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20/04/2022 às 14h13min - Atualizada em 20/04/2022 às 14h13min

Ministério Público propõe construção de parque na extensão do Córrego Mogi em Uberlândia

Promotor se reuniu com a Prefeitura para apresentar projeto; intenção é que o espaço tenha o mesmo tamanho dos parques do Sabiá e do Ibirapuera, em São Paulo

SÍLVIO AZEVEDO
Região, que conta com áreas de cerrado nativo, corre risco de desmatamento para construções civis I Foto: DIVULGAÇÃO/ANGÁ
O Ministério Público Estadual (MPE) propôs à Prefeitura de Uberlândia a criação de um parque na extensão do Córrego Mogi, localizado na zona sul de Uberlândia. O promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e autor da proposta, Breno Lintz, se reuniu com o prefeito Odelmo Leão para apresentar o projeto. A região, que conta com áreas de cerrado nativo, corre risco de desmatamento para construções de condomínios.

O Córrego Mogi fica entre os bairros Itapema Sul, Jardim Inconfidência, Jardim Botânico e Laranjeiras, e conta com 1.281.905m² de extensão. Segundo Lintz, a intenção é que o parque tenha o mesmo tamanho dos parques do Sabiá e do Ibirapuera, em São Paulo.

“Seria um ganho considerável para a população de Uberlândia e colocaria a cidade em destaque no país com o maior parque urbano criado nos últimos 15 anos no Brasil”, afirmou.

No local, já existe uma Área de Preservação Ambiental (APP) que protege a nascente do córrego, que deságua no Córrego Lagoinha. Uma das entidades que luta pela preservação da área, a Associação para a Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (Angá) recebeu a informação de forma positiva.

“A Angá, como membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema), já manifestou sobre a importância da criação do Parque do Mogi. O Parque trará qualidade de vida, proteção ambiental e redução dos efeitos climáticos. A proposta do promotor coincide com a que apresentamos ao Executivo”, disse o diretor de sustentabilidade da ONG, Gustavo Malacco.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia para saber mais informações sobre a reunião e se a proposta será acatada, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.

RISCO DE DESMATAMENTO
A área de cerrado próximo ao Córrego Mogi tem sido motivo de preocupação de ambientalistas e moradores, já que a região está sendo ameaçada com a possibilidade de desmatamento. Com áreas privadas, todo o ecossistema corre o risco de desaparecer caso os proprietários decidam realizar construções.

Em setembro de 2021, o Codema, que reúne entidades públicas e da sociedade civil, aprovou a construção de um condomínio no Jardim Sul que deverá desmatar uma área de seis hectares de cerrado nativo.

Já no final do ano, em dezembro, o Conselho aprovou parecer da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos para a retirada de outras 3,2 mil árvores, inclusive espécies imunes ao corte por legislação municipal, para a construção de um condomínio residencial em uma área de 82,2 mil m² próximo à nascente do córrego, entre os bairros Itapema Sul e Jardim Botânico.


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