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23/05/2021 às 13h00min - Atualizada em 23/05/2021 às 13h00min

UFU vai oferecer qualificação para mulheres imigrantes ou em situação de vulnerabilidade

Programa pretende inserir as alunas no mercado de trabalho e facilitar a inclusão social

NILSON BRAZ
Curso, que ofertou 300 vagas, teve mais de 1200 inscrições | Foto: Portal ESTES
Está previsto para acontecer, no dia 26 de maio, a aula inaugural do Projeto UFU Acolhe as Imigrantes (UAI). A iniciativa nasce de outros dois programas da Universidade Federal de Uberlândia, o UFU Mulher e o Programa Qualificar. O Projeto UAI tem como foco a formação e qualificação de mulheres imigrantes ou em vulnerabilidade socioeconômica que moram em Uberlândia. Foram selecionadas 300 mulheres, imigrantes e brasileiras, que vão receber um curso profissionalizante e de inserção social e no mercado de trabalho.

De acordo com a professora da Escola Técnica de Saúde da UFU e coordenadora do Projeto UAI, Juliana Faquim, a escolha desse público levou em consideração a atratividade da cidade de Uberlândia quanto às oportunidades de emprego. Porém, as mulheres que chegam à cidade não são inseridas no mercado de trabalho com tanta facilidade.

“Muitas vezes vêm os homens primeiro e eles são muito bem recebidos, principalmente no mercado da construção civil e outras áreas prestadoras de serviço, enquanto as mulheres não conseguem essa inserção por causa da falta de qualificação, dificuldade com a língua, as necessidades de cuidado familiar, tarefas domiciliares, e isso potencializa muito a vulnerabilidade e também a exclusão social”, afirmou a professora.

O curso, que ofertou 300 vagas, teve mais de 1200 inscrições. Das selecionadas, 85 são imigrantes naturais de Bangladesh, no sul da Ásia, Benin, Burkina Faso e Sudão, no continente africano, Haiti, na América Central, Bolívia e Venezuela, na América do Sul. O curso oferecido é o de Higienista de Serviços de Saúde. Elas vão receber uma bolsa no valor de 100 reais por mês, durante o período do curso, para auxiliar no custeio da internet. O curso será todo online.

“Este é um setor que tem uma demanda grande de pessoas, e com a pandemia aumentou ainda mais. A gente pensou nesse cenário, na necessidade de qualificar mais pessoas que saibam lidar com os processos de higienização de serviço, não só de saúde, mas que pode ser aplicado no setor de alimentação e outros setores”, afirmou a coordenadora. 

O programa ainda vai oferecer disciplinas de português para estrangeiros, empreendedorismo e mercado de trabalho, além do auxílio de como preparar um currículo e participar de entrevistas. As mulheres receberão ainda informações de saúde da mulher e noções de informática.

Durante a elaboração do projeto, a coordenação tentou levantar o número de imigrantes na cidade, mas constataram que, além de ser um número flutuante, não tem um registro que corresponda à realidade. “É um número muito difícil de descobrir. Porque geralmente essas pessoas chegam e muitas vezes não tem documento. Então a gente vai identificar que chegou um imigrante, quando ele solicita o CPF”, disse Juliana Faquim.

Para ministrar o curso foi necessário convocar pessoas que dominassem os idiomas Francês, Espanhol, Inglês, Crioulo, Árabe e Bengale. Para isso, foi feito um edital de seleção para a contratação de 12 professores para as disciplinas, além de 5 tutores que tenham domínio de pelo menos duas línguas além do português.

“Contratamos também uma mediadora cultural, que é a pessoa que vai fazer o elo com as mulheres imigrantes. Ela tem o domínio de várias línguas e tem o papel de fazer essa transmissão de informação, inclusão cultural. Ela vai apoiar tanto as imigrantes quanto a equipe, que muitas vezes precisa de um apoio” finalizou a professora.

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