Internautas fizeram postagens com supostas ameaças contra a vida do até então presidente durante visita ao Triângulo Mineiro I Foto: Marcos Corrêa/PRO Ministério Público Federal (MPF) realizou uma proposta de transação penal para João Reginaldo Silva e outra seis pessoas, que publicaram mensagens nas redes sociais de ameaças a Jair Bolsonaro, durante uma passagem do ex-presidente por Uberlândia, em 2021. A multa para os envolvidos é avaliada em R$ 20 mil para cada um.
As mensagens foram publicadas no dia 4 de abril, no Twitter. Na época, o Diário noticiou a prisão de um jovem, de 24 anos, residente em Uberlândia, que foi apontado como o autor da postagem. O rapaz conclamava os seguidores da sua rede social a praticarem atos de violência contra a integridade física e a vida do até então presidente. Outros membros da comunidade virtual interagiram com ele e enviaram postagens no mesmo sentido. A publicação de João Reginaldo Silva dizia: "Bolsonaro em Udia amanhã... Alguém fecha virar herói nacional?".
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Logo após a publicação, algumas pessoas responderam incentivando as falas contra a integridade de Bolsonaro. Em uma delas, um rapaz diz "só preciso da arma". Outro seguidor disse "Bolsonaro se vier a Uberlândia voltará pra casa num caixão, não é ameaça é comunicado". Ao mesmo tempo, uma jovem postou na mesma rede social: "Bolsonaro em Uberlândia amanhã. Né possível que não tem um sniper nessa cidade. Aqui produz tanto maluco, um lúcido e armado, seria demais? Nunca te pedi nada @deus".
As interações não pararam por aí. Outra usuária do Twitter disse "faço um pix de 500 reais para quem quiser brincar de tiro ao alvo (e o alvo é o Bolsonaro) amanhã em Uberlândia. Outro alvo do MPF é um rapaz, que escreveu "um recado para os corajosos de plantão: Bolsonaro estará aqui em Uberlândia hoje, quinta feira, então assim sabe, se quiser vir e pá... fazer e tals... concluir... terminar o que... sei lá né, fica a dica aí". Por fim, outra investigada postou o seguinte: "Bolsonaro vindo pra Uberlândia, quem vai ser o esperto pra acertar a facada dessa vez".
Dessa forma, o MPF concluiu que com tais mensagens, os internautas "livres e conscientemente, incitaram publicamente a prática de crime contra a vida e a integridade física do até então presidente. A pena mínima atribuída a esse crime não é superior a dois anos, sendo considerado crime de menor potencial ofensivo. A transação penal é um acordo firmado entre o autor do crime e o MPF, no qual o primeiro aceita cumprir pena antecipada de multa ou restrição de direitos, para que não tenha que responder a um processo.
O QUE DIZ A DEFESA
O Diário procurou a defesa de João Reginaldo Silva Júnior, que emitiu um comunicado afirmando que a proposta de transação penal é "desproporcional e infundada, uma vez que restou claro que João em momento algum teve a intenção de praticar qualquer delito ou incitar outras pessoas a praticarem".
"De modo que ficou claro que suas declarações foram proferidas em tom jocoso, apenas retrataram o descontentamento com o antigo governo. Não havendo de se falar em qualquer penalidade a João. A defesa não aceitará a proposta e seguirá com a instrução processual", diz a nota.
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