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23/09/2020 às 12h48min - Atualizada em 23/09/2020 às 12h48min

Inflação em Uberlândia foi de 0,90% em agosto, aponta Cepes

Valor da cesta básica ficou em R$ 434,55, uma variação de 0,48% em relação a julho

DHIEGO BORGES
Arroz teve alta mensal de 6,47%, segundo o levantamento | Foto: Arquivo Diário de Uberlândia
O Centro de Pesquisas Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU) divulgou nesta terça-feira (22) os resultados do Índice de Preços ao Consumidor de Uberlândia (IPC-CEPES) e os valores da cesta básica de alimentos do mês de agosto. De acordo com o estudo, a cidade registrou inflação de 0,90% com um resultado acumulado de 1,43% no ano. 

Seis dos nove grupos analisados apresentaram variações positivas, ou seja, aumento médio dos preços em Uberlândia. Entre os principais estão alimentação e bebidas (1,46%), transporte (1,88%) e saúde e cuidados pessoais (de 1,63%). 

O grupo que mais puxou a inflação foi o segmento de alimentação e bebidas, com destaque para subitens como carnes (5,21%), leite e derivados (4,78%) e frutas (8,88%). Os combustíveis (veículos) também influenciaram para o resultado de agosto. A gasolina teve variação de 8,07%, enquanto óleo diesel e etanol ficaram com 2,19% e 0,40%, respectivamente. 

Outro grupo que também apresentou inflação foi saúde e cuidados pessoais, com destaque para produtos farmacêuticos, com aumento de 3,38%, influenciado principalmente por produtos como analgésicos e antitérmicos, hormonais e reumáticos. Itens de higiene pessoal, como perfumes, produtos para higiene bucal e maquiagem, também sofreram variação de 1,9%. 

Ainda de acordo com o CEPES, o grupo habitação também teve inflação de 0,08%, com destaque para subitens como reparos (1,49%), puxado pelo cimento, e combustíveis domésticos, como o gás de cozinha (2,05%). Por outro lado, aluguel e taxas tiveram queda de 1,14% no mês.

A economista do CEPES Graciele de Fátima Sousa explica a motivação das altas nos preços. “Notamos um aumento da demanda por esses itens, assim como a recuperação econômica de países que demandam produtos do Brasil. Isso vale para carnes e outros produtos alimentícios. Também houve aumento no custo de produção por conta da alta do dólar, que acaba refletindo no bolso do consumidor. As fortes estiagens também contribuem para esse impacto e influencia nos preços”, destacou.

DEFLAÇÃO 
Outros grupos registram queda de preços em agosto. Entre eles, vestuário, educação e comunicação. No primeiro, o subitem roupa infantil sofreu redução de 3,04%, seguido por roupa masculina (-1,70%) e roupa feminina (-0,53%). 

No grupo educação, os cursos diversos tiveram queda de 0,72%, por consequência da redução de mensalidades de cursos de idiomas, principalmente. O item comunicação também teve deflação de 0,01% em agosto. 

CESTA BÁSICA 
O estudo do CEPES também avaliou o preço da cesta básica na cidade, que é composta por 13 itens. Em agosto, o valor da cesta ficou em R$ 434,55, uma variação de 0,48% em relação a julho. Em relação a agosto de 2019, o aumento foi de 17,09%. 

Produtos como óleo de soja, leite e arroz foram os principais responsáveis pelo aumento. O arroz teve alta mensal de 6,47%, assim como o óleo de cozinha (10,43%) e leite (8,79%). No acumulado anual, o arroz segue com alta de 29,38%, seguido por óleo (25,63%) e leite (36,32%). 

Outros alimentos, no entanto, tiveram queda de preços, como feijão (-13,47), batata (-28,46%), farinha de trigo (-5,44%) e açúcar (-1,17). Para a economista do CEPES, o aumento está relacionado com o atual momento.

“Além do período entressafra e a alta nos preços dos combustíveis, que influenciam os preços, a pandemia impõe novas formas de consumo e a população acaba demandando produtos essenciais que impactam diretamente no aumento do valor dos alimentos básicos”, destacou Graciele de Fátima Sousa. 

Salário e horas trabalhadas
O tempo que um empregado com salário mínimo precisa trabalhar para comprar os itens da cesta básica também aumentou 0,48% em agosto e ficou em 91 horas e 29 minutos, dez horas a mais do que o registrado em agosto de 2019. 

O salário mínimo necessário para Uberlândia em agosto foi de R$ 3.650,63, valor superior ao mês anterior, que era de R$ 3.633,09, o que representa uma variação mensal de 0,48%. Em agosto de 2019, o rendimento ideal estava estimado em R$ 3.117,84. 

Os valores correspondem a famílias compostas por dois adultos e duas crianças ou três adultos. Segundo a economista do CEPES, esses resultados apontam que o custo de vida do trabalhador aumentou.

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