Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
15/08/2021 às 14h00min - Atualizada em 15/08/2021 às 14h00min

Mesmo com flexibilidade do comércio, donos de bares seguem enfrentando dificuldades

Empresários temem falência caso a situação não melhore em Uberlândia; demissões, empréstimos e novas formas de venda foram medidas tomadas pelos comerciantes

LORENA BARBOSA
Dono do Bar do Betão disse que nunca passou por crise como essa | ARQUIVO PESSOAL
Todo mineiro já deve ter ouvido pelo menos uma vez a frase: “Já que Minas não tem mar, eu vou para o bar”. Mas, com a pandemia, esse lema tem sido praticado cada vez menos pela população e muitos bares foram afetados. Segundo pesquisa divulgada em maio pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 72% dos estabelecimentos relataram dificuldade para honrar pagamentos como impostos, aluguéis e fornecedores. Em Uberlândia não foi diferente, empresários tiveram dificuldades para passar pela crise gerada pelo abre e fecha e também pelas mudanças de horário do comércio, tanto em 2020 quanto em 2021.

Para conseguir manter as portas abertas, foi preciso dispensar funcionários, apelar para linhas de créditos e alterar a forma de funcionamento. Bares que antes funcionavam apenas à noite abriram as portas para o almoço e intensificaram as vendas pelo delivery.

Adriana Raquel Viviane, é proprietária do bar Caminho d’Casa. Durante a primeira onda da pandemia, ela precisou dispensar todo o quadro de funcionários. O negócio ficou basicamente familiar e por quase três meses apenas ela e o marido trabalharam. A situação foi ainda mais difícil porque ela foi pega de surpresa durante uma obra de expansão. Não teve jeito, a saída foi buscar um empréstimo.

“O imóvel ao lado do meu bar ficou disponível e eu não podia perder aquela oportunidade. Comecei a reforma antes do fechamento do comércio, aí veio o fechamento e foi um caos. Todas as oportunidades que a Prefeitura deu a gente foi trabalhando”, contou Adriana.

O dono do Nosso Bar, Luís Cláudio Rosseto passou pelas mesmas dificuldades. Ele precisou dispensar mais de 50% do quadro de funcionários. Onde antes trabalhavam dez pessoas, restaram apenas quatro. A solução para não fechar as portas foi se adaptar para abrir durante o almoço. Entretanto, o empresário sentiu dificuldade em deslanchar as vendas pelo delivery por causa da alta taxa cobrada pelos aplicativos de comida.

“O delivery não dá sustentação financeira. A venda é bem discreta. A gente fica refém das plataformas. Eles cobram em torno de 30% para fazer a entrega do seu prato”, explicou Rosseto.



Nem os 45 anos de experiência preparam o empresário, José Gilberto Machado Silva, para os problemas gerados pela crise. O dono do tradicional Bar do Betão, no centro da cidade, também precisou demitir funcionários, um deles com mais de 27 anos de casa. Uma das soluções foi, depois de mais de 30 anos funcionando somente a noite, abrir o bar para almoço. 

“Já passei tempos difíceis. Tinha um tempo que a gente vendia, mas não via lucro, acho que na época da inflação, mas crise igual a essa eu nunca vi”, analisou Betão.

Pelas contas do empresário, os últimos dois anos de pandemia trouxeram um prejuízo de mais de R$140 mil. Além de todos os problemas, o comerciante sentiu bastante dificuldade em conseguir empréstimos. Segundo ele, os únicos que abriram crédito foram os bancos privados com juros mais altos.

Apesar dos tempos difíceis, o momento é de retomada. O público, mesmo que reticente, tem voltado a frequentar os bares. Entretanto, a insegurança em relação aos números da Covid-19 em Uberlândia, assim como possíveis mudanças de decreto é constante. Os três empresários temem que um novo fechamento impactaria na falência de seus estabelecimentos.

 

COMIDA DI BUTECO
Um grande apoio para os empresários do setor é o Comida di Buteco. Neste ano, o concurso acontece também no formato híbrido, o consumidor pode pedir o petisco participante via delivery, comprar para retirar ou, se preferir, consumir no estabelecimento participante.

O evento começou no dia 30 de julho e acontece até o dia  22 de agosto. Ao todo, 11 bares de Uberlândia participam da edição, que esse ano trouxe o movimento "Salve os Butecos".  A iniciativa tem como meta arrecadar R$ 3 milhões em doações durante o concurso e dividir o valor igualmente entre os bares participantes. Em Uberlândia, o Comida di Buteco está na 13ª edição.

O acompanhamento da arrecadações pode ser feito através do “butecômetro” no site comidadibuteco.com.br.  As doações podem feitas na conta:

Banco Santander
Agência: 1595
Conta: 130023050
Comida di Buteco Produções Gastronômicas LTDA
CNPJ: 06.204.569/0001-55

 

 

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90