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29/08/2020 às 08h30min - Atualizada em 29/08/2020 às 08h30min

Pesquisas podem direcionar candidaturas e votos dos eleitores

Uberlândia teve duas sondagens divulgadas nesta semana indicando as primeiras impressões sobre as Eleições Municipais 2020

SÍLVIO AZEVEDO

Durante a semana foram publicadas duas pesquisas eleitorais de intenção de votos para prefeito de Uberlândia, elaboradas pelo Instituto Veritá e o Ibope. Mas como funcionam as coletas de informações e a elaboração da pesquisa? Será que esses dados preliminares influenciam, tanto candidatos quanto eleitores? O Diário foi atrás de respostas e conversou com especialistas das duas áreas.

De acordo com o proprietário do Instituto Veritá, Adriano Silvoni Rufino, para realizar a coleta dos dados, foi desenvolvido um sistema próprio que permite o coletor dar mais fidelidade nos resultados e o trabalho é feito com uma equipe de profissionais própria.

“Fazemos a pesquisa presencialmente, com profissionais uniformizados em carros plotados da empresa, material adequado. Eles têm um plano amostral, que, devido a nossa experiência, seguem o nosso planejamento”.

Adriano ainda acredita que essas pesquisas feitas de forma não presencial não são adequadas, por isso houve um atraso na realização de coleta de dados esse ano. “Esse ano atrasamos, devido à pandemia, e a gente passa a ter problemas. Não gostamos de fazer pesquisa por telefone, pois não se consegue ter metodologia correta. Muito menos por outros meios digitais, como e-mail, WhatsApp. Isso não funciona. Tem que ser presencial”.

Para formular o questionário, Adriano disse que os partidos foram procurados para saber os nomes que constariam na pesquisa. “Todas as perguntas desenvolvidas no questionário fazem parte da pesquisa eleitoral tradicional, que é espontânea, estimulada, segundo turno, rejeição, confrontos, é o tradicional da pesquisa eleitoral. Sempre seguimos essa linha”, informou.

Ainda segundo Adriano Silvoni, para evitar favorecimento de algum candidato e dar mais credibilidade aos resultados, todos os bairros são visitados. Além disso, quanto mais próximo da eleição, maior a amostragem.

“Quando vai chegando mais próximo da eleição a gente aumenta de 700, para 900, 1.000, ou às vezes até para mais de 1.100. Tudo para ter uma margem de erro menor. Trabalhamos as pesquisas em toda a cidade. Não fazemos sorteio de alguns bairros, ou setores censitários, como outros fazem, pois pode privilegiar um ou outro candidato. A gente tenta fazer em todos os bairros”.

INFLUÊNCIAS
As pesquisas de intenção de voto preliminares são mais importantes para os candidatos do que propriamente para o eleitor. É o que identifica o cientista político Leonardo Barbosa.

“Elas normalmente são um termômetro, sobretudo na reta final. No primeiro momento o eleitor tem pouca proximidade com as candidaturas. Ele se envolve um pouco mais às vésperas da eleição. Eu acho que elas têm mais um efeito para a organização das campanhas, para que cada um saiba mais como ele está sendo visto nas pesquisas espontâneas, e depois na induzidas”.

Para o cientista político, grande parte dos cidadãos ainda não está com a atenção voltada para as eleições, por isso o resultado das pesquisas não afeta a decisão do voto, neste momento. “Há um efeito de rebanho, que acontece sempre, em que o eleitor prefere não perder o voto, que é se alinhar a onda mais forte. Isso pode acontecer. Mas assim, isso não é uma variável impossível, mas digo que hoje é próximo de zero, porque a atenção do eleitor ainda não está voltada para o processo eleitoral. Quando chegar mais perto, aí o efeito pode ser mais relevante”.

Entre definir o voto pelas pesquisas ou escolher um candidato que tenha um perfil de intenção similar ao do eleitor, Leonardo Barbosa aconselha a cada um conhecer o candidato e suas propostas antes de definir o voto e não se preocupar com as pesquisas.

“A pesquisa ela tem um papel fundamental, principalmente na determinação do voto na reta final. Mas para a democracia, é sempre muito bom que o povo se vincule a um programa, proposta, um desenho de sociedade que ele pretende, de administração pública, onde os recursos públicos serão gastos. E cada candidato tem um perfil para imprimir. Ele tem que pensar em um projeto de sociedade e a democracia refletir isso. A democracia é um governo do povo e o que o povo quer?”, finalizou o especialista.


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