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06/09/2023 às 08h03min - Atualizada em 06/09/2023 às 08h03min

Casa da ex-vereadora Pâmela Volp é interditada durante operação do Gaeco em Uberlândia

Nova fase da "Operação Libertas" cumpre mandados de prisão e de interdição de alojamentos em três cidades

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Pâmela Volp foi presa em 2021 por envolvimento em esquema de exploração de travestis I Foto: Aline Rezende/CMU

Oito mandados de prisão são cumpridos na manhã desta quarta (6), durante nova fase da "Operação Libertas", deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os mandados são cumpridos nas cidades de Uberlândia, Bom Despacho (MG) e Criciúma (SC), e contam ainda com seis interdições de alojamentos, incluindo a residência da ex-vereadora Pâmela Volp, que segue detida desde 2021.

As investigações resultaram em denúncias oferecidas contra oito pessoas apontadas como integrantes da organização criminosa liderada por Pâmela Volp. As provas evidenciam que a organização criminosa encontra-se estabelecida desde 1997, de forma permanente e estável, destinada ao monopólio da exploração sexual de travestis e mulheres trans, além da dissimulação da origem dos bens, através da aquisição de imóveis, veículos de luxo e até mesmo mausoléu com obras sacra.


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Mesmo com a prisão de Volp em 2006, quando respondeu por tráfico internacional de pessoas, o negócio foi fomentado sob nova vertente, de domínio inicial em Uberlândia, com controle e pagamento de pontos de prostituição, o que se estendeu para o estado de Santa Catarina.

Os autos revelam que apenas em Uberlândia, a organização criminosa contava com cinco alojamentos destinados à exploração sexual das vítimas, ao passo que em Criciúma, o bando possuía mais três alojamentos, mediante recebimento de diárias que embutiam valores circunscritos ao pagamento dos pontos nas ruas.


 

A denúncia apresentada aponta que a organização criminosa possuía ramificação na cidade de Criciúma, com o mesmo modus operandi do funcionamento em Uberlândia, já que as líderes dos alojamentos mantinham o controle dos pontos de prostituição mediante emprego de violência e grave ameaça exercidas.

Além disso, a denúncia afirma que existia uma parceria entre as líderes da organização criminosa, que efetuavam o intercâmbio das travestis e mulheres trans entre os estados de Minas Gerais e Santa Catarina, além de superfaturarem os preços das próteses de silicone que eram financiadas.

As vítimas eram obrigadas a montar uma espécie de poupança a fim de submeterem a procedimentos cirúrgicos com um grupo de médicos parceiros, que efetuavam as cirurgias em clínicas clandestinas e negociavam o preço diretamente com as líderes da organização criminosa, que por sua vez, aumentavam o preço e ganhavam comissão das mulheres trans e travestis.

Os valores das próteses superfaturadas eram cobrados das vítimas diretamente por Pâmela Volp, 
que providenciava os exames sem prévia consulta médica, fazia o transporte até as cidades e acompanhava o ingresso das mulheres em clínicas clandestinas das cidades de Uberlândia e Taboão da Serra (SP), a fim de implantar os silicones. Os valores eram negociados diretamente pela líder da organização criminosa e os médicos, porém, o preço superfaturado era repassado às travestis e mulheres trans.

A 7ª fase da operação conta com a atuação de 10 promotores de Justiça, dois Procuradores do Trabalho, sete delegados, oito auditores, 187 policiais militares e 15 policiais civis. 

O Diário entrou em contato com a defesa da ex-vereadora Pâmela Volp para obter um posicionamento sobre o caso e aguarda retorno. 


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