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01/06/2022 às 09h40min - Atualizada em 01/06/2022 às 09h40min

Bebê cai no chão após nascer em corredor de UAI em Uberlândia

Em depoimento, mãe da criança alega que não recebeu a devida assistência na Unidade de Atendimento Integrado do bairro Martins

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Terceiro filho de Francislaine, Isac nasceu no corredor da unidade I Foto: Arquivo Pessoal

O que era para ser um dos dias mais felizes na vida de Francislaine Ferreira e Fábio Augusto se tornou uma experiência traumática. Na noite desta terça (31), o terceiro filho do casal, Isac, veio ao mundo em um corredor da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Martins e, no momento do nascimento, caiu no chão, provocando um grande susto nos pais.

Em depoimento ao Diário, a mãe contou que procurou a unidade de saúde por volta de 19h30 com muitas dores. Enquanto aguardava a chegada do bebê, a bolsa estourou ainda no corredor. Nesse momento, o esposo tentou acionar as enfermeiras da unidade, mas segundo o casal, as profissionais ignoraram a situação.

“As enfermeiras não foram ajudar. Eu fiquei no corredor chamando as enfermeiras e a médica e elas só ficavam me olhando. Eu pedi ajuda, falando que já estava sentindo a cabecinha do meu neném saindo, e elas falaram que era normal. Eu fiquei falando que estava sentindo dor e que sentia que o bebê ia cair no chão, mas elas não fizeram nada”, detalhou.

De acordo com Francislaine, assim que Isac começou a sair do útero, uma profissional chegou com uma cadeira de rodas, mas já não havia mais como sentar. Após a chegada de uma médica, as especialistas da unidade tentaram auxiliar o casal, mas neste momento o bebê saiu e teria escapulido das mãos da médica, caindo no chão.

 

“Eu sofri bastante, estou com medo até agora de ter uma sequela com o meu filho. Foi depois disso tudo acontecer que a UAI Martins me pegou para fazer atendimento. Nem consegui pegar ele na hora. Foi muito humilhante e traumatizante. Fiquei cheia de sangue, o corredor ficou cheio de sangue. Eles não deram nenhum tipo de assistência e nem atenção”, disse Francislaine.


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Transferida para o Hospital Municipal, juntamente com Isac, a mãe relatou que o bebê foi colocado em uma incubadora, mas ainda não passou por exames para constatar possíveis sequelas da queda durante o nascimento. “Eu fico com medo porque meu bebê e eu não tivemos nenhuma assistência. Imagina ter um bebê no meio do corredor. Imagina ver o seu filho caindo no chão e não saber o que aconteceu. Fiquei sem força nenhuma, é muito humilhante”, relatou.

O Diário entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia e com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), responsável pela UAI Martins, para obter um posicionamento sobre o caso. 


Por meio de nota, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (
SPDM), que administra a UAI Martins, informou que a paciente recebeu atendimento, sendo encaminhada para observação. Esclareceu que, durante observação clínica na enfermaria da Unidade, o trabalho de parto evoluiu rapidamente.

Segundo a empresa, o parto aconteceu com a paciente na posição de cócoras (uma vez que as posições verticais são mais confortáveis para a parturiente), estando durante o processo sob a assistência da médica ginecologista de plantão e equipe de enfermagem.

A SPDM afirmou também que, apesar de o parto acontecer em local não habitual mãe e recém-nascido passam bem e que a UAI Martins já abriu uma sindicância para averiguar eventuais falhas.

A Prefeitura de Uberlândia ainda não se posicionou sobre o caso. 

* Matéria atualizada às 13h10 para acréscimo de informações.


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