. De acordo com as investigações, a vítima teria, supostamente, furtado 17 cigarros da ex-vereadora, motivo pelo qual o crime ocorreu.
 
Conforme a denúncia apresentada ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), agindo por determinação de Pâmela Volp, os detentos fizeram buscas na cela e encontraram alguns cigarros na cama da vítima. Após isso, a ex-vereadora, que, segundo o Gaeco, exerce um papel de liderança na ala LGBTQIAPN+, ordenou que os acusados agredissem a vítima até a morte.  
 
Ricardo Modesto estava dormindo sob efeito de remédios em sua cama no interior da cela, quando foi surpreendido pelo grupo, que iniciou uma sessão de espancamento, que ocasionou múltiplas lesões com risco de morte. A denúncia aponta que Djalma José Rios, um dos agressores, chegou a subir em um beliche e pular duas vezes contra o peito da vítima, que já estava no chão desmaiada.


• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram

 
O laudo pericial revelou que o detento fraturou costelas e dentes, teve lesões torácica e na mandíbula, chegando a perfurar o pulmão. De acordo com a denúncia e, a partir dos depoimentos colhidos, as agressões só cessaram após a interferência de Paula Volp, filha de Pâmela, que também está presa.
 
Após o ocorrido, a ex-vereadora de Uberlândia teria ofertado a Djalma e Paulo um pacote de cigarros para cada um para que estes assumissem sozinhos a responsabilidade das agressões. Os réus serão julgados por tentativa de homicídio, assim como Pâmela Volp, como mandante do crime. A pena pode variar entre 12 a 30 anos de reclusão.
 
A ex-vereadora segue no Presídio Professor Jacy de Assis, assim como os acusados Pablo Henrique Aparecido e Denis Fernandes de Oliveira. Djalma José Rios, Paulo Roberto Henrique Ferreira e
Creilton Rodrigues dos Santos permanecem detidos na penitenciária João Pimenta da Veiga.
 
Pâmela Volp e Creilton Rodrigues dos Santos, acusado de também participar das agressões, fariam parte da audiência nesta sexta (15), mas tiveram o julgamento adiado após um recurso interposto na Justiça. O Diário tenta contato com as defesas dos acusados para obter um posicionamento sobre o assunto.
 
ESQUEMA DE EXTORSÃO
Em maio de 2022, detentos da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga denunciaram Pâmela Volp por práticas de extorsão, lesão corporal e ameaça dentro da unidade prisional.
 
Segundo informações da Polícia Militar (PM), os relatos deram conta de que a ex-vereadora teria estabelecido no interior da ala destinada a pessoas LGBTQIAPN+ um sistema de extorsão, cuja prática se iniciou em fevereiro do ano passado.
 
As denúncias apontam um esquema elaborado para a comercialização interna de cigarros, materiais de limpeza, alimentos e outros produtos. De acordo com testemunhas, o sistema funciona através de trocas, ou seja, para adquirir um dos produtos, os detentos teriam que pagar com outro material.
 
Caso não fosse pago dentro do prazo e condições estipuladas, os presos sofriam agressões físicas e privações dos direitos básicos, como ficar sem alimentação.
 
OPERAÇÃO LIBERTAS
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) prendeu em novembro de 2021 a ex-vereadora Pâmela Volp, a filha dela, Paula Volp e Lamar Bionda, acusadas de envolvimento em um esquema de exploração de travestis em Uberlândia e outras regiões do país.
 
As três são investigadas por crimes de exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.


VEJA TAMBÉM:

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90