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07/05/2021 às 18h23min - Atualizada em 07/05/2021 às 18h23min

Uberlândia tem quase 22 mil pessoas aguardando a 2ª dose da CoronaVac

Coordenadora do Programa Municipal de Imunização disse que vacinas ainda não são suficientes para contemplar toda a população que já tomou a primeira dose

NILSON BRAZ
Prefeitura convocou 2.700 pessoas para receber 2º dose da CoronaVac nesta sexta | Foto: Nilson Braz
Uberlândia convocou, nesta sexta-feira (7), 2.700 pessoas para receberem a segunda dose da vacina CoronaVac. De acordo com o Município, as pessoas que foram convocadas para a segunda dose são aquelas que tomaram a primeira dose do imunizante no início do mês de abril, ou que estão próximas de completar 28 dias da primeira aplicação.

A vacinação de segunda dose estava interrompida desde o dia 27 de abril, quando o município de Uberlândia anunciou a indisponibilidade do imunizante, conforme nota técnica do Ministério da Saúde no dia anterior e as declarações do ministro da pasta, Marcelo Queiroga.

De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Cláubia Oliveira, as doses aplicadas nesta sexta-feira ainda não são suficientes para contemplar toda a população que já tomou a primeira dose do imunizante CoronaVac e está aguardando a chegada de novas remessas. 

“Estas foram as doses que nós recebemos nos últimos dias e foi possível de contemplar com a segunda dose. Nós temos um déficit de segunda dose muito maior do que esse, no entanto é o que nós tínhamos nesse momento e é o que foi possível disponibilizar. Nós tínhamos uma estimativa de 24 mil pessoas. Com as doses aplicadas nesta sexta-feira esse número cai para 22 mil pessoas aguardando a segunda dose”, afirmou.

Cláubia afirma ainda que mesmo se tratando de um número pequeno de doses, elas chegaram aos poucos e só por isso foi possível realizar a aplicação das vacinas nesta sexta-feira. “Na semana passada nós recebemos em torno de duas mil doses, na terça-feira, desta semana, 190 doses, e na data de ontem, quinta-feira, 750. Se somar todas as doses que recebemos, dá um número superior a 2.700, mas nós temos que trabalhar, também, com a possibilidade de perdas, que é quando um frasco não dá dez doses. Então, por isso, a gente garantiu a vacinação de 2.700 com essas três últimas remessas de vacinas recebidas” comentou.

DESABASTECIMENTO

O desabastecimento do imunizante CoronaVac vem sendo percebido e noticiado desde o início de abril. João Pessoa, na Paraíba e Natal, no estado do Rio Grande do Norte, ficaram sem a vacina ainda nos dias 14 e 19 de Abril. Porém, apenas no dia 26 do mesmo mês, o Governo Federal notificou os estados e municípios da interrupção no fornecimento das vacinas.

Questionada sobre a iminência da interrupção dos repasses da CoronaVac, a coordenadora do Programa Municipal de Imunização de Uberlândia afirmou que o Município estava seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e que, por isso, não poderia adaptar os critérios de aplicação sem uma posição oficial do órgão federal.

“Quando a gente recebeu as vacinas para serem administradas as primeiras dores, nós tínhamos um compromisso do Ministério da Saúde que poderíamos fazer como a primeira dose, que a segunda estava garantida. Então cabe ao município seguir exatamente o Plano Nacional de Vacinação. Não cabe ao município guardar vacina pensando que o Ministério da Saúde, que é a maior referência, não vai cumprir com o que estava prometendo”, justificou Cláubia.

FORÇAS DE SEGURANÇA

Próximo da notificação de desabastecimento da CoronaVac, feita pelo Ministério da Saúde, o município de Uberlândia anunciou o cronograma para vacinar as membros das forças de segurança e salvamento da cidade, como policiais e bombeiros. Mas, de acordo com a responsável pelo Programa Municipal de Vacinação, essas doses não comprometeram o processo de imunização.

“No início vieram doses da Coronavac para forças de segurança e salvamento, quando ainda estava com a informação de que poderia ser feito como primeira dose. Mas, a grande maioria, nas últimas remessas, receberam da AstraZeneca. Mas, como apenas 6% das forças de segurança foram contempladas nas primeiras remessas, não tem um grande impacto. As forças de segurança no município de Uberlândia somam 2.800 pessoas. Então não é isso que impactou. Nós fizemos em torno de 400 doses em forças de segurança e salvamento”, disse Cláubia Oliveira.

CONTINUIDADE DA VACINAÇÃO

Mesmo com mais 22 mil pessoas aguardando a segunda dose da CoronaVac, o município de Uberlândia continua ampliando os grupos prioritários a serem imunizados. Foi anunciado, também nesta sexta-feira (7) a abertura para o cadastramento de pessoas com comorbidades.

Em entrevista ao Diário, a coordenadora de vacinação do Município disse que o desabastecimento da CoronaVac não compromete a expansão dos grupos a receberem a primeira dose do imunizante, uma vez que se trata de vacinas diferentes. 

“É importante esclarecer que nós estamos com problema de abastecimento da vacina Coronavac para segunda dose. Nós não temos problemas para administrar primeira dose da AstraZeneca. Então nós recebemos, ontem [06 de maio], 19 mil doses para contemplar gestantes e pessoas com comorbidades e nós já estamos planejando, para na semana que vem, fazer a primeira dose com AstraZeneca”, afirmou a servidora.

FABRICANTES DIFERENTES

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou um comunicado no dia 25 de abril alertando que não se deve fazer a mistura de doses de diferentes fabricantes na imunização contra a covid-19. O órgão afirmou que não há evidências de que a aplicação de doses de fabricantes distintos produza efeito contra o novo coronavírus. Atualmente são aplicadas no Brasil as vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca, além dos imunizantes das marcas Janssen e Pfizer que estão em processo de compra pelo Governo Federal.

A coordenadora do Programa Municipal de Imunização salientou ainda que este é outro motivo para não interromper a ampliação dos grupos a receberem a primeira dose dos imunizantes que continuam sendo fornecidos ao município. 

“Nós não podemos pegar as doses da AstraZeneca e aplicar em quem tomou CoronaVac. Isso é totalmente contra indicado de acordo com o Ministério da Saúde. Quem tomou a primeira dose de CoronaVac, tem que tomar a segunda com CoronaVac. Quem tomou AstraZeneca, a segunda com AstraZeneca. É por isso que a gente continua vacinando, avançando nos grupos prioritários. Não podemos ficar esperando a segunda dose e não avançar nos outros grupos prioritários”, finalizou.
 

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