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22/02/2021 às 12h05min - Atualizada em 22/02/2021 às 12h05min

Fevereiro tem mais óbitos do que novembro, dezembro e janeiro somados em Uberlândia

Mês tem a maior média diária de mortes pela Covid-19 na cidade desde o início da pandemia

IGOR MARTINS
Infectologista defende isolamento social e vacinação em massa para conter o avanço da doença | Foto: Pixabay

Ainda com seis dias pela frente, o mês de fevereiro já contabiliza mais mortes acumuladas pela Covid-19 do que novembro, dezembro e janeiro juntos. Até o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no domingo (21), a cidade tinha 149 óbitos confirmados pela doença. Os três meses anteriores somados apontam que 145 pessoas morreram em decorrência do vírus durante o período.

No momento, a média diária de mortes para o mês de fevereiro é de 7,09, a maior desde o início da pandemia. O segundo mês com o maior índice é setembro, com 5,5. Na ocasião, Uberlândia contabilizou 165 óbitos pela doença. Já o terceiro foi agosto, com média de 5,32, tendo contabilizado o mesmo número de mortes que o período subsequente.

O crescimento de óbitos em fevereiro já era algo previsto pela SMS. Em janeiro, após anunciar a reativação de 16 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Santa Catarina, o secretário municipal de Saúde, Gladstone Rodrigues, comentou sobre as aglomerações oriundas das festas de fim de ano.

“Tivemos aumento significativo na demanda das UAIs, de consultas e de exames para diagnóstico, que passaram, na rede pública e privada, de 3 mil em uma semana, em novembro, para 9 mil nesse início de ano. É um reflexo do Natal e, em uma semana, teremos o [reflexo] do Ano Novo. Isso tudo resultará em aumento no número de mortes”, disse Gladstone, no dia 11 daquele mês.

EXPLOSÃO DE CASOS
Na visão do infectologista Marcelo Simão, o crescimento de mortes na cidade também está diretamente relacionado ao período das festas de fim de ano. De acordo com ele, o número pode piorar ainda mais devido ao carnaval, já que houve festas clandestinas e aglomerações em determinados pontos da cidade.

“O Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 pediu para as pessoas não se aglomerarem, mas tudo foi feito ao contrário. Só teve festa, reuniões, e no carnaval a população também não respeitou. Tudo isso gera uma bola de neve. A pessoa se contamina e, quando ela chega em casa, ela contamina o pai, a mãe, o avô e a avó”, explicou o médico.

Ainda segundo Simão, a explosão de casos também pode estar relacionada com a variante identificada em Manaus (AM), uma vez que diversos pacientes da cidade manauara foram transferidos para Uberaba, devido ao colapso no sistema de saúde na capital do Amazonas. De acordo com o infectologista, vários cientistas têm investigado se de fato a variante pode estar presente em Uberlândia.

“Infelizmente, as pessoas não acreditam que a pandemia existe. Enquanto a Covid-19 não chegar em uma família e essa pessoa passar por dificuldades, precisando ficar internada em uma UTI ou até mesmo falecer devido ao vírus, as pessoas não vão acreditar. Infelizmente, essa é a realidade”, disse o infectologista.

Com o aumento no número de óbitos, Simão não acredita que a cidade voltará a ter uma estabilidade no número de casos tão cedo. Por ter uma evolução lenta, o infectologista acredita que apenas uma vacinação em massa pode conter o avanço da Covid-19 não apenas em Uberlândia, mas em todo o mundo.

“O que eu recomendo é que as pessoas não recebam visitas em casa. Comunique-se com sua família e com seus amigos por telefone ou online. Hoje, nós temos vários meios de comunicação para isso. Controle da pandemia só existirá com a vacina. Enquanto não vacinarmos de 50% a 70% da população, nós não teremos sossego. O problema é que a vacina acabou no país inteiro. O Ministério da Saúde não se programou para isso”, relatou Marcelo Simaõ.
 
 
OUTROS DADOS DE FEVEREIRO EM UBERLÂNDIA
Total de casos confirmados no mês – 9.475
Taxa de ocupação média na rede municipal – 92%



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