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20/04/2023 às 08h35min - Atualizada em 20/04/2023 às 08h35min

Megaoperação cumpre mandados contra envolvidos em crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e jogos de azar

Ordens de prisão e busca e apreensão estão sendo cumpridas em Uberlândia, Ituiutaba, Araguari e Goiânia; Justiça bloqueou R$ 108 milhões de investigados

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Postos de combustíveis estavam entre estruturas utilizadas para lavagem do dinheiro obtido de forma ilícita I Foto: DIVULGAÇÃO/POLÍCIA CIVIL

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia deflagrou, nesta quinta (20), a megaoperação “Confraria do Azar”. A força-tarefa apura crimes de exploração de jogos de azar, corrupção policial e lavagem de dinheiro. A justiça decretou o bloqueio de bens avaliados em R$ 108 milhões de 29 investigados.

 

De acordo com o Gaeco, ação é um desencadeamento de quatro operações distintas. Ao todo, foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão, bem como um mandado de prisão preventiva nas cidades de Uberlândia, Ituiutaba, Araguari e Goiânia. Entre os investigados, estão um policial militar da reserva e dois policiais penais, além de diversas empresas e empresários suspeitos.

 

Durante coletiva de imprensa nesta quinta (20), o promotor do Gaeco, Thiago Ferraz, explicou sobre a megaperação.  "A Lavanderia dos Sonhos já está na quarta fase, deflagrada hoje, não há como afastar essas organizações criminosas dessa operação principal, porque funciona na forma de rede, atuando em Uberlândia. E, para eles movimentarem o capital e aparentar uma licitude, utilizam uma lavagem de capitais", afirmou.

 

Também participaram da coletiva, o delegado-chefe da Polícia Civil de Uberlândia, Dr. Marcos Tadeu de Brito, a Comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar (32º BPM), Ten. Cel. Patrícia, e o Diretor Regional de Polícia Penal, Marcos Vinícius Silva.

 

O delegado da Polícia Civil, Marcos Tadeu, informou que, na residência de um policial penal, alvo de mandado de busca e apreensão, foram encontradas munições de arma de fogo. Com isso, ele foi preso por posse ilegal de munição. A Ten. Cel. Patrícia disse que mais de R$ 40 mil em moedas também foram encontrados em outro endereço, alvo da investigação, que pode ter relação com jogos de azar.

 

Entre os equipamentos apreendidos, estão equipamentos usados no jogo do bicho, bingo eletrônico, caça-níqueis e máquinas de bichos de pelúcia. "Indícios mostram que elas eram viciadas", acrescentou o promotor Thiago Ferraz.

 

A megaoperação “Confraria do Azar” conta com o apoio das polícias Civil, Militar e Penal. Participam da ação 250 agentes públicos, entre membros do Ministério Público e integrantes das forças de segurança pública, sendo 12 promotores de Justiça, sendo 11 de Minas Gerais e um de Goiás, 16 delegados de Polícia Civil, 82 policiais civis, 128 policiais militares, seis policiais penais, bem como servidores/colaboradores do Ministério Público mineiro.

 

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OPERAÇÃO LAVANDERIA DOS SONHOS

A Lavanderia dos Sonhos foi desencadeada em 2022 com a identificação de uma organização criminosa, em Uberlândia, que explorava jogos de azar e do bicho, além de lavagem de dinheiro. Como resultado das três fases anteriores, foi oferecida denúncia criminal pelo MPMG em desfavor dos integrantes da organização criminosa.

 

Esta 4ª Fase, é dividida em duas, “Sistemas” e “Corrupção”. Na “Sistemas” foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em três endereços, e visa investigar os sistemas operacionais utilizados pela organização para suas apostas ilegais e controle das operações, assim como do fluxo financeiro da atividade ilícita.

 

Já a “Corrupção”, identificou que a organização contava com auxílio de um PM, que recebia pagamentos indevidos. Com isso, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e o bloqueio de bens e valores dos dois investigados no valor de R$36 milhões.

 

OPERAÇÃO TREVO DO INFORTÚNIO

A força-tarefa foi deflagrada após as investigações da “Lavanderia dos Sonhos” identificarem a existência de um cartel, composto por mais duas organizações criminosas que exploram jogos de azar e do bicho.

 

O promotor do Gaeco, Thiago Ferraz, disse que, durante a Lavanderia dos Sonhos, a organização criminosa investigada, embora tivesse autonomia, atuava em rede com outras que funcionavam com o mesmo modus operandi em outros pontos de Uberlândia. “A cidade era setorizada pelas organizações criminosas que dominavam o jogo do bicho. Funcionava como se fosse um cartel criminoso. Inclusive havia ajustes entre eles no entorno do preço que era cobrado da loteria clandestina”.

 

Thiago Ferraz  reforçou que um dos grupos do cartel, que, segundo o Gaeco, usa estruturas de empresas privadas para lavagem do dinheiro obtido com práticas ilícitas. "Chegamos em construtoras montadas de fachada, muitas funcionando em imóveis residenciais dos investigados, postos de combustíveis e pátios de veículos credenciados pelo Detran".

 

Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão contra empresas, pátios de veículos e empresários das cidades de Uberlândia, Ituiutaba, Araguari e Goiânia, além de decretada a indisponibilidade de bens e valores do patrimônio de 23 investigados, valor de R$ 36 milhões.

 

OPERAÇÃO ÁGUIA

Essa operação, também desdobramento da “Lavanderia dos Sonhos”, investiga o terceiro grupo que explora jogos do bicho, liderado por herdeiros de antigo contraventor da cidade de Uberlândia.

 

No total, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, sendo dois contra Policiais Penais de Uberlândia, e foi decretado o bloqueio de bens e valores do patrimônio de seis investigados, no valor de R$ 36 milhões.

 

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