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09/11/2020 às 18h02min - Atualizada em 09/11/2020 às 18h02min

Carta com suposta confissão foi encontrada após morte de mulher no bairro Roosevelt

Homicídio aconteceu no fim de semana, em Uberlândia, próximo à farmácia onde a vítima trabalhava; PC instaurou investigação

BRUNA MERLIN E CAROLINE ALEIXO

A Polícia Civil investiga o homicídio de Renata Bocatto Denari, de 38 anos, registrado no último fim de semana no bairro Presidente Roosevelt em Uberlândia. Segundo os policiais, uma carta foi encontrada próximo ao corpo escrita supostamente por uma mulher com quem a vítima poderia ter se relacionado. 

Ao lado do corpo da vítima foi encontrado um pacote, que provavelmente foi arremessado pela pessoa que fez os disparos, contendo a carta escrita à mão e um brinquedo erótico. A carta continha frases de despedidas, lamentava o eventual relacionamento, além de insinuações de que a vítima teria se envolvido com outras mulheres. Por fim, a suposta autora alega que também colocaria fim à própria vida. 

Carta estava dentro de pacote deixado junto à brinquedo erótico pelo autor dos disparos 
 

“A carta sugere que seria uma mulher com quem a vítima estivesse se relacionando, mas também pode ser uma pista falsa. Precisamos analisar com cautela, ouvir as testemunhas e tentar identificar a autoria dos disparos, porque também não dá para saber se era um homem ou uma mulher”, comentou o delegado regional da Polícia Civil, Luciano Alves. 

O fato aconteceu no último sábado (7), na avenida Cesário Crosara, quando a mulher chegava para trabalhar. Imagens de uma câmera de videomonitoramento instalada nas proximidades mostraram o momento em que a vítima estava colocando algumas coisas dentro do carro quando alguém de capacete chega, entrega algo a ela e, em seguida, saca a arma de fogo e dispara os tiros.

As imagens também mostram a vítima caindo no chão e o autor fugindo em uma motocicleta. No momento da fuga, ele joga um objeto em cima da mulher.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Testemunhas acionaram a Polícia Militar (PM) e pediram ajuda de um médico da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) que fica localizada em frente ao local do crime. O profissional de saúde realizou os primeiros socorros à vítima, mas ela já estava sem os sinais vitais. 
 
A perícia técnica da Polícia Civil compareceu ao local e constatou oitos perfurações de tiros pelo corpo da mulher, sendo seis de entrada da bala e dois de saída. A vítima tinha perfurações nas regiões do pescoço, tórax, ombros e nádegas. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML).

Pelas imagens, não foi possível identificar o autor que disparou contra a vítima e a polícia segue os rastreamentos.  

 

Testemunhas relatam sobre relacionamentos da vítima
Os policiais militares conversaram com testemunhas e colegas de trabalho da vítima na data do crime. Alguns deles relataram que a mulher tinha se separado do marido há alguns anos, mas ainda mantinha um relacionamento amigável com ele pois os dois têm uma filha juntos. 

O homem chegou a se casar novamente, mas acabou se separando, uma vez que a ex-mulher se demonstrou possessiva por sentir ciúmes dele com a primeira esposa. A vítima, inclusive, já havia relatado a amigos que não tinha uma relação muito boa com a mulher.

O ex-companheiro da vítima foi localizado na cidade de Ituiutaba, onde reside com familiares. No entanto, os policiais não conseguiram ouvi-lo sobre a relação dele com a vítima porque ele demonstrava estar bastante abalado emocionalmente pela notícia e também foi orientado pelo advogado de responder as perguntas, principalmente sobre a atual ex-esposa, que não foi encontrada.
 
Ainda segundo informações das testemunhas, a mulher estava em relacionamento homoafetivo e aparentava estar feliz com a atual companheira. 
 
Diante das informações, os militares contataram a atual companheira da vítima na residência dela e ela confirmou que a mulher e o ex-marido tinham uma boa relação. Além disso, disse que ele estava tentando uma reconciliação com a vítima, mas ela não queria. A situação chegou a gerar um desentendimento entre as partes. 

A mulher não soube dizer se a companheira estava se relacionando com outra pessoa, que poderia ter escrito a carta com a suposta confissão.
   
POLÍCIA CIVIL
Todas as informações e objetos apreendidos foram repassados à Delegacia de Homicídios, que instaurou inquérito para apurar o caso. De acordo com o delegado regional da Polícia Civil de Uberlândia, as investigações ainda são preliminares, mas nenhuma hipótese está sendo descartada.

 

“Vamos começar a ouvir as testemunhas, primeiro aquelas que estavam no local do crime, depois familiares e pessoas próximas a ela. Não é possível dizer se houve motivação passional, mas não vamos descartar nenhuma linha de investigação”, disse Alves.


O caso não é tratado como feminicídio, a princípio, porque também não é possível confirmar se o homicídio ocorreu em um contexto de violência doméstica ou por menosprezo à condição do sexo feminino. A polícia tem o prazo de 30 dias para concluir as investigações. Ninguém foi preso até o momento.



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