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02/06/2022 às 10h00min - Atualizada em 02/06/2022 às 12h00min

Polícia abre inquérito para apurar caso do bebê que sofreu queda após nascer no corredor de UAI em Uberlândia

Isac teria escapulido das mãos da médica antes de cair no chão; apesar do susto, mãe e recém-nascido passam bem e seguem internados

DHIEGO BORGES I IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Apesar do susto, pequeno Isac passa bem I Foto: ARQUIVO PESSOAL
A Polícia Civil em Uberlândia abriu um inquérito para investigar o caso do bebê Isac, que sofreu uma queda no corredor da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Martins no momento do parto, realizado nesta terça (31).  Mãe e filho passam bem, mas continuam internados, ainda sem previsão de alta.
 
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil em Uberlândia, Marcos Tadeu Brito Brandão, o objetivo é investigar se houve algum tipo de crime. “A responsabilidade criminal tem que ser apurada, se houve ou não. Pode haver concomitantemente uma responsabilização civil e, ou, administrativa, mas à Polícia Civil compete apenas apurar se houve ou não uma responsabilização criminal”, afirmou.
 
O caso foi noticiado pelo Diário nesta quarta (1º). Os pais da criança Francislaine Ferreira e Fábio Augusto contaram a experiência traumática vivenciada durante o nascimento do terceiro filho do casal. Na noite de terça (31), Isac veio ao mundo em um corredor da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Martins e, no momento do nascimento, caiu no chão.
 
Em depoimento ao Diário, a mãe contou que procurou a unidade de saúde por volta de 19h30 com muitas dores. Enquanto aguardava a chegada do bebê, a bolsa estourou ainda no corredor. Nesse momento, o esposo tentou acionar as enfermeiras da unidade, mas segundo o casal, as profissionais ignoraram a situação.
 
“As enfermeiras não foram ajudar. Eu fiquei no corredor chamando as enfermeiras e a médica e elas só ficavam me olhando. Eu pedi ajuda, falando que já estava sentindo a cabecinha do meu neném saindo, e elas falaram que era normal. Eu fiquei falando que estava sentindo dor e que sentia que o bebê ia cair no chão, mas elas não fizeram nada”, detalhou.


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De acordo com Francislaine, assim que Isac começou a sair do útero, uma profissional chegou com uma cadeira de rodas, mas já não havia mais como sentar. Após a chegada de uma médica, as especialistas da unidade tentaram auxiliar o casal, mas neste momento o bebê saiu e teria escapulido das mãos da médica, caindo no chão.
 
“Eu sofri bastante, estou com medo até agora de ter uma sequela com o meu filho. Foi depois disso tudo acontecer que a UAI Martins me pegou para fazer atendimento. Nem consegui pegar ele na hora. Foi muito humilhante e traumatizante. Fiquei cheia de sangue, o corredor ficou cheio de sangue. Eles não deram nenhum tipo de assistência e nem atenção”, disse Francislaine.
 
Transferida para o Hospital Municipal, juntamente com Isac, a mãe relatou que o bebê foi colocado em uma incubadora e aguardava por exames para constatar possíveis sequelas da queda durante o nascimento. “Eu fico com medo porque meu bebê e eu não tivemos nenhuma assistência. Imagina ter um bebê no meio do corredor. Imagina ver o seu filho caindo no chão e não saber o que aconteceu. Fiquei sem força nenhuma, é muito humilhante”, relatou.
 
Por meio de nota enviada ao Diário nesta quarta (1º), a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administra a UAI Martins, informou que a paciente recebeu atendimento, sendo encaminhada para observação. Esclareceu que, durante observação clínica na enfermaria da Unidade, o trabalho de parto evoluiu rapidamente.
 
Segundo a empresa, o parto aconteceu com a paciente na posição de cócoras (uma vez que as posições verticais são mais confortáveis para a parturiente), estando durante o processo sob a assistência da médica ginecologista de plantão e equipe de enfermagem.
 
A SPDM afirmou também que, apesar de o parto acontecer em local não habitual mãe e recém-nascido passam bem e que a UAI Martins já abriu uma sindicância para averiguar eventuais falhas.
 
A Prefeitura de Uberlândia não quis se posicionar sobre o caso.

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