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06/08/2020 às 09h42min - Atualizada em 06/08/2020 às 09h42min

Pipas voltam a ser tendência e distraem crianças durante o isolamento social

Pais resgatam memórias da infância e incentivam filhos em atividades ao ar livre em Uberlândia; Corpo de Bombeiros alerta sobre perigos da pipa e cerol

BRUNA MERLIN
Wellington Borges é pai de trigêmeos e ensinou os filhos a soltar pipas | Foto: Arquivo Pessoal
A busca por atividades ao ar livre se tornou recorrente desde o início do isolamento social causado pela pandemia do coronavírus. A tentativa de distrair as crianças levou os pais a investirem em brincadeiras que fizeram parte da infância como, por exemplo, soltar pipa em um fim de semana ensolarado. Entretanto, a prática exige cuidados para que acidentes com pedestres, animais e motociclistas sejam evitados.

O empresário Wellington Borges dos Santos é pai dos trigêmeos Heitor, Rafael e Isabela, que têm 5 anos, e decidiu dedicar mais tempo aos filhos durante o fim de semana para praticar esportes e brincadeiras que unem toda a família. Junto à esposa, ele comprou pipas e encantou as crianças com a atividade.

“Nós moramos em São Paulo por um tempo e lá não tinha muito espaço para eles brincarem. Retornamos a Uberlândia e com a chegada da pandemia decidimos associar a nossa infância com a deles”, disse o empresário de 35 anos.

Wellington e a família moram no bairro Santa Mônica em Uberlândia. Segundo ele, o bosque do Parque do Sabiá é um dos locais escolhidos para soltar as pipas com os filhos. “Eles amam essa brincadeira. É algo totalmente diferente do tempo deles em que os computadores e celulares são as novidades. Além de ser uma atividade que reúne toda a família, eles têm contato com a natureza e se divertem demais”, finalizou.

Thiago Pereira Araújo Dias, de 34 anos, também resgatou a memória de quando soltava pipa na rua da casa dos pais. Hoje, ele pratica a brincadeira com os filhos Hyago e Isabella, de 10 e 5 anos respectivamente, em um campo aberto no bairro Jardim Canaã.

“Depois que tive a ideia, comecei ensinando o Hyago e depois a Isabella demonstrou muito interesse em aprender também. Agora, todos os fins de semana vamos ao campo empinar as pipas. Eles ficam encantados”, destacou o mecânico.

Thiago Pereira reúne toda a família aos fins de semana para empinar pipas | Foto: Arquivo Pessoal

RISCOS
Apesar da diversão que elas promovem, as pipas apresentam grandes riscos aos pedestres, animais, ciclistas e motociclistas, principalmente quando se é utilizada a linha de cerol. De acordo com a tenente do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Grazielle Cristina de Souza Ferreira, o material substitui a linha convencional da pipa e é fabricado com cola de madeira e vidro moído que promove a característica cortante.

“O cerol é muito usado em competições de pipas. Ele tem a capacidade de cortar a linha da outra pessoa e isso torna a brincadeira mais prazerosa, mas é muito perigosa”, explicou.

Em razão da lei federal 8.137, a utilização e comercialização do cerol é proibida. A tenente ressalta que o descumprimento da lei pode gerar ao infrator de dois a cinco anos de prisão ou aplicação de multa.

Devido à capacidade cortante do cerol, ele apresenta grande perigo aos motociclistas, ciclistas e pedestres que muitas vezes não conseguem enxergar a linha e acabam batendo nela. “Essa colisão pode gerar cortes profundos nos braços, ombros, no pescoço e até na cabeça”, ressaltou a militar.
 
A pipa também é considerada um material perigoso às aves, mesmo que não haja o uso do cerol. Conforme explica a tenente Ferreira, os animais podem se enroscar na linha e se machucarem. Além disso, o brinquedo também é motivo de muitas descargas de energia elétrica já que ele pode se chocar com fios de alta tensão e postes elétricos.

“O mais indicado é que as pessoas soltem pipas em locais vazios e abertos. Longe do trânsito e longe das fiações elétricas para evitar esses acidentes”, concluiu. 





















 

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