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13/07/2022 às 10h12min - Atualizada em 13/07/2022 às 11h07min

Mulher assassinada pelo companheiro já tinha sido vítima de sequestro e violência doméstica em 2020

Vítima teria solicitado retirada de medida protetiva após reatar relacionamento com o criminoso; Diego Pireth foi preso nesta quarta (13)

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Diego Mendes Pireth aparece em foto nas redes sociais com a vítima, Wellen Kassia Cardoso de Melo I Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Wellen Kassia Cardoso de Melo, de 34 anos, assassinada na noite desta terça-feira (12), já havia sido vítima de sequestro e violência doméstica em 2020, quando, o na época ex-marido, Diego Mendes Pireth, a levou junto com o filho a uma fazenda na zona rural de Uberlândia. Na ocasião, eles foram feitos de reféns durante 30 horas e foram encontrados pela Polícia Militar (PM) no Assentamento Nova Tangará.

Segundo o Tenente Bispo, da Polícia Militar de Uberlândia, Diego, apontado como o responsável pelo assassinato, foi preso na manhã desta quarta (13) em Cachoeira Alta (GO). À produção do Diário, o militar confirmou que o criminoso já foi transportado de volta a Uberlândia e será apresentado aos delegados para posteriormente ser encaminhado ao Presídio Jacy de Assis. De acordo com Bispo, os crimes de Diego começaram ainda em 2013, quando o autor passou a agredir e ameaçar Wellen.

"A esposa, cansada da situação, se separou ele em 2020 e em maio, ele sequestrou a ex-esposa e o filho e os manteve em cárcere privado durante 30 horas. Ele cumpriu um ano e cinco meses de prisão e estava solto há três meses. A vítima deu uma segunda chance a ele, e ele retornou para o convívio familiar. Sem qualquer prova, o criminoso informou que a esposa havia traído ele e que ela o humilhava na frente das pessoas. Ontem, ele entrou em luta corporal e desferiu cinco facadas no pescoço na frente do filho de nove anos", disse.


Segundo informações, a vítima havia solicitado uma medida protetiva contra o autor em maio de 2020 e, no mesmo mês, o criminoso sequestrou a mulher e o filho com a ajuda de quatro comparsas na rua Iguaçu, no bairro Marta Helena.

O crime registrado em 15 de maio de 2020 aconteceu por motivo passional. Os criminosos quebraram a porta da sala da casa e amarraram a mãe e a filha de Wellen, apontando as armas em direção às cabeças. Diego encontrou a vítima e a arrastou para fora da residência, juntamente com o filho do casal. Uma testemunha afirmou que o homem gritava o tempo todo para que a mulher reatasse o relacionamento com ele.

Após uma operação realizada para localizar o criminoso e as vítimas, os militares conseguiram prender Diego Pireth e resgatar Wellen e o filho. Em junho de 2020, o criminoso foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelos crimes de ameaça, sequestro, violência doméstica e descumprimento de medida protetiva.


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SEPARAÇÃO
De acordo com a delegada Lia Valechi, da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, o casal havia se separado um mês e meio antes de o sequestro acontecer. Wellen chegou a fazer um Boletim de Ocorrência (BO) e conseguiu na Justiça uma medida protetiva contra o homem que a perseguia e a ameaçava para que o casamento fosse retomado. "Ela solicitou duas medidas protetivas no mesmo dia. Uma para ela e uma para a mãe dela que também foi perseguida pelo autor", disse a delegada.

Ainda segundo Valechi, Diego Pireth, que cumpria pena por sequestro e cárcere privado contra a vítima e o filho foi solto no dia 9 de abril deste ano. Por meio das redes sociais, a delegada lamentou o fato e disse que Wellen se reconciliou com o homem e em seguida abriu mão da medida protetiva que havia solicitado em 2020.

"Mais um feminicídio em nossa cidade. Mais uma mulher que foi atrás da morte. O autor progrediu de regime há dois meses depois de ser conddenado por sequestra-la, ameaça-la e de outros crimes. Ela reconciliou, voltou a morar com ele e fez pedido para retirar a medida protetiva. Por tudo que é mais sagrado, MULHER não volte para um relacionamento abusivo, violento. O preço pode valer sua vida. Pense em você, nos seus filhos, na sua família, independente de qual for a dificuldade: financeira, emocional ou outra. Procure ajuda, mas não reate. Não faça da medida protetiva um papel obsoleto", alertou Lia Valechi.



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