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07/09/2021 às 13h30min - Atualizada em 07/09/2021 às 13h30min

Pesquisa da UFU aponta índices graves de ansiedade e depressão entre alunos

Questionário feito com mais de 200 estudantes revelou que quase 60% deles apresentaram sintomas após a pandemia; Universidade promove ações voltadas para a prevenção de suicídio no ambiente acadêmico

LORENA BARBOSA
Levantamento mostrou sintomas de ansiedade em quase 60% dos alunos entrevistados | PEXELS
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com mais de 200 estudantes da instituição mostrou que, desse universo, quase 60% dos alunos apresentaram níveis de ansiedade considerados como muito graves. Ainda segundo o estudo, outros 32% dos participantes foram identificados com índices de depressão também elevados. O levantamento, promovido pela Divisão de Saúde da Universidade (DISAU), tem como objetivo avaliar o impacto da pandemia na rotina dos estudantes e promover ações voltadas para a saúde mental e prevenção ao suicídio.
 
A iniciativa, que conta com a parceria do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), tem como proposta promover uma discussão sobre o tema dentro do ambiente acadêmico. A ação faz parte da campanha ‘Mês para a Vida - Setembro Amarelo 2021”. Neste ano, o assunto abordado é “Relações Virtuais, Emoções Reais” e visa debater sobre o distanciamento das relações humanas provocado pelo isolamento social.
 
De acordo com a coordenadora da Divisão de Saúde da UFU, Fabíola Alves Gomes, as ações vão acontecer durante todo o mês de setembro e tem como objetivo oferecer condições aos estudantes de lidar com sentimentos negativos, como solidão, tristeza e luto.
 
“A gente sabe que essa ansiedade pode gerar uma série de consequências futuras. Em cima disso, nós traçamos uma série de ações para ajudar essas pessoas. Umas delas é como conciliar vida acadêmica e pessoal para que a ansiedade não seja potencializada”, explicou.
 
A responsável pela ação também destacou o crescimento de índices de suicídio entre os jovens universitários. De acordo com o levantamento Suicide Worldwide, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e publicado em junho deste ano, atualmente mais pessoas morrem através do suicídio do que por doenças como HIV, malária ou câncer de mama. Segundo o relatório, 700 mil pessoas tiraram a própria vida no ano de 2019, período apurado pelo estudo. Dentro do grupo entre jovens com idade universitária, de 15 a 29 anos, o suicídio é considerado a quarta principal causa de morte, atrás apenas dos acidentes de trânsito e doenças como tuberculose e violência.
 
O relatório da OMS aponta ainda que a média geral de suicídio no mundo caiu nos últimos 20 anos em 36%. No entanto, as Américas, incluindo a do Sul, onde o Brasil está, foi pela contramão e apresentou um aumento de 17% no mesmo período.
 
Segundo a coordenadora da Divisão de Saúde da UFU, a campanha desenvolvida na Universidade tem como foco retirar o estigma em torno do assunto e conseguir fazer com que o estudante que esteja com problemas e apresente comportamentos suicidas busque ajuda.
 
“As pessoas precisam entender que elas não estão sozinhas. Então nós organizamos as ações para que os estudantes tenham oportunidades ao longo de todo mês para participar dos debates que melhor atendem às suas necessidades”, destacou Fabíola.
 
As ações do “Mês para a Vida - Setembro Amarelo 2021” acontecem de forma virtual durante todo o mês. O cronograma e os temas abordados podem ser consultados no site.
 
A PESQUISA
O levantamento realizado em janeiro deste ano pela Divisão de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (DISAU) foi feito através de um formulário online e contou com a participação facultativa de 225 estudantes. Deste público, 68% das respostas correspondem a pessoas do sexo feminino e 32% do sexo masculino.
 
Ainda de acordo com a pesquisa, a média de idade entre os participantes foi de 24,19 anos, sendo em sua maioria (92,9%) estudantes de graduação e 7,1% alunos da pós-graduação.Os resultados do levantamento mostraram ainda que 12,9% dos avaliados pelo estudo apresentaram sintomas graves de estresse.


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