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14/07/2022 às 16h06min - Atualizada em 14/07/2022 às 17h06min

Homem acusado de matar a esposa está isolado em cela individual no presídio de Uberlândia

Polícia Civil iniciou investigações e o inquérito deve ser concluído em até 30 dias; crime ocorreu na última terça (12) no bairro Brasil

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Wellen Kassia Cardoso de Melo foi esfaqueada por Diego Mendes Pireth em casa | Foto: Reprodução Facebook

Diego Mendes Pireth, acusado de assassinar a mulher a facadas em Uberlândia, está detido em uma cela individual do Presídio Professor Jacy de Assis desde esta quarta (13). A informação foi confirmada ao Diário pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) que, por meio de nota, disse que o homem foi isolado em razão da repercussão do caso. O crime de feminicídio ocorreu na noite da última terça (12), quando Wellen Kassia Cardoso de Melo, de 34 anos, foi esfaqueada cinco vezes na região do pescoço. 

Segundo a Polícia Civil, as investigações sobre o caso já foram iniciadas e o inquérito deve ser concluído em até 30 dias. Em seguida, a denúncia será enviada ao Ministério Público para apresentação de uma denúncia contra o autor. De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil, Marcos Tadeu Brito, o próximo passo é recolher depoimentos de testemunhas e familiares da vítima e do autor. Diego foi ouvido pelos policiais nesta quarta, mas se reservou no direito de permanecer em silêncio durante a confecção do boletim de ocorrência. 

“Agora, iremos apurar a motivação do crime, as circunstâncias e também se o filho, de 9 anos,  estava presente no momento do crime”, explicou. 

Marcos Tadeu esclareceu ainda que, caso Diego seja condenado pelo crime de feminicídio, ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. Já se ficar provado que a criança esteve presente no ato, poderá haver aumento da pena. 

“Caso seja provado que o filho deles presenciou o assasstinato, haverá majorante da pena, porque configura crime foi praticado na frente de uma criança ou adolescente”, complementou. 

O Diário de Uberlândia entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) para saber se a Justiça decretou a prisão preventiva do autor, mas não houve retorno. A reportagem também procurou a advogada de Diego, mas a defesa informou que não irá se posicionar sobre o caso a pedido dos familiares. 

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CRIME
O assassinato de Wellen Kassia Cardoso de Melo
aconteceu na noite da última terça-feira (12) em um apartamento, no bairro Brasil, em Uberlândia. Conforme dito pela Polícia Militar (PM), o filho do casal, de apenas 9 anos, presenciou o momento em que a mãe foi esfaqueada pelo pai. 

A irmã de Diego relatou aos militares que ele a procurou por volta das 19h40 em um veículo, acompanhado do filho, no bairro Monte Hebron. O autor entregou a criança a ela e disse: “cuida dele pra mim que vou fugir”. Segundo a testemunha, o suspeito tinha marcas de sangue nas roupas e saiu logo em seguida.

 A cunhada da vítima contou aos militares que acionou os pais do casal, relatando a situação e que, logo depois, se deslocou até o endereço de Wellen Kassia. O apartamento estava trancado e foi necessária a intervenção de um chaveiro para abrir a porta. A mulher foi encontrada caída ao chão ensanguentada. Segundo o boletim de ocorrência, havia pegadas em meio ao sangue, um chinelo infantil e uma faca, de aproximadamente 24 cm, próxima à cabeça da vítima.

Segundo a PM, imagens de câmeras de segurança do condomínio revelaram que o casal chegou ao prédio por volta das 16h. Uma moradora vizinha disse ter ouvido gritos da criança dizendo "para pai, para", mas que logo em seguida não ouviu mais nada. O suspeito e a criança, de acordo com as imagens, deixam o prédio por volta das 19h. O autor foi flagrado carregando uma mala de mão e uma mochila nas costas, entrando em um veículo.

A mãe de Diego também foi ouvida pelos policiais militares e disse que naquele mesmo dia, o casal tinha ido até a residência dela, onde almoçaram. Por motivos fúteis, segundo a sogra da vítima, os dois teriam iniciado uma discussão e ido embora.

Após o flagrante, os policiais iniciaram rastreamento e Diego foi encontrado na cidade de Cachoeira Alta, no estado de Goiás. O autor foi preso em flagrante e encaminhado para Uberlândia. 

SEQUESTRO
Ainda de acordo com a PM, os crimes de Diego começaram ainda em 2013, quando o autor passou a agredir e ameaçar Wellen.
Em 2020, o acusado sequestrou a mulher e o filho com a ajuda de quatro comparsas. 

"A esposa, cansada da situação, se separou dele em 2020 e em maio, ele sequestrou a ex-esposa e o filho e os manteve em cárcere privado durante 30 horas. Ele cumpriu um ano e cinco meses de prisão e estava solto há três meses. A vítima deu uma segunda chance a ele, e ele retornou para o convívio familiar", disse.

O crime registrado em 15 de maio de 2020 aconteceu por motivo passional. Os criminosos quebraram a porta da sala da casa e amarraram a mãe e a filha de Wellen, apontando as armas em direção às cabeças. Diego encontrou a vítima e a arrastou para fora da residência, juntamente com o filho do casal. Uma testemunha afirmou que o homem gritava o tempo todo para que a mulher reatasse o relacionamento com ele.

Após uma operação realizada para localizar o criminoso e as vítimas, os militares conseguiram prender Diego Pireth e resgatar Wellen e o filho. Em junho de 2020, o criminoso foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelos crimes de ameaça, sequestro, violência doméstica e descumprimento de medida protetiva.

SEPARAÇÃO
De acordo com a delegada Lia Valechi, da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, o casal havia se separado um mês e meio antes de o sequestro acontecer. Wellen chegou a fazer um Boletim de Ocorrência (BO) e conseguiu na Justiça uma medida protetiva contra o homem que a perseguia e a ameaçava para que o casamento fosse retomado. "Ela solicitou duas medidas protetivas no mesmo dia. Uma para ela e uma para a mãe dela, que também foi perseguida pelo autor", disse a delegada.

Ainda segundo Valechi, Diego Pireth, que cumpria pena por sequestro e cárcere privado contra a vítima e o filho, foi solto no dia 9 de abril deste ano. Por meio das redes sociais, a delegada lamentou o fato e disse que Wellen se reconciliou com o homem e em seguida abriu mão da medida protetiva que havia solicitado em 2020.


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