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17/07/2023 às 10h45min - Atualizada em 17/07/2023 às 10h45min

Testemunhas dão detalhes sobre o tiroteio em clube militar de Uberlândia: "achei que ele queria matar todo mundo"

Stephanie Magalhães e o atirador, Isaque Ferreira, morreram; outro militar segue internado no Hospital de Clínicas da UFU

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Stephanie Magalhães, de 26 anos, foi sepultada neste domingo (16) no Rio de Janeiro I Foto: Arquivo Pessoal

Testemunhas que presenciaram o tiroteio que terminou com a morte da sargento do Exército Stephanie Magalhães, de 26 anos, relataram à Polícia Militar (PM) os momentos de terror vividos durante a festa julina, realizada no Clube Militar de Subtenentes e Sargentos de Uberlândia (Gressu), na última sexta (14).

Stephanie foi morta por Isaque Frederico Silva Ferreira, de 32 anos, colega de trabalho dela. A mulher e o namorado, Pedro Paulo Maessi Gomes, 23 anos, também militar do Exército, foram atingidos com disparos feitos por Isaque. O atirador também foi morto, ao ser baleado por um policial penal à paisana. Pedro segue internado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Stephanie foi enterrada neste domingo (16) em Nilópolis, no Rio de Janeiro, cidade natal dela. 

O evento tinha aproximadamente 500 pessoas. Segundo testemunhas, Isaque alimentava sentimentos pela vítima, mas não era correspondido. Entre os depoimentos feitos à Polícia, está o do policial penal, de 45 anos, que alegou ter agido em legítima defesa ao atirar contra Isaque.

 

"Eu estava na festa julina do Gressu com a minha esposa e meu filho [militar do exército], aproximadamente 5 metros do local dos fatos, quando escutei o primeiro disparo de arma de fogo em um rapaz, eu vi um clarão, depois eu vi a arma de fogo na mão dele e atirando contra uma mulher, ela caiu e ele começou a efetuar disparos na cabeça da vítima. Diante da situação, eu saquei minha arma de fogo e efetuei apenas um disparo para que ele não matasse a moça. Após efetuar o disparo no autor, ainda escutei mais um disparo efetuado pelo autor. Após o fato, falei para os militares do exército para que chamasse uma ambulância para socorrer todos os feridos. peguei a arma de fogo do autor, pois havia muita gente no local. Com medo de represália no local, eu desloquei para a Delegacia. Nesse caminho, eu recebi uma ligação do tenente do tático móvel, e combinamos de encontrar na Delegacia de Plantão. Assim, apresentei para o delegado, explicando toda a situação", disse.


O policial penal prestou depoimento e foi liberado na sequência. Por meio de nota, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) disse que acompanha o desenrolar das investigações criminais por parte da Polícia Civil e tomará as medidas administrativas cabíveis, no âmbito do processo legal. "Ressaltamos que o policial penal envolvido no caso não estava em situação de trabalho e, sim, em dia de folga."


"ACHEI QUE ELE QUERIA MATAR TODO MUNDO"
Uma mulher que também estava no evento afirmou aos policiais que estava a aproximadamente 10 metros do ocorrido, quando viu Isaque com uma arma na mão atirando na vítima.
 

"Eu vi um rapaz com a arma na mão atirando em uma moça, vi ela deitada e ele atirou na cabeça dela. Depois eu saí correndo e escondi, não vi mais nada. Fiquei sabendo que ele matou ela porque gostava da menina, mas ela não dava bola pra ele. Ouvi muitos tiros, achei que ele queria matar todo mundo", contou.


Um outro soldado contou que estava com familiares quando ouviu o barulho dos tiros. No início, ele achou que se tratava de uma brincadeira, mas quando percebeu o que estava acontecendo, tentou deixar o local.
 

"Ele chegou e efetuou disparos contra a sargento Magalhães, provavelmente três disparos na cabeça, quando ela já estava caída. Eu pensei que era brincadeira, mas fui na sargento e vi que era sangue. Depois fui procurar minha tia. Foram muitos disparos, tinha muita gente, estava bem lotado", informou à PM.


Outra tenente do exército que fazia a segurança do evento contou que ouviu diversos disparos durante a apresentação de um grupo de quadrilha.

 

"Quando eu direcionei o olhar verifiquei que era uma situação real. Neste momento, verifiquei a execução de um disparo e ao me aproximar de arma em punho, o autor [policial penal] que atirou no sargento Isaque se identificou como policial penal, e nesse momento contribuí com a abordagem. Eu ouvi falar que o autor Isaque gostava da sargento Magalhães, porém ela namorava outro e não correspondia", contou.



INQUÉRITO
O caso é investigado pela Polícia Civil. A perícia e investigadores da Delegacia de Homicídios compareceram no Gressu no dia do ocorrido para realizar os levantamentos iniciais. A ocorrência foi apresentada à delegacia e diligências preliminares são realizadas para apurar as circunstâncias do assassinato. 

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