Venda de hormônios de crescimento é restrita pela Anvisa | Foto: FreepikA Polícia Civil de Uberlândia, juntamente com a Polícia Militar e a Receita Estadual, desencadearam a Operação Popeye e notificaram 125 pessoas, entre elas 87 médicos de Minas Gerais, para averiguar a suspeita de revenda irregular de anabolizantes. A ação faz parte de um desdobramento da Operação Má Influência, deflagrada na última semana, que resultou na prisão do influenciador digital, Lohan Ramires, acusado de traficar os hormônios de crescimento.
Segundo a Polícia Civil, médicos, pessoas físicas, educadores físicos e donos de academias receberam os anabolizantes em quantidade superior ao que seria indicado pela Anvisa. A suspeita é de que os medicamentos foram adquiridos no esquema de Lohan e revendidos de forma irregular.
Segundo Flávio Andrada, coordenador do Núcleo de Acompanhamento Criminal (NAC) da Superintendência Regional da Fazenda (SRF) de Uberlândia, a Receita Estadual conseguiu identificar que uma empresa de Goiânia mandava uma grande quantidade de anabolizantes aos notificados.
“Foi identificado o encaminhamento para pessoas físicas em Minas Gerais sem o recolhimento do tributo devido. Então essa primeira fase da Operação Popeye visou notificar 125 pessoas, sendo mais de 80 médicos, que adquiriram esse medicamento, que é hormônio de crescimento utilizado em seus procedimentos, mas nenhum dos intimados notificados têm autorização para fazer a revenda”.
Ainda de acordo com Flávio, os notificados devem apresentar informações sobre os produtos, como notas fiscais, em até 15 dias. “Dessa forma a gente visa oportunizar as pessoas que receberam a notificação de comprovar qual a saída que deu a esses medicamentos. Aquele médico, por exemplo, que recebeu esses produtos, deve comprovar, na nota fiscal de serviço, que ele prestou serviço a um paciente, fornecendo esse medicamento. Aquele que não conseguir justificar a saída, deve regularizar sua situação fiscal, recolher o ICMS, o ICMS ST dessas mercadorias, para que a gente consiga fechar o ciclo”, finalizou.
OPERAÇÃO MÁ INFLUÊNCIA
A operação "Má Influência" foi deflagrada pela Polícia Civil na última sexta-feira (27), em Uberlândia. Lohan Ramires, identificado como o principal alvo da ação policial, está envolvido, segundo as investigações, em crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, falsidade ideológica e organização criminosa.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil, Marcos Tadeu, foram cumpridos mandados de prisão temporária de 14 pessoas envolvidas na organização criminosa, que permanecem presas. “De forma capitaneada, simultânea, demos cumprimento a vários mandados expedidos em razão do conteúdo probatório apresentado ao Poder Judiciário. O que demonstra a segurança, competência e profissionalismo dos nossos policiais”.
O influenciador digital, que tem mais de 500 mil seguidores nas redes sociais, foi acusado de adquirir hormônio do crescimento humano, vulgarmente conhecido como “GH”, com a utilização de receitas falsas, preenchidas com dados fraudados de pessoas físicas.
“Essa pessoa está envolvida em lavagem de dinheiro, organizações criminosas, como também tráfico de anabolizantes e produtos controlados pela Anvisa, e falsidade ideológica, por comprar esses remédios, hormônios para crescimento, e utilizava indevidamente como esteroides”, disse o delegado.
Ainda segundo Marcos Tadeu, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram apreendidos 40 veículos, entre eles carros de luxo, como BMW e Porsche, mais de R$ 120 mil em dinheiro, além de televisores, computadores e dezenas de IPhones da última geração. “Foi uma operação exitosa, pois todos os mandados foram cumpridos. O objetivo tem sido alcançado com o desmantelamento da organização criminosas”.
